Thread by @hugoalbuquerque

Em São Paulo, a esquerda tem sua maior chance desde 1998, quando Marta Suplicy quase foi a um 2º turno contra Maluf que ela venceria. Hoje, Haddad e Boulos estariam em primeiro, mas separados dividiriam votos (1/10).

Doria depois de sua desastrosa passagem pela prefeitura São Paulo, pegou a onda do Bolsonarismo, o que lhe custou caro. E há um stress dos paulistas em relação a ele à esquerda, que ele sempre combateu, e à direita, pela ação de Bolsonaro (2/10).

Mas há, pela primeira vez, uma mal-estar mais geral em relação à governança de direita no Estado. Como disse a pesquisa Atlas "a rejeição a Doria não tem relação direta com as restrições impostas pelo Governo durante a pandemia" brasil.elpais.com/brasil/2021-05… (3/10).

A boa notícia da esquerda ter dois candidatos competitivos, Haddad e Boulos, pode virar dor de cabeça se os dois saírem. Ainda que Haddad tivesse mais dinheiro e palanque no caso, embora o nome de Boulos tem, pessoalmente, um bom recall e esteja em ascensão (4/10).

Uma aposta lógica, seria Haddad ao lado de Lula, coordenando a campanha e se projetando para um ministério importante. E Boulos candidato ao governo. Mas muito separa o PT paulista do PSOL e Lula acredita que um nome mais "certinho" funcionaria no interior (5/10).

Há uma crise acentuada na direita, graças a qual Alckmin, tal e qual 2010, pode ser ressuscitado -- talvez para se lançar pelo DEM. Mas o que Alckmin faria nacionalmente nesse cenário? O PSDB corre riscos e talvez um caminho seria trazer Alckmin de volta (6/10).

Se Doria insistir em sair para a presidência, o que não anima ninguém, ele deixaria um problemão em São Paulo. E Doria prefere perder disputando a presidência do que perder fazendo o mesmo no estado, o que é possível (7/10).

Graças às indecisões no campo tucano e petista/esquerda, dois nomes se movem: Skaf, vinculado a Bolsonaro mas enfraquecido, e Márcio França, apesar da sova que tomou na capital em 2020 (8/10).

Lula precisa aqui resolver o campo logo. Ele precisa ter algo que produza uma derrota não muito maior do 45x55 em São Paulo. E creio que sua chapa dos sonhos seria França e Haddad, em resposta ao Rio, onde Freixo pode ter um petista de vice (9/10).

Bolsonaro tem um apoio residual em São Paulo. Mas parte da direita liberal tradicional lhe vira o nariz. E Bolsonaro não tem um candidato seu por excelência, embora talvez um Bolso-Skaf possa funcionar pelo embalo (10/10).

P.S.: A esquerda precisa se mexer e se acertar, porque pela primeira vez ela pode REALMENTE levar São Paulo.