Thread by @AnarcoFino

Alguns apontamentos necessários sobre a última fala criminosa do presidente sobre o uso de máscaras: a primeira delas é que, pela segunda vez consecutiva, ele consegue quebrar o "flow" instaurado pela CPI.

essatalredesocial.com.br/2021/05/25/a-c…

Basicamente, desde a sua instauração, a CPI e seus participantes tem sido a principal protagonista política nas/das redes. Bolsonaro e sua tropa são apenas o "assunto", seus perfis são engolidos rapidamente pelo material gerado nas sessões.

E isso é péssimo para a máquina de propaganda governista. Eles acusaram o golpe, sabemos. Diante disso, essa escalada no absurdo era mais do que previsível. Tanto que eu e outros alertamos para isso.

Vieram as "motocadas", ali tivemos o prelúdio. Funcionou relativamente bem (entre grupos evangélicos a coisa não foi unanime). O relatório falso do TCU foi a resposta. Antes da fala presidencial a "info" já circulava nos grupos de apoiadores mais próximos do presidente.

Antes da fala presidencial a "info" já circulava nos grupos de apoiadores mais próximos do presidente - jogada ensaiada clara. Logo depois tivemos o culto com onde comparou o uso de vacina com cloroquina e agora essa desobrigação do uso de máscaras.

Trata-se de uma tentativa de retomar o "flow" nas redes. Percebam que em nenhum das intervenções criminosas do presidente existe uma "catarse", ele fala, fala, e nada acontece. O relatório do TCU era falso? E dai? A notícia inicial já circulou.

Enfim, toda essa movimentação, essa radicalização é um sinal claro de que ele está acuado, especialmente pela CPI - e não acho que ele esteja performando fraqueza, como alguns acreditam. A questão é: bicho acuado é perigoso, avança, morde. Esse é o momento do Bolsonarismo.

Desde o princípio eu insisto que a CPI serviria como um "freio de arrumação" da política institucional brasileira, organizando os atores políticos em seus devidos lugares.

Forçar o bolsonarimo a assumir o seu nome, a sua faceta mais radical e verdadeira, tem seus riscos, mas não vejo outro jeito de atacá-lo.

Já perceberam como os governistas da #CPIdaCovid (incluindo-se ai os depoentes) insistem em negar essa faceta radical do projeto ao qual pertencem? Eles sabem que isso deteriora a base eleitoral do sujeito, que repercute mal para um público mais amplo.

Como ocorreu com as motocadas em grupos evangélicos importantes aqui no Rio; não por coincidência a motocada de São Paulo passou a se chamar Acelera para Cristo, numa tentativa patética de acenar para esse público.

Esse efeito da CPI é importante, é arriscado mas importante, especialmente para os atores que miram as eleições de 2022. Um bolsonarismo radical tem menos chances de vencer (nas urnas) do que um bolsonarismo moderado.