Quando falam que construções antigas foram feitas por Aliens (que tem a tecnologia suficiente pra fazer viagens interplanetárias ou quiçá intergaláticas) fico imaginando eles conversando:
- Aroldo, bora viajar ali pra quele planeta com uma vida primitiva chamado Terra?
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- Mas o que a gente vai fazer lá, Jorge (traduzi os nomes porque era impronunciável em língua alienígena)?
- Empilhar umas pedras, assustar uma galera com o neon novo que instalei na nave, abduzir um pessoal ali...
- Se for pra empilhar pedra igual da última vez eu não vou.
- Por quê?
- Eu fiquei cortando pedra, calculando, encaixando blocos perfeitamente pra fazer várias pirâmides. Deu maior trabalho. Pelo menos ficaram fodas, modéstia à parte, dá uma olhada na foto:
- Cê sabe que admiro seu trampo né? Muito detalhista, mandou bem demais. Mas ainda não entendi qual é o problema.
- Aí beleza, fiz com o maior carinho essas pirâmides. Aí quando o Geraldo foi pra lá empilhar pedra, o cara me faz um serviço porco desses...
- Qual serviço?
- Esse:
- É, aí é foda, Geraldão vacilou. É que ele tem um estilo mais minimalista também né?
- Minimalista, Jorge? Porra, se é pra fazer de má vontade melhor nem fazer...
- Cê tem razão, a partir de hoje a gente não empilha pedra mais. Bora fazer arte amassando mato nas plantações?
- 🙄
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Ultimamente tenho visto grande polarização acerca do polêmico tema "Maconha medicinal". De um lado, a demonização de qualquer produto relacionado à Cannabis, como se o estudo científico da planta fosse um estímulo ao "uso de drogas". Do outro, a bajulação da planta como panaceia+
Acredito que sobre o uso medicinal, a forma de resolver essas falsas dicotomias seja se apoiar nas práticas baseadas em evidências e na racionalidade científica.
Primeiramente, não existe "maconha medicinal". Maconha, por definição, se refere a partes da Cannabis ricas em THC...
... usadas com finalidade recreativa na tentativa de alterar "estados mentais". Quando falamos de uso medicinal, estamos nos referindo ao uso da Cannabis (uma combinação de substâncias químicas), de elementos isolados (como canabidiol) ou de análogos sintéticos desses componentes
Quantas vezes você ouviu que no Brasil tem gente notificando COVID-19 em excesso? Ou que outras doenças matam mais que Covid? Ou que "parece que agora só morre gente de Covid", entre outros argumentos para dizer que nossa situação no Brasil não é tão ruim.
(continua...)
A todo momento enviam isso no seu WhatsApp junto a estimativas de mortes por Covid em comparação com outros países, para minimizar o que estamos vivendo aqui. Isso quando não citam "o placar da vida" que comemora o gol que fizemos na Alemanha e não mostra os 7 gols que levamos.
O número de mortos, independentemente de comparações já é uma tragédia por si só que merece toda nossa atenção e empatia. Mas se ainda assim existe esse interesse e necessidade em comparar, temos que começar comparando o Brasil pandêmico com o Brasil anterior à pandemia.
Quando escrevi o livro Desafios Toxicológicos (lançado no início de 2020), o caso de Bob Marley me chamou tanto a atenção, que utilizei um tópico deste capítulo para falar de teorias da conspiração. Mal sabia eu que formularíamos teorias muito mais loucas alguns meses depois...
Bob Marley morreu em decorrência de um melanoma (um tipo mais "agressivo" de câncer de pele) metastático que se "espalhou" para os pulmões e para o cérebro.
Bob descobriu o melanoma ao acaso, pois o mesmo estava localizado sob a unha do dedão do pé...
Em um acidente durante uma partida de futebol, sua unha teve que ser removida, e ele foi diagnosticado.
Embora orientado pelos médicos a amputar o membro, ele se recusou, por motivos não claros (mas que parecem ter sido religiosos e/ou também por afetar sua performance artística)
Essa maluquice sobre grudar moeda no braço após a vacina é na verdade um episódio muito didático de como nosso cérebro é muito criativo para enxergar padrões onde não existem.
Então deixo aqui 5 lições pedagógicas que podemos aprender com essa fake news:
1 - Se o evento B (moeda grudar) acontece logo após o evento A (vacinar), não significa que o evento A provocou o evento B. Correlação não implica em causalidade. 100% das pessoas que morreram, tomaram se hidrataram pouco tempo antes de isso acontecer. Mas beber água não mata.
2 - "O barulho de cascos que você ouve atrás de você geralmente não são de zebras". Ou seja, é muito mais provável que haja uma explicação mais simples. Que sejam cavalos.
Busque a explicação simples primeiro. Deixe a explicação maluca pros roteiros de ficção.
Quando qualquer um de nós se depara com uma fórmula dessas, a primeira reação é "torcer o nariz".
Mas e se eu te falar que a aplicação desse raciocínio traz mais lucidez e racionalidade para interpretar artigos científicos?
Abra o seu coração para a palavra do reverendo Bayes
Thomas Bayes foi um pastor presbiteriano do século XVIII, que veio a se tornar posteriormente famoso pelo "Teorema de Bayes", resumido na fórmula do tweet anterior.
Bayes desenvolveu a probabilidade condicional para tentar inferir a probabilidade subjacente a partir da observação
Não tá entendendo nada? Eu também demorei pra entender. Quando ele explicou isso para os outros, ninguém entendeu também. Por isso é mais fácil explicar isso por meio do experimento que originou o seu Teorema. Foi necessário apenas uma mesa e duas bolas. E uma mente brilhante.
A Dependência é um fenômeno complexo. Além dos aspectos neurobiológicos, o comportamento, a genética e o ambiente são cruciais para o desenvolvimento do quadro.
Vamos entender um pouco mais sobre esses aspectos neurobiológicos? Segue o fio!
Embora estes são sejam os únicos elementos envolvidos no processo de dependência e não possamos avaliar este fenômeno de modo descontextualizado, é fato que sem uma droga capaz de provocar dependência ou sem um cérebro capaz de se tornar dependente, não haveria dependência.
A dependência pode ser descrita como uma transição de ações impulsivas (incapacidade em adiar recompensas) para ações compulsivas (uso contínuo da droga, apesar das consequências negativas). O uso inicial da droga é geralmente voluntário, ligado à traços de impulsividade...