A COVID longa é um (grande) problema, consequente da infecção da COVID-19. Pode acometer diversas faixas etárias, e não sabemos a extensão dos sintomas ou sua duração. Hoje, vou comentar um pouco sobre as alterações neurológicas 🧠e COVID-19!
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Sabemos que a infecção pelo SARS-CoV-2 gera sintomas respiratórios importantes, por exemplo, mas também pode gerar inúmeras complicações neurológicas – incluindo confusão, acidente vascular cerebral e distúrbios neuromusculares – se manifestam durante a COVID-19 aguda.
Nesse fio de Jul/21, comento um pouco sobre isso, mostrando que mesmo indivíduos assintomáticos ainda correm algum risco de sofrer de alterações neurológicas induzidas pela infecção do vírus
Além de alterações que podem ocorrer durante a infecção, concentração prejudicada, dor de cabeça, distúrbios sensoriais, depressão e até psicose podem persistir por meses após a infecção, como parte de uma constelação de sintomas chamada de COVID longa pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32593341/
E esses sintomas podem persistir por bastante tempo. No fio abaixo, comento um dado perturbador: cerca de metade dos pacientes observados (>50%) apresentava dificuldades de saúde física e psicológica por até 6 meses
Mesmo jovens com doença inicial leve podem desenvolver síndromes neuropsiquiátricas agudas de COVID-19 e COVID longa. Os mecanismos ainda não são bem compreendidos, embora as evidências impliquem principalmente em uma inflamação do tecido nervoso e/ou um "ataque" autoimune a ele
A verdade é que é incerto se consequências neurológicas imprevistas podem se desenvolver anos após a infecção inicial. Com milhões de indivíduos afetados, as complicações do sistema nervoso representam desafios de saúde pública para reabilitação e recuperação
Segundo dados divulgados na @ScienceMagazine Relatos iniciais de síndromes neurológicas que acompanham aCOVID-19 mostram alterações no nível de consciência ou disfunção cognitiva, fraqueza e dor de cabeça em pacientes hospitalizados.
Após, relatos de AVCs e inflamação aguda/perda da mielina* do encéfalo🧠 ou periférico destacaram o envolvimento específico do tecido cerebrovascular e neural.
*Sobre mielina: é um isolante das conexões de nossos neurônios, dando velocidade ao envio de sinal para outro neurônio
Um estudo em todo UK🇬🇧 de pacientes hospitalizados identificou as condições neurológicas mais comuns como anosmia (perda do olfato), AVC, delírio, inflamação cerebral, encefalopatia, síndromes psiquiátricas primárias e síndromes de nervos periféricos pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32593341/
As complicações no cérebro e em seus vasos ocorrem concomitantemente ou mesmo antes do início dos sintomas respiratórios, enquanto as condições inflamatórias (tanto no cérebro, quanto nos nervos do corpo) se manifestam ~2 semanas depois pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/34409289/
Isso pode indicar que existem processos APÓS a infecção que podem estar por trás dessas alterações que podem também estar envolvidas com as alterações neurológicas da COVID longa.
A questão é: a infecção traz muito mais riscos do que a gente, de fato, imagina.
Na figura abaixo, temos um resumo dos principais pontos que sabemos (contemplando também pontos que ainda não sabemos) sobre as consequências da infecção pelo vírus da COVID-19 no sistema nervoso, que podem também permanecerem, gerando sintomas que compõem a COVID longa
A COVID-19 aguda está associada a um risco aumentado deAVC em comparação com a doença pela infecção de influenza (vírus da gripe) de gravidade semelhante, mesmo após a correção dos fatores de risco (do hospedeiro) de acidente vascular cerebral jamanetwork.com/journals/jaman…
Esses eventos cerebrovasculares evidentes durante a COVID-19 aguda geralmente ocorrem em pessoas com vulnerabilidades a doenças vasculares (como idade avançada e doença cardíaca). Mas também trazem riscos para pessoas sem histórico (conhecido)
E isso inclui a COVID longa também: Muitas pessoas que apresentam sintomas neurológicos que persistem após a COVID-19 aguda têm menos de 50 anos e eram saudáveis e ativas antes da infecção. Ainda, a maioria teve uma doença (COVID-19) inicial leve science.org/doi/10.1126/sc…
A variedade dos sintomas que afetam os indivíduos com COVID longa e as dificuldades em determinar quais sintomas podem ser uma consequência da infecção x o agravamento de condições preexistentes representam desafios para a compreensão e as abordagens de tratamento
Dos 3.762 entrevistados em um estudo on-line de pessoas com sintomas persistentes após documentado ou suspeito de COVID-19, muitos apresentavam sintomas contínuos até 7 meses após a infecção inicial, incluindo síndromes neuropsiquiátricas proeminentes doi.org/10.1016/j.ecli…
Ainda, pessoas que experienciam sintomas neurológicos da COVID longa muitas vezes também experimentam estigma, dificuldades de emprego e desafios de saúde mental. Assim, a certeza diagnóstica e as intervenções terapêuticas são relevantes e PRECISAMOS investir nisso.
E as crianças TAMBÉM são vulneráveis a COVID longa. Fiz um fio abordando especificamente isso abaixo. Crianças que experimentam a rara síndrome inflamatória multissistêmica (MIS-C) podem estar em risco de sequelas neurológicas
Portanto, em resumo:
🔹As alterações neurológicas são diversas e podem estar presentes durante a infecção pelo vírus, antecedendo até mesmo alterações respiratórias, mas também podem estar presentes após a infecção, dentro da COVID longa
🔹PREVENIR é a estratégia: VACINE-SE
E somado à prevenção, invista em:
🔹Máscaras de qualidade (PFF2), bem ajustadas ao rosto 😷❗️
🔹Some com distanciamento físico sempre que possível🚶↔️🚶
🔹Some com ambientes abertos e bem ventilados, sempre que possível🏞️🍃
Adendo: Dados de 2 de Dezembro de 2021: 20 mil crianças experienciam long covid por mais de 1 ano, 117 mil atualmente vivem com long COVID (dados ONS UK)
ATENÇÃO: Dobre o evento pós-vacinação ocorrido com criança de Lençóis Paulistas:
NÃO HOUVE RELAÇÃO COM A VACINA. A análise apontou que a criança possuía uma doença congênita rara, desconhecida até então pela família, que desencadeou o quadro clínico.
Nesse fio pelo @tdspelasvacinas comento como é essa análise dos eventos adversos pós-vacinação, ressalto o alerta sobre a diferença de RELATO de evento X Investigação de evento e repito: CUIDADO com desinformações!
Tá acontecendo agora a reunião da @anvisa_oficial sobre a aprovação da CoronaVac para crianças.
Recomendação do GGMED e da gerente de farmacovigilância: aprovação para a faixa etária de 6-17 anos
Dir. Meiruze Sousa comenta sobre a importância das células T: mesmo a variante tendo um escape parcial dos anticorpos neutralizantes, nossa proteção não se baseia somente nesse parâmetro, portanto é incorreto afirmar que, por conta disso, as vacinas não gerariam proteçãoa
Ainda, destaca-se que os sintomas da variante ômicron parecem com os que vimos em outras variantes, de forma menos severa em alguns casos, com a presença de uma fadiga anormal, rouquidão que se destacaram com essa variante.
Duas notícias importantíssimas:
1⃣ Dados iniciais indicam que as vacinas COVID-19 permanecem eficazes contra doença grave e hospitalização causadas pela #Omicron
2⃣ Infecção por Omicron pode não induzir ampla imunidade de neutralização cruzada em indivíduos NÃO vacinados
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1⃣O primeiro dado é uma notícia pela agência reguladora europeia (EMA) demonstrando que, mesmo a Omicron gerando um impacto sobre a proteção contra infecção, a vacinação continua a fornecer um alto nível de proteção contra doenças graves e hospitalização
Segundo o EMA, as evidências mais recentes, que incluem dados de eficácia do mundo real, também sugerem que as pessoas que receberam uma dose de reforço tem um aumento significativo na proteção contra a infecção e a doença, especialmente em suas formas mais sérias
Hoje se inicia a vacinação de crianças entre 5-11 anos no Rio Grande do Sul. É um momento histórico, assim como o início da vacinação contra a COVID-19. É o momento de finalmente podermos proteger mais nossos pequenos. Hoje eu sou só gratidão por isso. #todospelasvacinas
Para todos os papais e mamães, vovôs e vovós, tios e tias que estão com alguma dúvida, preparei uma lista de perguntas e respostas que pode ajudar!
Esse fio também está disponível no formato de apresentação de Canva, que pode ser compartilhado pelo whats e por qualquer rede social! canva.com/design/DAEzMAL…
Da série: dados de anticorpos NÃO SÃO dados de efetividade.
Vejo compartilhamento de matérias de um estudo sobre 4ª dose em Israel🇮🇱 comentando que a vacina seria 'menos efetiva' contra a Omicron.
Pega teu café e vamos lá entender isso 🧶👇
Segundo a notícia, o dado inicial é divulgado pelo hospital Sheba Medical Center, o qual realizou um ensaio clínico, com 274 trabalhadores médicos, recebendo uma 4ª dose em Dez/21 (154: Pfizer e o restante, da Moderna) – após terem recebido 3 doses da Pfizer
@EricTopol resume muito bem as principais impressões e achados: em primeiro lugar, observou-se um aumento⬆️nos níveis de anticorpos comparado com a 3ª dose. É um parâmetro que mostra que a vacina estimulou/reforçou o sistema imunológico