Os EUA aumentaram o desemprego MUITO MAIS que o Brasil no Covid.
Saíram de 3,5% de Desemprego em Janeiro/2020 para 14,8% em Abril/2020. Enquanto nós saímos de 11,2% para 12,6% no período.
E é justamente isso que torna o mercado de trabalho deles muito melhor que o nosso. Segue
- Antes do Covid: 01/2020.
EUA: 3,5%
Brasil: 11,2%
- Auge do Lockdown no Covid: 04/2020
EUA: 14,8%
Brasil: 12,6%
- Hoje: 11/2021
EUA: 4,6%
Brasil: 13,2%
Um dos principais motivos é que os Estados Unidos têm um mercado de trabalho MUITO MAIS FLEXÍVEL que o brasileiro.
Por aqui, para um empresário demitir há: aviso prévio, férias e 13° proporcionais, saque do FGTS e multa de 10%.
Nos Estados Unidos os "benefícios" são menores.
A consequência é que, se é mais barato demitir lá do que aqui, uma empresa americana tende a fazer isso mais rápido e com mais frequência.
Muitos podem achar o Brasil melhor. "Ah, se manter emprego é bom, é melhor que a empresa não demita rapidamente".
Mas há 3 consequências.
1. Na hora de CONTRATAR, as empresas levam em conta os custos de DEMITIR. Então, custos altos acabam desestimulando as demissões, MAS TAMBÉM AS CONTRATAÇÕES.
Quem não pode demitir, também pensa 2x antes de contratar!
O resultado é um mercado de trabalho muito menos dinâmico.
Assim, restrições a demissões aumentam a duração do desemprego.
Por isso os EUA voltaram para os 4,6% muito mais mais rápido que nós.
Nós passamos pelo Jobless recovery, uma recuperação sem criar tanto emprego como eles. Porque nossos empresários resistem mais.
Países da Europa continental que impõem
severas restrições no mercado de trabalho estão entre os que apresentam as maiores taxas de desemprego do mundo.
Na Venezuela uma lei trabalhista de 2012 obriga as empresas a obter permissão do governo para demitir qualquer funcionário.
Há uma Lei que estabelece o pagamento duplo em caso de demissões injustificadas. É quase impossível demitir na Venezuela.
2. A segunda consequência é mais custosa ainda.
As empresas tem um número ótimo de funcionários. No Brasil, em épocas de crise, as empresas tem MAIS funcionários do que deseja e, em épocas de recuperação, tem MENOS funcionários do que o ideal.
E o que isso significa?
Significa que nossas empresas operam de maneira mais INEFICIENTE do que os americanos.
Lembra da produtividade?
Se você tem mais funcionários do que quer nas CRISES, você produz a um custo mais caro. E se tem menos do que deseja na RECUPERAÇÃO, você produz menos do que poderia.
3. A terceira consequência é a geração de empregos melhores.
A mobilidade no mercado de trabalho é um ingrediente
importante para o desenvolvimento.
Não queremos trabalhadores na indústria de máquinas de escrever como há 30 anos.
É natural que as pessoas mudem de atividade.
No caso dos EUA, grande parte dos desempregados vão para os novos setores, em modelo + modernos.
Setores + tecnológicos com maiores salários.
Um paper de 2011 mostra que quem cria mais empregos são empresas mais jovens. No Brasil, mantemos os mesmos velhos empregos de sempre.
Ou seja, quando defendemos um mercado de trabalho mais flexível, não defendemos para ter mais desemprego.
Ainda que o custo disso seja um mercado mais volátil, defendemos para que as empresas possam contratar mais rápido, em novos setores, gerando mais renda para o país.
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Uma semana após dizer que foi 'obrigado a vetar' distribuição de absorvente que custaria 80 milhões, Bolsonaro anuncia um furo ao teto de R$ 30 bilhões.
E mais, um subsídio de R$ 4 bilhões para caminhoneiros.
Fez igual governos anteriores inclusive o que ele criticava. Segue.
NÃO HÁ NADA QUE ATRAPALHE MAIS O SUCESSO DO QUE AQUILO QUE EVITAMOS.
Evitamos conversas difíceis. Evitamos certas pessoas.
Evitamos decisões difíceis. Evitamos evidências que contradizem o que pensamos. Evitamos iniciar um projeto até termos certeza do resultado.
Para justificar "aquilo que evitamos", mentimos para nós mesmos.
Dizemos a nós mesmos que somos nobres - não queremos ferir os sentimentos de alguém.
Dizemos a nós mesmos que não queremos ofender os outros. Dizemos a nós mesmos que as coisas vão melhorar.
Bolsonaro ao vetar a distribuição de absorventes para estudantes de baixa renda faz mais do mesmo:
- Governa para grupos de interesse, por ideologia e esquece as evidências. Nada de tão velho.
Vamos separar a discussão:
(i) se a política é boa ou não;
(ii) o motivo do veto.
(i) Se a política é boa ou não.
Confesso que quando vi a proposta a primeira vez, achei algo populista e um gasto ineficiente. Mas quando fui a fundo, entendi o problema e os benefícios.
É o problema chamado Pobreza menstural. Ou poverty period ou Sanitary Pad.
Enquanto a gente gasta energia com pautas e temas inúteis, o nosso palácio de Versalhes continua funcionando normalmente.
Enquanto a reforma administrativa atinge o baixo clero, nossa corte com juízes e promotores continuarão com suas regalias.
Sim, o lobby deles está vencendo.
A Reforma Administrativa passou na Comissão Especial da Câmara e traz alguns avanços importantes:
- Autoriza redução de 25% da jornada e salário de servidores em caso de crise econômica;
- Possibilita parceria com setor privado para execução de serviços públicos;
E mais.
- Determina a abertura de processo administrativo contra servidor após 2 avaliações insatisfatórias consecutivas ou 3 intercaladas.
Ou seja, apenas a mesma regras do setor privado.
Em crise, temos quedas de renda. Em caso de má desempenho (prolongado) há demissões. Simples.