Thread by @pedrocintra52

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Qual a relação entre anticorpos e risco de #COVID19 sintomática ou assintomática? Essa pergunta está cada vez mais perto de ser respondida e hoje vou fazer mais um fio🧵 sobre um preprint que apenas hoje li e ajuda nessa resposta
doi.org/10.1101/2021.0…

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É natural pensar que, mais anticorpos = mais proteção. Mas como essa relação se da? Só anticorpos bastam? É isso que os estudos de correlatos de proteção buscam.

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Vale lembrar aqui, que o sistema imunológico é muito mais que apenas anticorpos flutuando pelo sangue e os mecanismos que nos protegem da doença sintomática são diferentes dos que nos protegem da doença severa.

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E ainda lembrar que o principal papel das vacinas nesse momento é prevenir a doença severa, onde os correlatos de proteção são bem mais complexos e diversos que na prevenção de sintomas ou infecção em si.

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Sendo assim, vamos olhar o que o preprint nos traz. Ele incluiu um subgrupo (correlates cohort) dos participantes da fase 2/3 da vacina da Oxford-AstraZeneca.

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A ideia foi utilizar os dados de resposta imune dos participantes que não haviam sido infectados previamente 28 dias após a 2ª dose e comparar a magnitude dessa resposta com o risco de desenvolver COVID sintomática ou assintomática.

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Os participantes foram acompanhados por 85 a 88 dias, contando 7 dias após a visita do dia 28 após a 2ª dose, ou seja, o acompanhamento foi até 123 dias após a 2ª dose.

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171 participantes tiveram infecção positiva e possuíam dados de imunogenicidade, e 1404 não foram infectados e também possuíam dados de imunogenicidade. As infecções ocorreram em pessoas mais jovens e mais frequentemente em profissionais da saúde.

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O risco de COVID sintomática diminuía com o aumento de anticorpos IgG anti-S e anti-RBD. Juntamente com isso, maior capacidade de neutralização de pseudovírus e vírus vivo em laboratório implicou em um menor risco de desenvolvimento de COVID sintomática.

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Já para COVID assintomática, não houve relação clara entre os níveis de anticorpos ou capacidade de neutralização com o risco de ser infectado e testar positivo sem sintomas.

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Analisando os casos de COVID sintomática com a ocorrência de dificuldade respiratória, ainda havia uma diminuição do risco, conforme as métricas imunogênicas aumentavam.

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Buscaram ainda quais níveis de anticorpos estão associados à uma eficácia protetora da vacina de 80%. Os níveis associados à 80% de eficácia foram de 40923 (95% CI: 16748 - 125017) AU/ml para IgG anti-s, ou equivalentemente, 264 BAU/mL (95% CI 108 - 806).

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Para IgG anti-RBD 80% de eficácia era atingida com uma mediana de 63383 (95% CI: 16903 - não computado (NC)) AU/ml.

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Para todas as análises, quando restringiam para COVID sintomática com dificuldade respiratória, os limiares de 80% de eficácia eram menores. O que reforça uma maior proteção das vacinas contra o agravamento da doença.

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Esses resultados nos aproximam ainda mais de estabelecer a relação exata entre níveis de anticorpos e proteção contra a COVID sintomática. Agora um resultado muito interessante do grupo foi o de que os níveis de anticorpos não estavam correlacionados com COVID assintomática

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Isso nos da indícios que não adianta estar vacinado, e nem fazer teste de anticorpo, e achar que não se infecta e não transmite a doença. Isso tá em acordo com o resultado de fase 3 dessa vacina, onde a eficácia contra a COVID assintomática foi de 27.3% (95%CI -17.2 - 54.9)

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Alem disso, esse estudo contribui bem para a possibilidade de aprovação de vacinas futuras baseados nos dados de imunogenicidade. Uma vez que é cada vez mais difícil realizar testes de fase 3 durante a pandemia com a vacinação avançando no mundo.

Marcando os divulgadores que podem se interessar ou não tenham lido ainda: @mellziland @oatila @LeSarturiP @luizacaires3 @TabataBohlen @ntsnaleatorias @anarina @mab_sp125 @marfcg @leandrotessler @dogarrett @rizbicki @rafalpx @schrarstzhaupt @otavio_ranzani @wasimvacinas