Outra boa chance de esclarecer as pessoas a respeito de "opinião".
Platão fazia uma diferença que até bem pouco tempo se mantinha. (fio)
Platão fazia uma diferença que até bem pouco tempo se mantinha. (fio)
Platão diferenciava a "doxa" da "episteme". As duas são opiniões, mas a "doxa" é a opinião baseada nas questões de foto íntimo. Seus gostos, suas posições religiosas, políticas e etc. Esta "doxa" é de direito de qualquer um desde que seus efeitos estejam restritos ao pessoal.
Mas Platão falada da "episteme" que é uma opinião balizada pela racionalidade, informada pelo pensamento organizado. A episteme seria hoje (porque na época de Platão não eram esses termos) a ciência.
Assim, quando você entra numa sorveteria e escolha comer sorvete de morango isso é seu direito assegurado e é a "doxa". A opinião de foto íntimo. Porém, quando um nutricionista diz que você deve comer uma salada de frutas ele o faz a partir da "episteme".
São duas instâncias diferentes. Na universidade, lutamos pela episteme, o Direito assegura o direito da livre "doxa" (desde que não prejudique outrem). O que um médico receita pode ser baseado na "doxa". E isso é um problema entre o médico e o paciente.
Contudo, políticas públicas precisam estar embasadas na episteme. A opinião sustentada a partir do conjunto de conhecimentos que nos antecede e que nos assegura algum tipo de conhecimento utilitário sobre o mundo.
A ciência não é perfeita, mas uma das melhores ferramentas desenvolvidas pelo intelecto humano para conhecer o mundo.
No início do fio eu falei que a posição do Platão até pouco tempo se mantinha sem questionamento.
No início do fio eu falei que a posição do Platão até pouco tempo se mantinha sem questionamento.
Bruno Latour afirma que "nunca fomos modernos", porque nunca conseguimos efetivamente diferenciar fato de opinião, doxa de episteme e, de alguma forma o projeto da modernidade científica ruiu.
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