Nas três pesquisas de Maio, Lula vence 1º turno em uma, a Vox, e chega perto em duas: Datafolha e do desconhecido Instituto Mapa. No 2º turno de todas elas, Lula goleia. As 3, em certa medida se confirmam (1/7).
O Instituto Mapa, contudo, é a única que registra Lula abaixo dos 40 pontos. Bolsonaro, nas três, contudo, varia coerentemente entre 23 e 25 p.p (2/7).
A pesquisa do Instituto Mapa não tem base de comparação. A diferença é que no caso do Vox, Moro não foi testado. E ele teria entre 7 e 5 p.p. (3/7).
Grosso modo, antes da volta de Lula ao jogo, a abstensão/indecisão girava em torno de 20%, hoje, ela gira em torno de 13%. Era voto de Lula que poderia ir ou não para o candidato apoiado por ele (4/7).
Por outro lado, Ciro, Doria, Moro e Huck viram, depois de 8 março, suas intenções de voto CAÍREM PRATICAMENTE PELA METADE. É possível que gente que votasse neles tenham ido para Lula e Bolsonaro (5/7).
Lula foi o maior beneficiado, mas é possível que ele também tenha pego pra si votos de Bolsonaro, sobretudo entre evangélicos: é o famoso BolsoLula. O voto evangélico-popular que a oposição não catalisa, mas Lula sim. Faltam estudos mais detalhados disso, no entanto (6/7).
Nessa tendência, Lula pode registrar vitória em 1º turno em mais pesquisas. O ponto é que a rejeição de Bolsonaro, que pode ser AO MESMO TEMPO rejeição em Lula é, no entanto, mais intensa. Vide FHC. Em resumo, limpo, Bolsonaro não leva. Esse é o problema (7/7).
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Para quem insiste, ainda, em dizer que Bolsonaro não é fascista, essas marchas de motocicletas que ele tem feito reproduzem, exatamente, o que Mussolini em pessoa fazia. Mas ele invoca essa simbologia em um momento decadente (1/10).
Nada de novo. O mesmo se pode dizer daquela ridícula performance de nado no fim de ano. Outra reprodução grosseira de Mussolini. Mas na virada de 2020 para 2021, ele estava em alta. Agora, ele tenta passar a mensagem que está tudo bem (2/10).
Curiosamente, nossos liberais, ao estilo sommeliers da alta política, até dois anos atrás censuravam e ridicularizavam qualquer um que apontasse o óbvio: Bolsonaro é, LITERALMENTE, fascista (3/10).
Lula fez um jogada de mestre ao seu reunir com FHC. E FHC idem. O presidente do PSDB criticou porque mostra que seu partido ainda insiste em um tudo ou nada contra o PT que, na boa, não funciona (1/7).
Se o petismo é um reformismo em disputa, com suas linhagens mais progressistas e outras mais moderadas, o antipetismo é certamente um espelho do que o PT *deveria ser*: logo, é um fenômeno reacionário, filofascista e, sobretudo, pequeno-burguês (2/7).
O PSDB ficou desesperado com o primeiro mandato de Lula e, desde então, lascou de surfar e incentivar essa onda -- que nós sabemos bem onde deu, isto é, onde ela só poderia dar: Bolsonaro (3/7).
Entrelinhas da CPI: Randolfe, dando coletiva após os trabalhos, adiante coisas demais e, o que é pior, revela coisas que ainda por cima são equivocadas. Uma delas é falar dos eventuais crimes que Pazuello pode ter cometido, citando coisas como "homicídio culposo". Explico (1/7).
Randolfe demonstra falta de conhecimento jurídico e estratégia. Primeiro, não se tem de antecipar nada, inclusive para não antecipar a defesa do lado de lá. Segundo, que parece ser bom, mas não é falar, apressadamente, em mera "culpa" (2/7).
Quando se fala em genocídio, não como palavra de ordem, mas como constatação do crime que NÓS, enquanto sociedade, somos vítimas, o que se discute é dolo, isto é, intenção (3/7).
Muita coisa a ser dita sobre a violência de Israel sobre a Palestina, mas vamos pelo começo: foi uma provocação de Netanyahu contra os palestinos, ao atacar a mesquita de Al Aqsa em pleno Ramadã, mês sagrado muçulmano. Mas o alvo ali era Biden (1/10).
Não, Biden não é pró-palestina. Mas ele junto da cúpula do Partido Democrata se opõe ao atual, e perigoso, grupo dirigente de Israel. O candidato mais próximo da empatia pelos palestinos eram um judeu, Bernie Sanders, derrotado nas prévias democratas (2/10).
É bom lembrar que parte da derrota de Bernie teve a ver com um fato: ele não se dobrou ao lobby israelense nos EUA, representada pela poderosa AIPAC. Biden, ao contrário, é o representante por excelência da ala majoritária desse lobby (3/10). brasildefato.com.br/2020/02/24/ber…
A inflação estourou no último mês nos EUA. Ainda é muito cedo para dizer, no entanto, se o Plano Biden será inflacionário: a produtividade do trabalho não rural cresceu no último trimestre, depois de quedas acentuadas pela pandemia (1/7).
A questão central, no entanto, é que se os EUA forem expandir a base monetária nesse porte pelos próximos meses, experimentarão mesmo uma inflação mais alta. Agora, isso se resolve apenas de duas formas, uma péssima ou uma boa (2/7).
A péssima é com a guerra, sobretudo na Síria e Venezuela, para jogar o preço do petróleo lá embaixo. A boa seria desmontando o protecionismo e sanções contra chineses e russos, para ter mais oferta de energia e bens de consumo (3/7).
Notas rápidas sobre a CPI de hoje: (I) o jogo se tornou perigoso, saiu do controle do banho-maria e está afetando gravemente a imagem do governo, que vai intervir; (II) Bolsonaro perdeu popularidade a ponto de ser ameaçado mesmo por Ciro e Doria, e ser massacrado por Lula (1/3).
Bolsonaro vai comandar o contra-ataque com o gabinete do ódio. Decretos para suspender o isolamento, ou o pouco que resta, ataques ao STF (em conluio, talvez, com os figurões do STJ) e ataques variados aos adversários (2/3).
Mas o mais importante é cavar uma falta: provocar uma grande manifestação para reprimir, ou até produzir um atentado de bandeira falsa para justificar a repressão. O que foge ao script é greve, isso o derruba (3/3).