A terapia antirretroviral, o tratamento para o HIV, pode remover tratar vírus do sangue, mas persistem reservatórios ocultos no organismo, chamados santuários. Isso significa que os pacientes não ficam curados e precisam tomar medicamentos para o HIV pelo resto de suas
vidas, até então.
Os pesquisadores ainda buscam uma maneira de eliminar o vírus de seu estágio latente, e um artigo citado na revista Science mostrou o potencial de um medicamento de referência contra o câncer –
o prembolizumabe ( um anti-PD1) também conhecido como Keytruda - para esta façanha. Os pesquisadores analisaram 32 pacientes que tinham câncer e HIV e descobriram que pembrolizumab, que que ativa o sistema imunológico e o estimula a atacar tumores, também tem a
capacidade de expulsar o HIV de seus esconderijos nas células imunes.
O HIV ataca o sistema imunológico infectando glóbulos brancos conhecidos como células TCD4. Sem medicamentos antirretrovirais, o vírus proliferará descontroladamente pelo corpo,
destruindo o sistema imunológico e, eventualmente, levando à morte do paciente.
A droga, aprovada pela primeira vez pelo FDA em 2014 para uso contra melanoma avançado (um tipo de câncer de pele) aparentemente também pode ajudar o sistema a retirar o
vestígios de HIV e possibilitar uma cura ‘definitiva’.
Mas testar o potencial do medicamento para tratamento do HIV apresenta desafios, porque o pembrolizumab e outros tratamentos de câncer são extremamente tóxicos. Pode ser uma faca de dois gumes.
Eles podem levar as células imunes a matar tumores, mas também podem fazer com que o sistema imunológico se torne hiperativo e ataque os tecidos saudáveis do corpo também.
No estudo selecionaram 32 indivíduos que se encaixavam no perfil e rastrearam os níveis de
carga viral para HIV durante o tratamento.
Os pacientes receberam uma infusão de pembrolizumabe a cada três semanas por até 105 semanas. Durante esse período, os pesquisadores coletaram sangue regularmente e analisaram o material genético do HIV.
Após a primeira infusão de pembrolizumab, a equipe começou a encontrar material genético do HIV no sangue dos pacientes, sugerindo que a droga estava forçando o vírus a sair de seu santuário e tornando-o novamente vulnerável ao tratamento antirretroviral e às
defesas naturais do corpo.
Mas aparentemente não foi suficiente para libertar completamente o paciente do HIV.
O medicamento conseguiu dar o primeiro passo, expondo o vírus, agora é preciso saber como eliminá-lo de fato sem colocar os pacientes em risco.
Mantenhamos a esperança- com pés no chão.
O herpes orolabial (HSV-1) tem cada dia acometido mais a região genital, que antes era predominante pelo HSV-2.
A porta de entrada é o sexo oral. Preservativo e evitar sexo nas crises ajuda, mas não previne totalmente.
Conscientizar, tratar e suprimir crises é essencial. ❤️🩹
Taí um fato que tenho observado no consultório e que estudos científicos têm corroborado. Coloquei um no final.
O vírus herpes simples tipo 1 (HSV-1) é uma infecção altamente contagiosa e duradoura, com alta prevalência e rápida aquisição durante a infância .
O vírus é transmitido através do contato com lesões labiais ou através do contato com secreções orais durante a eliminação assintomática, como quando as crianças compartilham utensílios ou alimentos.
O que você discute antes do sexo que faz você cogitar utilizá-la ou não?
Falar sobre prevenção deveria ser uma estratégia de sedução, não desestimulante. ❤️🩹
Por que as pessoas ainda têm tanta dificuldade em falar sobre prevenção?
Sobre cuidado?
Sobre limites?
Existe uma estratégia de prevenção chamada #Serosorting, muito utilizada nos EUA e na Europa, que - ao pé da letra - significa a escolha de
parceires pelo seu status sorológico.
Mas não é sair escancaradamente perguntando se a pessoa vive com HIV ou não, e rejeitá-la por isso. Isso se chama sorofobia. E isso a sociedade hipocritamente já faz aos montes.
Não tomem suplementos vitamínicos contendo cátions metálicos (cálcio, zinco, ferro, magnésio) junto do antirretroviral DOLUTEGRAVIR.
Pode afetar a farmacocinética e ocasionar aumentos da carga viral.
Um lembrete pra quem acha que suplemento só faz bem e não precisa de indicação
Se for tomar, tome o dolutegravir 2 horas antes, ou 6 horas após ingerir o suplemento. Já vi gente fazendo blips virais (que podem acontecer por outras causas) e após suspendermos a suplementação tudo normalizou.
Mas cada caso é um caso.
Anticonvulsivantes como carbamazepina e fenitoína também podem precisar de ajuste de dose do antirretroviral.
Tratamento de tuberculose, principalmente que inclua rifampicina também.
Fatos sobre a variante ‘agressiva’ de HIV, descrita na Nature deste mês, para encerrar a polêmica:
1 - Ela não é nova. Apenas o nome e o mapeamento genético dela que são. Mas estima-se que ela está na região da Holanda e países vizinhos desde a década de 90.
2 - Ela é considerada mais virulenta porque produz cargas virais 3,5 a 5,5 vezes maiores e evolui mais rápido para Aids (em média com 2 anos, quando seriam 7-8). Mas só se a pessoa não se tratar.
3 - O nosso arsenal de antirretrovirais funciona muito bem contra ela. Ela não escapa do remédio e nem fica resistente à ele facilmente.
E também é prevenida com uso de preservativo, PrEP e PEP.
Se você teve uma lesão genital que apareceu, sumiu sozinha e depois evoluiu com gânglios dolorosos na virilha que vêm aumentando, você pode estar com linfogranuloma venéreo.
Uma IST que vejo sempre no consultório, mas nem todo mundo lembra. Pode gerar até elefantíase genital.
Também pode gerar infecção no reto (proctite), e na vagina, evoluindo com linfonodos retroperitoniais, fístulas e sangramentos.
O tratamento é por pelo menos 21 dias e pode precisar de drenagem com agulha grossa dos bubões (aglomerados de gânglios).
A causadora é a clamídia, mas com seus subtipos L1, L2 e L3 de diagnóstico através de sorologia e PCR.
Mas quase sempre o diagnóstico é só com o exame físico.
É uma infecção que eu amo diagnosticar e tratar - pois o paciente melhora muito e rápido.
Nova variante de HIV, embora bem mais agressiva, deve gerar conscientização sobre o poder de mutação dos vírus, não pânico.
Ela existe há décadas e os medicamentos funcionam. Leia.
Uma variante altamente transmissível e agressiva do HIV circula na Holanda há décadas, segundo publicação deste fevereiro na revista Nature. Ela não é nova, está lá desde a década de 90, mas pelos esforços de contenção da epidemia ela não se espalhou tanto.
Segundo o estudo, que analisou 109 pessoas infectadas com a variante, as cargas virais são de 3,5 a 5,5 vezes maiores nas pessoas com este vírus. E quanto maior uma carga viral, maior a chance de transmitir e maior a chance de adoecer - sem tratamento.