Curiosa a ideia de que Abel não tira o que o elenco do Palmeiras "pode" dar.

Um elenco que já deu Libertadores e Copa do Brasil, com jogos muito superiores a River e Grêmio, e ainda foi muito melhor que o rival São Paulo...

É o mesmo elenco que não é aproveitado pelo técnico?
Com Luxemburgo, reclamava-se muito do elenco do Palmeiras.

Abel pegou um elenco PIOR (sem Ramires e Dudu), e sem tempo de treino, elevou o nível de desempenho e resultado do time.

É um trabalho indiscutível de tão bom. E como qualquer trabalho no mundo, longe de ser perfeito.
O problema, hoje, é a dificuldade contra times mais fechados. Algo que vinha muito antes do Abel e que tem como origem a própria característica do elenco, cheio de jogadores que rendem com espaço (Dudu, Rony, etc) e poucos pensadores de trás.

Desde Moisés que falta essa peça.
O que acontece é que pegam essa única característica, que ficou evidente contra o CRB, e maximizam ela para falar que "falta" algo, ou que o trabalho não é bom.

É um juízo de valor, pessoal, que não deve ser levado como análise.

Porque analisar é ver o todo.
Vendo o todo, vemos que Abel tirou tanto, mas tanto desse elenco, que todos os jogos grandes do Palmeiras partiram de estratégias e mudanças para maximizar a principal característica do elenco: o espaço para o pelotão de frente correr.
Contra o River, Abel mudou a defesa para uma linha de cinco que travou as tabelas do River por dentro e permitiu que mais roubadas de bola acontecessem para Rony e Scarpa correrem em direção ao gol.
ge.globo.com/blogs/painel-t…
Contra o Santos, o português viu que o forte do time era as entradas de Marinho e Soteldo por dentro, e alterou a função dos volantes, como ele explicou na coletiva, para brecar o forte do rival e potencializar o próprio elenco.
ge.globo.com/blogs/painel-t…
Contra o São Paulo, mudou o sistema de encaixes do Palmeiras para neutralizar Daniel Alves, tirar a saída limpa de Luan e, novamente, criar mais roubadas de bola para Dudu receber na entrelinha e fazer o jogo girar.
ge.globo.com/blogs/painel-t…
Olha só como é injusta a análise sobre o Abel: reclama de repertório, desempenho, time defensivo...

Mas nunca levam em conta o TRABALHO dele: entendeu as características do elenco, usou suas armas (treino e análise) e POTENCIALIZOU as peças humanas que estavam lá.
É um trabalho que não tem nem um ano completo, tem pouco tempo de treno teve pouquíssimas contratações: dois zagueiros, Dudu de volta e Danilo Barbosa, emprestado pelo Nice.

Qualquer balança bem calibrada vai te dizer que Abel fez MUITO, MAS MUITO mais do que se esperava dele.
É justa a ideia de que o Palmeiras não domina os jogos. Contra o Cuiabá ficou evidente.

E isso deve ser analisado de modo holístico, vendo que o elenco e a situação financeira do Palmeiras estão relacionadas à maneira de jogar do time.
Não ver isso, tirar uma coisa, aumentar ela de volume pra fazer outros pontos não serem falados e criar uma ideia coletiva que o trabalho não é bom é apenas criação de narrativa.

Menos narrativa, mais análise. Faz bem pra todo mundo.
E uma coisa que falaram aqui: é só lembrar do Rony antes do Abel e depois do Abel. Isso encerra qualquer tipo de discussão sobre o trabalho "não ser bom".

É um trabalho excelente. Dos melhores nos últimos anos no Brasil.

Excelente não é perfeito.
ge.globo.com/futebol/times/…
Agora, se você critica o Abel ou alguém por "ser bom, mas não ser perfeito"...

Aí o problema tá na sua expectativa.

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