“Vou fazer sorologia para saber se a vacina funcionou”
Parece tentador, mas não caia nesta! Os motivos? Alguns...
1️⃣ A vacina não imuniza apenas por anticorpos.Temos 2 imunidades: uma humoral - anticorpos - e a celular - onde atuam células como soldados. Estes soldados também são treinados com vacina. Você pode ter imunidade com baixos títulos de anticorpos, por ter soldados bem treinados;
2️⃣ As vacinas também desenvolvem anticorpos que não são detectados pelos testes. Mesmo estes testes agora anunciados como de “Anticorpos Neutralizantes”...
3️⃣ Anticorpos neutralizantes não é o único evento nos estudos das vacinas. Efetividade não se mede assim. Mede-se comparando o número de infectados entre imunizados x placebo. Uma vacina pode ser efetiva mesmo com baixos índices de anticorpos neutralizantes, pelos pontos 1 e 2;
4️⃣ Complementando o acima: o benefício da vacina é individual, MAS PREDOMINANTE POPULACIONAL. Veja eficácia de vacinas pelos números totais, e não apenas por indivíduos isolados.
5️⃣ E último: pessoas vacinadas, mesmo com esquema vacinal completo, ou que já tiveram infecção, devem seguir as medidas protetivas (máscaras, higienização das mãos e distanciamento social). Mudou algo “saber ou não ter anticorpo x ou y”?
Nossa vida só vai mudar quando grande parte da população for imunizada, e não poucos indivíduos...e provavelmente todos precisaremos de reforços vacinais periódicos - mas isto ainda está em análise...
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Um dos momentos mais surreais...a tal da inalação de cloroquina...
Segue o fio!
Mas quais os problemas de inalar cloroquina?
▪️A medicação já tem ineficácia comprovada por via oral;
▪️A inalação de substâncias não preparadas para tal, com o simples macerar de comprimidos, pode causar graves danos... (vê uma pneumonite por inalação de substância)
E vê o que o Pneumotox - referência de toxicologia pneumológica - diz dos antimaláricos);
Surge agora, depois da divulgação pela UNICAMP e pelo HCFMUSP para a imprensa de casos de insuficiência hepática com necessidade de transplante, a “defesa” da ivermectina comparando-a com o paracetamol
🧵 Aos fatos:
“Paracetamol é hepatotóxico...
Sim. Paracetamol é hepatotóxico. Não é NENHUMA novidade.
Mas NÃO nas doses terapêuticas. As doses usuais são SEGURAS. Ele é hepatotóxico em situações de abuso, em doses superiores ao que deveria se usar.
... e não dizem”
Isto é de conhecimento público. Não há nenhum segredo.
Qualquer acadêmico de medicina no 3º período sabe disto. Qualquer acadêmico da área de saúde que estude farmacologia sabe disto.
Se estão “descobrindo” agora, fala mais do descobridor do que da descoberta
#Thread sobre o artigo hoje tão falado artigo do American Journal of Medicine (mas que é de 7 de agosto de 2020)...
E como ele não muda o tratamento do COVID...
É mais um artigo de opinião e proposta de fluxo. Tendencioso.
Não configura evidência científica relevante já que não é revisão sistemática ou integrativa (por exemplo), desconsidera diversos RCT ja publicados e discutidos. E tem vies.
Começo pelos autores:
• Zervos é do Henry Ford, grupo americano pro-cloroquina, responsável por um estudo retrospectivo, com falhas importantes de análise de dados e respectivamente em suas conclusões
Uma análise do protocolo do Ministério da Saúde sobre o uso precoce da HCQ/Cloroquina no #Covid_19 . Ele é uma afronta ao pensamento científica e a medicina séria, que se importa com as vidas em jogo
O próprio já começa dizendo que tem respaldo científico
Em seguida, informações contraditórias: afinal, se a HCQ impede funcionamento adequado da heparina, e sendo a covid uma situação trombogenica, vou deixar de privilegiar a anticoagulação, que é repetidamente citada no texto?