No ano passado eu fui autuada pelo Conselho Regional de Biologia por "exercício ilegal da profissão". Nunca conseguiram nem explicar qual seria esse exercício, pois eu nunca atuei em atividade exclusiva de biólogo, que exigiria o registro.
Curiosamente, na mesma época, videos difamatórios circulavam me acusando de ser "falsa bióloga" e de mentir no meu Curriculum. Quando inquirido pelos meus advogados, o CRBio alegou que eu me "apresento como bióloga", o que além de ser ridículo, é mentira.
Porque uso sempre meu titulo de doutoramento, microbiologista. Decidi tornar isso público para evitar que outros "biólogos" sejam perseguidos. Se o CRBio realmente quiser autuar todo biólogo sem registro que trabalha em pesquisa e docência, vai ter trabalho.
Na manhã desta terça-feira (9), a maior agremiação acadêmica de biologia do país, a Federação de Sociedades de Biologia Experimental (FeSBE), se manifestou sobre o caso.
"Quem forma e titula/diploma são as Instituições de Ensino Superior (IES) devidamente reconhecidas por meio de seus cursos devidamente credenciados. Um diploma emitido nestas circunstâncias tem validade em todo o território nacional", afirmou o presidente da entidade.
"A filiação aos conselhos deve ser voluntária e de opção única dos profissionais formados (...) um conselho mais ativo, envolvido na inserção dos seus membros e no delineamento do que é particular à profissão,
certamente atrairia mais profissionais, independentemente da necessidade e/ou obrigatoriedade de filiação."
"O presidente é excelente comunicador e tem uma maneira própria de se comunicar com a população brasileira. Talvez quando o presidente falou isso, ele estava alertando acerca da importância de se verificar segurança não só das vacinas, mas de todos os medicamentos."
"Cada um tem a forma de se comunicar. Ele é excelente comunicador. O presidente é o maior ativo do enfrentamento à pandemia de Covid-19. Ele me deu autonomia para montar equipe técnica à frente do ministério, e abrimos um diálogo bem maior com a comunidade científica."
Olha que resultados promissores da efetividade - como a vacina funciona no mundo real - da Coronavac no Chile.
Opa, a pedidos, entao, uma interpretação do gráfico. é bastante simples, foi um estudo no Chile de acompanhamento de mais de 10 milhões de indivíduos que comparou vacinados, não-vacinados, vacinados após primeira dose, e vacinados após 14 dias da segunda dose.
esses dados do gráfico sao de vacinados 14 dias após segunda dose. e mostram que a vacina foi capaz de prevenir doença em 67%, hospitalização em 85%, necessidade de UTI em 89% e morte em 80%.
Resultados confirmam o que já sabíamos, eficácia de 50,7% para casos leves, 83,7% para moderados. A novidade - muito bem vinda - e aumento da eficácia com maior espaçamento entre doses (62,3%),
o que junto com uma analise de imunogenicidade em idosos que tb aumenta com intervalo maior, sugere que um intervalo de 28 dias pode ser adotado. Outro ponto legal é a cobertura das variantes, funciona bem em todas, como esperado para uma vacina inativada.
Hoje é dia de coluna. Muita gente quer fazer testes de anticorpos para ver se a vacina “pegou”! pode até dar certo para alguns mas não é um método consistente e não serve para isso. blogs.oglobo.globo.com/a-hora-da-cien…
Aproveito para acrescentar - porque coluna tem espaço limitado- que isso também se aplica a esses estudos que mediram anticorpos da Coronavac e deu “ pouco”. Pouco em relação a que? E lembrando que por ser uma vacina inativada ela deve cobrir bem as variantes
então mesmo com eficácia “ menor” pode ter essa grande vantagem. Isso pq as vacinas genéticas e de vetor usam só a proteína S e as inativadas usam o virus inteiro, então tem mais alvos para gerar anticorpos e células T.
A vacina 100% brasileira funciona assim: os americanos desenvolvem, os vietnamitas e tailandeses arranjam os voluntários, e a gente entra com o ovo! www1.folha.uol.com.br/equilibrioesau…
Mauricio e eu comentamos hoje no Diario da Peste sobre o trabalho do Peter Palese. que vergonha ser desmentido pelo pesquisador principal que desenvolveu a quimera. Totalmente desnecessário. O Butantan tem muito mérito no processo,
e fazer parceria com um lab americano de alto nivel deveria ser motivo de orgulho, e nao algo a ser omitido.
Pra quem perdeu hoje o Diario da Peste, Maurício @Virology_FAMERP e eu explicamos com detalhes a relação entre variantes e vacinas.
em resumo: cuidado com preprints e com o alarde feito sobre eles. até agora temos dados suficientes para demonstrar que as vacinas que temos ainda funcionam contra as variantes e por isso devemos usa-las e logo.
alguns preprints mostraram queda de neutralização de anticorpos na variante P1 que circula no Brasil. isso gerou preocupação, fios longos no twitter e muita discussão. os fatos sao bem menos assustadores. ensaios de neutralização medem um único aspecto da resposta imune.