Uma organização de base que detinha a hegemonia dos sindicatos, associações de uma micro região resolveu lançar um candidato a vereador para "ocupar o espaço" Com política feita pelo povo. Não conseguiu se eleger. Os de cima perceberam que havia uma fragilidade ali. +
A prefeitura era dominada por setores latifundiários e contrários a essa organização. Ao perceber que perderam, os de cima resolveram se candidatar para a associação e sindicato que essa organização dominava. Chapas pelegos, boa grana do empresariado local: a organização perdeu.+
Todas as bases que tinha agora divide ou perdeu para os latifundiários e seus representantes entre os pequenos. O Conselho dos mais velhos da Teia à época da eleição municipal? Não se candidate, nossa luta não precisa desses espaços. Mas cada um sabe de sua luta, né? +
Pois bem, eles se expuseram à opinião pública e revelaram a incapacidade de fazer sua base votar numa eleição para sua candidatura. A partir daí abriu a brecha para a direita tomar as instituições populares. O risco da eleição não é só perder o estado, é muito pior. +
A avaliação tb foi que a própria base rachou por causa da eleição. No interior tem muito voto por causa de familiares e por amizade, mas o fulgor eleitoral atingiu a organização de trabalhadores e atingiu em cheio. Na ambição de ocupar espaço, perderam seu espaço. +
O estado é racista, foi feito para nos dominar. Entrar na sua estranha exige uma ciência poderosa para não de perder. Nós precisamos compreender isso. O fracasso do dia 12 mostrou tb ao inimigo que o combate é com as esquerdas, não com os liberais.+
Agora as esquerdas precisam entender que voltar à gerência do estado nacional pode aliviar nossa dor de agora? Pode. Mas sem um grande plano abaixo, dos povos em luta, pode mostrar a fragilidade para perdermos muito para o capital. Cuidado. Atentai-vos! +
Sem retomadas, sem tomada de meios de produção, sem grandes marchas e acampamentos, qualquer governo de esquerda pode abrir uma brecha severa para o capital, um novo Pacto contra os direitos e terras dos povos em nome da governabilidade da esquerda (para o capital). Atentai-vos!
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Eu até acho engraçado a piada com o triplex de Lula ou seu pacote de medidas. Mas o que ele está fazendo nesta viagem, nesta data, enquanto o evento mais importante do ano ocorre em Brasília... bem o que ele está fazendo é uma piada, mas quem ri é o andar de cima.+
A viagem é uma espécie de Carta ao Povo Banqueiro. Invés de mostrar solidariedade e atrair sua mídia para o #LutaPelaVida, acampamento indígena em Brasília, ele se reúne com políticos de amplo espectro ideológico para dizer: andar de cima, não sou radical.+
Eu estou dizendo que Lula e o PT estão errados? Não. Eles acreditam na democracia e ordem burguesa como caminho de mitigação de danos causados pelo capital. Portanto o caminho para acessar o poder na democracia burguesa passa pelos representantes da burguesia. Agora veja..+
Qual foi historiadora? Oxe... na antiguidade tem texto dos escravizados, no caso dos judeus, reclamando da escravização, discutindo a ilegitimidade. Na idade média tem texto de tribos árabes recomendando não torturar prisioneiro, tratá-los bem e etc. Cê tá é de sacanagem.+
Na verdade, para você, Faraó foi brother pq era para egípcio ter carregado é mais pedra, a pirâmide podia ser maior, pq na época... olha anacronismo com pimenta e areia é refresco no olho do outro. Se fosse para olhar história com o olhar da época, só tinha memorialismo.+
Quando Bloch foi enfrentar nazi, quando Benjamin morreu para nazi num pegá-lo, você tá dizendo: era para eles serem compreensivos com a época deles, aquele tipo de violência era comum. É por isso que ambos bradavam contra o olhar conformista na história.+
Tenho acordo total quando se critica a ausência de organização e de acúmulo em lutas de rua. Mas se organização por si fosse sinal de sucesso na luta, veja bem: a gente tem partido revolucionário aqui há 100 anos. O debate é mais complexo e precisa de alteridade na reflexão.+
Nós temos muita rua, muito campo para a luta rebelde no Brasil. As estratégia de outras esquerdas atrapalha a de sua organização como? Você disputam o mesmo povo? O cursinho popular que fizeram naquela quebrada devia ser de vocês? Qt quebradas num tem ai para fazer uma ação?+
Então nosso problema é pelo oposto: há luta de menos num país sendo transformado em pasto fascista conservador cristão. Você pode achar que o campo de luta das outras esquerdas está equivocado, mas acaso sua organização conseguiu vencer alguma batalha decisiva pelos povos?+
A luta indígena deveria ter centralidade para qualquer espectro de esquerda no BR. Vejamos, se liberar qualquer empreendimento capitalista em Terra Indígena, é deixar 12% das terras do país indisponíveis para o capital disponíveis para gerar riqueza para nossos inimigos. +
Por outro lado, se você impede novos territórios indígenas a partir da tese do marco temporal, nós estamos falando que menos terras irão se converter em bem comunal e passarão a ser meios de produção na mão dos mesmos de sempre: os latifundiários que ganharão mais poder.+
Se, pelo contrário, povos indígenas seguem se levantando e retomando terra, nós estamos falando que nossos inimigos (os latifundiários) perderão meios de produção, portanto, menos recurso, menos poder na sociedade. Tirar meio de produção da burguesia rual é fundamental.+
O que torna o pensamento dos povos menos capaz de seguir seu rumo até os corações e mentes das pessoas não é a hegemonia do pensamento europeu acadêmico. As interdições violentas anteriores à porta da academia são muito mais dolorosas. A censura da fome, da violência policial...+
Os medos produzidos pelo poder contra os territórios com pensamentos rebeldes são poderosos. Eles se construídos em doses homeopáticas nas rádios, TV's e jornais locais, são endossados em cada período eleitoral e vai minando aquela comunidade de pensadores autônomos.+
Mas os poderosos não fazem isso por uma defesa do cânone ocidental. Eles estão disputando ali o poder da terra e a influência sobre o povo potencialmente rebelde daquele lugar. São tarefas cotidianas de um bloqueio que impede a maioria dos povos rebeldes de alcançar a academia.+
Quanto mais eu acompanho a cena política brasileira, mas eu percebo que o caminho que deveríamos nos aprofundar está na tradição rebelde, clandestina das rebeliões de povos que vivemos, sobretudo, no século XIX e início do XX. Elas guardam algo que seria fundamental hoje.+
Uma moral elevadíssima de um povo sujeitado pela escravidão, mas que se rebelava apesar de todos os riscos. Não existia nem esboço do estado de direito. A tortura, a degola, a execução em campo e o enforcamento eram a prática do Estado brasileiro contra seu povo.+
E como ousavam resistir diante de todos estes riscos? É que o mundo dos povos apesar de violentado, carregava suas cosmovisões como uma extensão do corpo até o território, as águas, as matas, os parentes, os seres que ali viviam. Esta sabedoria formavam a gente para a guerra.+