Dia 8 de setembro. O BRASIL ACORDA EXATAMENTE IGUAL AO DIA 6.
A gasolina continua cara, temos milhares de desempregados, vamos ficando mais pobres.
Sabe por quê? Porque - DE NOVO - optamos por focar no irrelevante. Pedimos pautas que NADA AFETAM nossos VERDADEIROS PROBLEMAS. 1/
Pergunte a um brasileiro, o que mais o preocupa. A resposta será algo como:
- Nossa inflação está em 9%.
- Temos 14,8% milhões de desempregados (14,6% dos dos brasileiros).
- 27 milhões de brasileiros vivem na miséria.
- Gasolina já está R$ 7,00.
De forma mais sutil, mas não menos importante, também temos:
- O ambiente tributário mais caótico do mundo.
- O Brasil continua sendo um dos lugares mais difíceis de se fazer negócios no mundo.
- Vamos usar R$ 2,1 bilhões para eleições.
- Nosso judiciário é o mais caro do mundo.
Veja o Ranking de complexidade tributária.
Ou o dado do Doing business: horas para preparar e pagar impostos.
Somos líderes em ambos.
Nosso judiciário
E o que as pessoas foram às ruas pedir?
- Voto impresso.
- Vacina não obrigatória e sem passaporte da vacina.
- Destituição dos ministros do TSE e STF.
- Afastamento do Alexandre de Moraes.
Nem vou considerar a parte do "Intervenção militar" por considerar uma minoria lunática.
Eu sinceramente RESPEITO essas manifestações e alguém se sentir representado por Bolsonaro.
Democracia além da página dois é isso. Respeitar a opinião diferente da sua.
Mas percebem como os problemas continuarão os mesmos? E quem você acha que +vai sair prejudicado nisso tudo?
Nossa Brasília de Versalhes? Claro que não.
- Os políticos continuarão com foro privilegiado.
- Quando houver outra crise e queda na renda, a elite do funcionalismo público vai continuar tendo aumento.
- Continuaremos com o nosso judiciário mais caro do mundo.
E o que temos para os 210 milhões de brasileiros?
- Os pobres continuarão sem mobilidade social;
- O empresário com dificuldade de fazer negócios pagando muitos impostos;
- As crianças continuarão chegando ao ensino médio sem saber fazer as operações básicas de matemática.
Percebem que nessa polarização, a gente foca no que menos interessa e os mais prejudicados são os brasileiros?
Não por acaso, de 2010 a 2020 tivemos o pior crescimento da história.
O que fizemos não deu certo. Precisamos de novas políticas para mudar nos próximos 20 anos.
Veja bem que não estou falando APENAS para quem foi às ruas apoiar Bolsonaro.
Falo também para quem foi apoiar em 2015 Lula ministro na Casa Civil para ter foro privilegiado. Ou quem foi fazer vaquinha virtual para José Genuíno.
Falo pra quem cai nessas cortinas de fumaça.
A notícia ruim é que se continuarmos repetindo esse comportamento sem focar no relevante, estaremos em 2026, 2030 ou 2034 no mesmo debate.
Continuaremos nessa miséria, crescendo cada vez menos, vendo países que focam nos problemas reais ficarem cada vez mais ricos que nós.
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"Se você tem 10 milhões de reais, você é meio pobre!"
Essa foi a frase do vídeo do @FeCastanhari que viralizou. É uma frase completamente errada que ensina coisas erradas e sugere políticas públicas erradas...
O que ele deveria ter dito para não desinformar o brasileiro?
Basicamente ele diz que o #N° 1 do Brasil é o Eduardo Saverin com R$ 97 bilhões.
E continuar dizendo que Silvio Santos - que tem R$ 1,7 bilhão - está bem mais próximo de quem não tem nada do que do Saverin.
E por isso quem tem uma Land Rover - um carro de R$ 500 mil - é pobre.
Mas vamos usar um outro exemplo.
Imagine que você colocasse todos os brasileiros em uma fila gigante por ordem de renda. Dos mais ricos aos mais pobres.
No ponto mais ao norte do país - Oiapoque - você coloca os mais ricos. No outro extremo sul - Chuí - estarão os mais pobres.
Nessa civilização os "direitos" dos trabalhadores eram defendidos a qualquer custo por políticos e sindicatos! Qualquer mudança que fosse "prejudicar" os trabalhadores era barrada!
Perto dali, havia outra civilização a Marketland.
Nessa civilização os sindicatos eram fracos. Os grupos de interesse e as sociedades de classe não conseguiam fazer lobbys.
Sempre que havia alguma mudança na lei ou alguma nova tecnologia, portanto, o projeto era aprovado sem muita resistência.
Na Lobbyland, qualquer mudança que gerasse desemprego sofria resistência. Por isso os Lobbylanders ainda utilizavam lampiões e tinham suas colheitas manuais.
Houve uma tentativa de instalar luz elétrica e tratores, mas como os setores empregavam muita mão de obra, não avançou.
Ninguém gosta de pagar imposto. E justamente por causa disso, devemos ter um sistema:
- Simples
- Transparente
- Neutro
Assim, governos conseguem levantar recursos necessários sem gerar distorções na economia de maneira EFICIENTE. Segue.
- Um sistema deve ser SIMPLES para que as empresas e pessoas paguem seus impostos da maneira menos custosa possível.
- TRANSPARENTE para verificarmos facilmente.
- E NEUTRO para não distorcer as decisões dos agentes.
Nosso sistema não é nada disso. Mas como mudar?
Uma discussão séria deve começar comparando as melhores práticas no mundo.
Vejamos como é nos países da OCDE?
Da receita total do governo (100%), temos:
- Imposto sobre renda, lucro, ganho de capital: 34%
- Bens e serviços: 33%
- Contribuição social: 26%
- Propriedade: 6%