Louis Van Gaal está muito próximo de comandar a seleção da Holanda pelos próximos 18 meses, visando a classificação para a Copa do Mundo de 2022.
Breve fio sobre um dos mais importantes treinadores da história do futebol 🧶👇
Van Gaal se caracterizou como um construtor de equipes. O técnico que demitia e contratava mesmo a contragosto de muitos e dava chances para novos nomes da base.
Ele é o treinador holandês com mais títulos conquistados a nível internacional e sempre foi considerado um meio-termo entre a filosofia quase utópica de Cruyff (de quem era desafeto) e o pragmatismo que teve Leo Beenhakker, tri-campeão espanhol com o Real Madrid, como expoente.
Foi o conhecimento dessas filosofias que fez o Barcelona contratar Van Gaal para a temporada 1997.
Além de duas La Liga, ele ajudou a documentar e colocar em teoria tudo o que Cruyff fazia na prática, o que ficou conhecido como Jogo de Posição. ge.globo.com/blogs/painel-t…
Documentar uma ideia é algo de extrema importância. Porque dá chance para que as próximas gerações entendam exatamente aquela ideia e consigam replicá-la em contextos diferentes.
O Barcelona deve demais a Van Gaal, que teve ninguém menos que José Mourinho como auxiliar.
A carreira dele teve baixos na primeira passagem pela Holanda e na segunda passagem pelo Barcelona. Ainda assim, foi grande a surpresa quando topou assumiu o pequeno AZ Alkmaar.
Campeão holandês em 2009, com orçamento muito
menor que Feyenoord, Ajax and PSV Eindhoven.
Novamente, trabalho de construção de um modelo de jogo e aprimoramento de jogadores, o mesmo que fez no Bayern de Munique, onde ganhou Nacional, Copa e Supercopa, além de chegar a uma final de Liga dos Campeões.
O adversário? O ex-pupilo Mourinho, que saiu vencedor com a Inter.
Na época, a grande discussão no futebol era sobre como parar a Espanha no contexto de seleções e o Barcelona no futebol de clubes.
Por mais que Mourinho tenha dado o primeiro passo com a Inter naquele jogão em 2010, foi com Van Gaal que a queda realmente começou.
Como conhecedor profundo de filosofias distintas, ele ajudou a fomentar os treinos que faziam os jogadores do Barcelona, e depois da Espanha, a "esconderem" tão bem a bola dos rivais e ter quase 80% de posse. Os rondos. ge.globo.com/blogs/painel-t…
Na incrível campanha da Holanda na Copa do Mundo em 2014, Van Gaal apresentou o primeiro "antídoto": três zagueiros para ter sobra (assim como Mou fez com Pepe no Real) e vários encaixes individuais no massacre em Salvador: 5 a 1, fora o baile.
A Holanda de Van Gaal fez escola ao apresentar a linha de cinco defensores como forma viável de defender amplitude, e de quebra, meteu 3 a 0 no Brasil, esfacelado após o 7 a 1.
Mais um trabalho de reconstrução que o levou ao Manchester United.
O trabalho do holandês em Old Trafford nunca foi unânime, e mesmo com um título, terminou na segunda temporada. Faltou tudo: de elenco a mais flexibilidade na ideia de jogar um "futebol de posse".
Adivinha quem foi seu sucessor? Só pode ter sido uma pessoa. Começa com M...
O retorno à seleção holandesa é a "cartada final" de uma federação perdida, que já tentou de tudo: auxiliares (Blind), técnicos de renome (Hiddink e Advocaat), apostas (De Boer) e "o nome certo" (Koeman).
A ideia é novamente reconstruir e apostar no ajuste rápido de 2014.
Louis Van Gaal sempre despertou sentimentos contrários: jogadores brasileiros o detestam, outros o chamam de ruim, outros admiram sua racionalidade.
Ame ou odeie, o futebol deve muito a Van Gaal. E ganha com seu quase sacramentado retorno.
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A forma pela qual Rogério Ceni foi demitido do Flamengo é grave, desrespeitosa.
Quando entendermos que os medalhões, as dívidas e a falta de inovação no futebol brasileiro começa em diretorias amadoras como a do Flamengo, que o problema tá na gestão, aí a coisa melhora...
Toda hora, te vendem e fazem você acreditar que o problema do seu time é o técnico. Que ele isso, que ele aquilo. A conclusão lógica, que todo mundo toma, é simples: "troca".
Mas o problema, na maioria das vezes, não é ele. É a diretoria. Gente que você não sabe nem o nome.
Não adianta cobrar que o técnico do seu time seja "moderno e atualizado", como tentam te vender que soluciona, se ele não tem o mínimo respaldo da diretoria ou não está inserido num planejamento maior.
A quarta eliminação do Palmeiras numa disputa de pênaltis em 2021 é sinal de uma dificuldade cada vez mais aparente: criar contra defesas fechadas.
Pode parecer que o problema está no elenco.
Não é isso. O desafio é mais difícil: mudar o modelo para novos desafios. Vem no fio👇
Primeiro de tudo: criar jogo é um mecanismo coletivo. Não depende de um camisa 10 com poderes mágicos, como diz o imaginário popular.
É um engrenagem que envolve movimentos sem a bola para tirar o adversário do lugar e abrir espaço para alguém, como o volante ou o camisa 9.
Abel Ferreira opta por criar espaço a partir de um jogo direto. Veja bem: não é chutão, não é bagunça, é direto. Rápido, sem firula, com passes para frente e agilidade pra chegar ao gol.
Esse jogo direto tem dois mecanismos claros: a saída de três e infiltrações dos atacantes.
Apertem os cintos: o Jogo de Posição irá dominar novamente o debate esportivo com a chegada de Miguel Ángel Ramírez no Internacional.
Mas afinal, que raios é isso?
Antes de tudo: Jogo de Posição é uma filosofia. Um jeito diferente de ver futebol. Segue o fio pra entender! 👇
Conhecimento é algo vivo e em constante transformação.
Então é muito natural que o Jogo de Posição (vamos abreviar pra JdP) cause tantas confusões e enganos, como "o time fica estático", "os jogadores ficam robotizados" e outros discursos saudosistas e negacionistas.
O nome dessa filosofia não ajuda: a gente relaciona a posição ao campo.
Então se vemos dois laterais abertos esperando a bola, pronto: é Jogo de Posição! Isso aconteceu muito com o Bruno Henrique na passagem de Dome pelo Fla.
Luan e Isla, separados por quilômetros e dias, foram eleitos culpados pelos gols sofridos por Palmeiras e Flamengo no final de semana.
Quando alguém erra, o que é mais produtivo fazer: eleger o culpado e pronto ou entender o motivo do erro?
Segue o fio pra pensar um pouco 👇
Vivemos numa cultura que individualiza e dramatiza a culpa como causa dos nossos insucessos.
Se existe um dano, você aponta o culpado e basta eliminar a causa de todo o mau que tudo segue seu curso regular e virtuoso.
É o que acontece em todas as eleições, por exemplo.
A psicologia aponta que eleger culpados é uma forma inconsciente de lidar com a frustração. É uma defesa da mente, como se fosse um muro criado para livrar um pouco a carga de reflexão e desprendimento que a aceitação do erro leva.
Quando um time joga mal, um clichê comum é dizer que "falta padrão de jogo". Que o time é uma bagunça.
É o que acontece no Flamengo.
Mas não é pelo tal do padrão. O Flamengo tem uma ideia de jogo, até que bem clara. Só que ela não tá sendo executada como deveria. Segue o fio👇
Primeiro de tudo, o que é esse tal de padrão de jogo?
Diz o dicionário que o termo "padrão" significa "Aquilo que serve para ser imitado como modelo; protótipo".
Logo, padrão é algo a ser seguido. Algo para se espelhar e REPETIR ao longo do tempo.
Padrão é algo para você se basear.
Um padrão de jogo é um posicionamento ou movimentação que os jogadores devem seguir nos momentos do jogo (ataque, defesa, transição) para todo mundo chegar no mesmo objetivo: a vitória.