Seita. Do latim secta (selecionar, dividir). É um termo comumente ultilizado para descrever a complexidade de grupos que professam uma doutrina, ideologia, sistema filosófico ou político divergentes. Geralmente seguindo líderes vivos que promovem práticas novas e não-ortodoxas +
Algumas características comuns às seitas:
1 - São compostos em grupos menores
2 - Não aceitam informações e valores "mainstream" e se destacam da sociedade
3 - Demandam um grande comprometimento dos seus membros com a "causa".
4 - Tendem a deter o monopólio da "verdade"
5 - Possuem líderes carismáticos
6 - Impõe uma visão de mundo que enfatiza a legitimidade única de crença e práticas dos "crentes"
7 - Os seus adeptos negam que seja um grupo sectário.
8 - Promovem eventos socializadores, dispõe de símbolos identificadores comuns.
Eventos socializadores com símbolos identificadores comuns (Item 8). Texto adjetivado, utilizando termos como "celebrar", "amor", "gratidão" sobre um medicamento que carece de evidência de eficácia.
Rejeição das informações oriundas do ecossistema científico "maintream", se destacando da sociedade (item 2). Grande comprometimento dos membros com a causa (item 3).
9- Pelos motivos elencados acima, as seitas, parecem ter um alto grau de tensão com a sociedade. Seitas estabelecem a reivindicação de possuir acesso exclusivo e privilegiado à verdade ou a salvação. Tipo a mensagem do tio do Zap: "A verdade sobre as vacinas que não te contaram"
10 - A saída de uma seita pode acarretar diversos efeitos psicossociais em decorrência principalmente da hostilidade advinda do grupo que se está deixando. Sair de uma seita nunca é fácil porque ela exerce controle sobre toda a vida individual e coletiva dos indivíduos.
O recuo de um cientista que conduziu metanálises com ivermectina e percebeu que havia estudos enviesados que não permitiam aquelas conclusões. Ao lado, um dos líderes da "seita" sendo hostil com sua "saída"- item 10
Cuidado ao mirar errado na Ciência e acabar entrando numa seita.

• • •

Missing some Tweet in this thread? You can try to force a refresh
 

Keep Current with André Bacchi

André Bacchi Profile picture

Stay in touch and get notified when new unrolls are available from this author!

Read all threads

This Thread may be Removed Anytime!

PDF

Twitter may remove this content at anytime! Save it as PDF for later use!

Try unrolling a thread yourself!

how to unroll video
  1. Follow @ThreadReaderApp to mention us!

  2. From a Twitter thread mention us with a keyword "unroll"
@threadreaderapp unroll

Practice here first or read more on our help page!

More from @adbacchi

1 Aug
Ultimamente tenho visto grande polarização acerca do polêmico tema "Maconha medicinal". De um lado, a demonização de qualquer produto relacionado à Cannabis, como se o estudo científico da planta fosse um estímulo ao "uso de drogas". Do outro, a bajulação da planta como panaceia+
Acredito que sobre o uso medicinal, a forma de resolver essas falsas dicotomias seja se apoiar nas práticas baseadas em evidências e na racionalidade científica.
Primeiramente, não existe "maconha medicinal". Maconha, por definição, se refere a partes da Cannabis ricas em THC...
... usadas com finalidade recreativa na tentativa de alterar "estados mentais". Quando falamos de uso medicinal, estamos nos referindo ao uso da Cannabis (uma combinação de substâncias químicas), de elementos isolados (como canabidiol) ou de análogos sintéticos desses componentes
Read 14 tweets
30 Jul
Quando falam que construções antigas foram feitas por Aliens (que tem a tecnologia suficiente pra fazer viagens interplanetárias ou quiçá intergaláticas) fico imaginando eles conversando:
- Aroldo, bora viajar ali pra quele planeta com uma vida primitiva chamado Terra?
+
- Mas o que a gente vai fazer lá, Jorge (traduzi os nomes porque era impronunciável em língua alienígena)?
- Empilhar umas pedras, assustar uma galera com o neon novo que instalei na nave, abduzir um pessoal ali...
- Se for pra empilhar pedra igual da última vez eu não vou.
- Por quê?
- Eu fiquei cortando pedra, calculando, encaixando blocos perfeitamente pra fazer várias pirâmides. Deu maior trabalho. Pelo menos ficaram fodas, modéstia à parte, dá uma olhada na foto: Image
Read 5 tweets
21 Jun
Quantas vezes você ouviu que no Brasil tem gente notificando COVID-19 em excesso? Ou que outras doenças matam mais que Covid? Ou que "parece que agora só morre gente de Covid", entre outros argumentos para dizer que nossa situação no Brasil não é tão ruim.

(continua...)
A todo momento enviam isso no seu WhatsApp junto a estimativas de mortes por Covid em comparação com outros países, para minimizar o que estamos vivendo aqui. Isso quando não citam "o placar da vida" que comemora o gol que fizemos na Alemanha e não mostra os 7 gols que levamos.
O número de mortos, independentemente de comparações já é uma tragédia por si só que merece toda nossa atenção e empatia. Mas se ainda assim existe esse interesse e necessidade em comparar, temos que começar comparando o Brasil pandêmico com o Brasil anterior à pandemia.
Read 11 tweets
19 Jun
Quando escrevi o livro Desafios Toxicológicos (lançado no início de 2020), o caso de Bob Marley me chamou tanto a atenção, que utilizei um tópico deste capítulo para falar de teorias da conspiração. Mal sabia eu que formularíamos teorias muito mais loucas alguns meses depois... Image
Bob Marley morreu em decorrência de um melanoma (um tipo mais "agressivo" de câncer de pele) metastático que se "espalhou" para os pulmões e para o cérebro.

Bob descobriu o melanoma ao acaso, pois o mesmo estava localizado sob a unha do dedão do pé...
Em um acidente durante uma partida de futebol, sua unha teve que ser removida, e ele foi diagnosticado.
Embora orientado pelos médicos a amputar o membro, ele se recusou, por motivos não claros (mas que parecem ter sido religiosos e/ou também por afetar sua performance artística)
Read 11 tweets
15 Jun
Essa maluquice sobre grudar moeda no braço após a vacina é na verdade um episódio muito didático de como nosso cérebro é muito criativo para enxergar padrões onde não existem.

Então deixo aqui 5 lições pedagógicas que podemos aprender com essa fake news:
1 - Se o evento B (moeda grudar) acontece logo após o evento A (vacinar), não significa que o evento A provocou o evento B. Correlação não implica em causalidade. 100% das pessoas que morreram, tomaram se hidrataram pouco tempo antes de isso acontecer. Mas beber água não mata.
2 - "O barulho de cascos que você ouve atrás de você geralmente não são de zebras". Ou seja, é muito mais provável que haja uma explicação mais simples. Que sejam cavalos.
Busque a explicação simples primeiro. Deixe a explicação maluca pros roteiros de ficção.
Read 6 tweets
15 May
Quando qualquer um de nós se depara com uma fórmula dessas, a primeira reação é "torcer o nariz".
Mas e se eu te falar que a aplicação desse raciocínio traz mais lucidez e racionalidade para interpretar artigos científicos?

Abra o seu coração para a palavra do reverendo Bayes
Thomas Bayes foi um pastor presbiteriano do século XVIII, que veio a se tornar posteriormente famoso pelo "Teorema de Bayes", resumido na fórmula do tweet anterior.
Bayes desenvolveu a probabilidade condicional para tentar inferir a probabilidade subjacente a partir da observação
Não tá entendendo nada? Eu também demorei pra entender. Quando ele explicou isso para os outros, ninguém entendeu também. Por isso é mais fácil explicar isso por meio do experimento que originou o seu Teorema. Foi necessário apenas uma mesa e duas bolas. E uma mente brilhante.
Read 11 tweets

Did Thread Reader help you today?

Support us! We are indie developers!


This site is made by just two indie developers on a laptop doing marketing, support and development! Read more about the story.

Become a Premium Member ($3/month or $30/year) and get exclusive features!

Become Premium

Too expensive? Make a small donation by buying us coffee ($5) or help with server cost ($10)

Donate via Paypal Become our Patreon

Thank you for your support!

Follow Us on Twitter!

:(