Galo foi melhor, sem conseguir de fato entrar na área. Palmeiras esbarrou nos conhecidos problemas de construção.
Jogo de Libertadores costuma ser mais truncado mesmo. Dito isso, Atlético-MG e Palmeiras poderiam ter mostrado mais com a bola, mas foram muito bem sem ela.
Cuca fez algo interessante hoje, que foi puxar o Allan para a esquerda para que Arana ficasse sempre aberto no corredor esquerdo.
Assim, Nacho e Zaracho tinham todo o espaço por dentro para circular e cadenciar até achar Hulk e Diego Costa em tabelas curtas, o forte do time.
A resposta de Abel foi colocar Rony pela direita, acompanhando o lateral para que a linha de defesa ficasse estruturada e criasse superioridade em Hulk e Diego Costa.
Felipe Melo entrou para proteger a entrada da área e permitir que os meias subissem para pressionar alto.
Com a bola, o Palmeiras adotou seu costumeiro jogo direto, com Dudu buscando mais a bola e Rony e Luiz Adriano se antecipando. Só que o Galo, com seus tradicionais encaixes, neutralizou esses movimentos. Olha aqui o Dudu acompanhado de perto pelo Allan, que é "levado" até o lado.
Isso fez o Palmeiras criar muito pouco com base em associação e toque curto, o que Abel deve ter compreendido ao lançar Wesley e Deyverson. Se não dava por baixo, a tentativa era pelo alto mesmo, sem sucesso.
Já o Galo teve maior presença no campo do Palmeiras com o jogo de toques curtos, mas encontrou dificuldade em conectar Hulk e principalmente Diego Costa quando chegava. Muito pela boa pressão do Palmeiras, com esse meio mais móvel e uma defesa sempre alinhada.
O futebol vai além do bonito e do feio, do agradável e do chato. Até jogos que não são lá tão legais de ver podem ter coisas interessantes de analisar, como Atlético e Palmeiras tiveram.
A decepção vem pela expectativa, justíssima, que os times nutriram por chegar nessa fase.
O Atlético-MG é favorito por ter mais elenco, decidir em casa e ainda com torcida. O Palmeiras não perde fora de casa na Libertadores há 14 jogos. Sinceramente, tudo pode acontecer na volta. A ver se será melhor, aos nossos olhos, no Mineirão.
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Renato Gaúcho nunca se vendeu como técnico que prioriza organização tática. Sempre deixou claro que seu forte era recuperar individualidades e gerir o grupo.
Isso explica muito da falta de controle do Fla, especialmente no 2º tempo, mas não indica que Renato é um técnico ruim.
O papel de um treinador é tomar decisões para chegar num determinado objetivo: vencer o jogo. Essas decisões, no fim, sempre são de ordem tática (porque envolvem o jogo) e de gestão de grupo (porque envolvem as pessoas que estão lá dentro de campo).
Exemplo: quando o Renato recua o time no 2º tempo, com a vantagem no placar.
Essa decisão é tática. Ele quer chamar o adversário, mas defendendo bem, geralmente com Thiago Maia. Aí, explora a velocidade do Michael no contra-ataque. ge.globo.com/blogs/painel-t…
Curiosa a ideia de que Abel não tira o que o elenco do Palmeiras "pode" dar.
Um elenco que já deu Libertadores e Copa do Brasil, com jogos muito superiores a River e Grêmio, e ainda foi muito melhor que o rival São Paulo...
É o mesmo elenco que não é aproveitado pelo técnico?
Com Luxemburgo, reclamava-se muito do elenco do Palmeiras.
Abel pegou um elenco PIOR (sem Ramires e Dudu), e sem tempo de treino, elevou o nível de desempenho e resultado do time.
É um trabalho indiscutível de tão bom. E como qualquer trabalho no mundo, longe de ser perfeito.
O problema, hoje, é a dificuldade contra times mais fechados. Algo que vinha muito antes do Abel e que tem como origem a própria característica do elenco, cheio de jogadores que rendem com espaço (Dudu, Rony, etc) e poucos pensadores de trás.
Louis Van Gaal está muito próximo de comandar a seleção da Holanda pelos próximos 18 meses, visando a classificação para a Copa do Mundo de 2022.
Breve fio sobre um dos mais importantes treinadores da história do futebol 🧶👇
Van Gaal se caracterizou como um construtor de equipes. O técnico que demitia e contratava mesmo a contragosto de muitos e dava chances para novos nomes da base.
Ele é o treinador holandês com mais títulos conquistados a nível internacional e sempre foi considerado um meio-termo entre a filosofia quase utópica de Cruyff (de quem era desafeto) e o pragmatismo que teve Leo Beenhakker, tri-campeão espanhol com o Real Madrid, como expoente.
A forma pela qual Rogério Ceni foi demitido do Flamengo é grave, desrespeitosa.
Quando entendermos que os medalhões, as dívidas e a falta de inovação no futebol brasileiro começa em diretorias amadoras como a do Flamengo, que o problema tá na gestão, aí a coisa melhora...
Toda hora, te vendem e fazem você acreditar que o problema do seu time é o técnico. Que ele isso, que ele aquilo. A conclusão lógica, que todo mundo toma, é simples: "troca".
Mas o problema, na maioria das vezes, não é ele. É a diretoria. Gente que você não sabe nem o nome.
Não adianta cobrar que o técnico do seu time seja "moderno e atualizado", como tentam te vender que soluciona, se ele não tem o mínimo respaldo da diretoria ou não está inserido num planejamento maior.
A quarta eliminação do Palmeiras numa disputa de pênaltis em 2021 é sinal de uma dificuldade cada vez mais aparente: criar contra defesas fechadas.
Pode parecer que o problema está no elenco.
Não é isso. O desafio é mais difícil: mudar o modelo para novos desafios. Vem no fio👇
Primeiro de tudo: criar jogo é um mecanismo coletivo. Não depende de um camisa 10 com poderes mágicos, como diz o imaginário popular.
É um engrenagem que envolve movimentos sem a bola para tirar o adversário do lugar e abrir espaço para alguém, como o volante ou o camisa 9.
Abel Ferreira opta por criar espaço a partir de um jogo direto. Veja bem: não é chutão, não é bagunça, é direto. Rápido, sem firula, com passes para frente e agilidade pra chegar ao gol.
Esse jogo direto tem dois mecanismos claros: a saída de três e infiltrações dos atacantes.
Apertem os cintos: o Jogo de Posição irá dominar novamente o debate esportivo com a chegada de Miguel Ángel Ramírez no Internacional.
Mas afinal, que raios é isso?
Antes de tudo: Jogo de Posição é uma filosofia. Um jeito diferente de ver futebol. Segue o fio pra entender! 👇
Conhecimento é algo vivo e em constante transformação.
Então é muito natural que o Jogo de Posição (vamos abreviar pra JdP) cause tantas confusões e enganos, como "o time fica estático", "os jogadores ficam robotizados" e outros discursos saudosistas e negacionistas.
O nome dessa filosofia não ajuda: a gente relaciona a posição ao campo.
Então se vemos dois laterais abertos esperando a bola, pronto: é Jogo de Posição! Isso aconteceu muito com o Bruno Henrique na passagem de Dome pelo Fla.