O herpes orolabial (HSV-1) tem cada dia acometido mais a região genital, que antes era predominante pelo HSV-2.

A porta de entrada é o sexo oral. Preservativo e evitar sexo nas crises ajuda, mas não previne totalmente.

Conscientizar, tratar e suprimir crises é essencial. ❤️‍🩹
Taí um fato que tenho observado no consultório e que estudos científicos têm corroborado. Coloquei um no final.

O vírus herpes simples tipo 1 (HSV-1) é uma infecção altamente contagiosa e duradoura, com alta prevalência e rápida aquisição durante a infância .
O vírus é transmitido através do contato com lesões labiais ou através do contato com secreções orais durante a eliminação assintomática, como quando as crianças compartilham utensílios ou alimentos.
A infecção sintomática é frequentemente caracterizada por vesículas e úlceras orais ou faciais na porta de entrada inicial.

A infecção pode causar manifestações como gengivoestomatite, meningite, encefalite e infecção de córnea.
O HSV-1 também pode ser transmitido por meio de sexo oral resultando em herpes genital, pela porta de entrada genital.

Há evidências indicando que a proporção de herpes genital devido ao HSV-1 aumentou de forma constante nos países industrializados, resultando no
reconhecimento do HSV-1 como uma infecção sexualmente transmissível.

Enquanto a prevalência de anticorpos HSV-2 (soroprevalência) continua a diminuir nos Estados Unidos (EUA) [7] portanto, o herpes genital devido ao HSV-2 está diminuindo, dados emergentes
sugerem que o herpes genital devido ao HSV-1 está aumentando.

O motivo? Maior frequência prática de sexo oral e maior número de parceires. O uso de preservativo no sexo oral ajuda muito sim, mas não evita totalmente a transmissão.
É importante tratar adequadamente as crises diminuindo os reservatórios virais e diminuindo o fardo psicológico e chances de transmissão.
Se você está com crise de herpes orolabial, abstenha-se de sexo durante o período.

Marque um infectologista com experiência em herpes para ser aconselhade e acompanhada da maneira correta.
Herpes é assunto sério. E banalizá-la é um contrassenso.

Fonte de apoio: bmcmedicine.biomedcentral.com/articles/10.11…

Vinicius Borges
Médico infectologista
Cremesp 202.114

#doutormaravilha #saudelgbt #infectologista #infectologia #herpes #herpesgenital #herpeslabial
Mas há liberação de vírus mesmo fora das crises, embora bem menos comum.
Gente, no Brasil cerca de 80% das pessoas já são infectadas com HSV-1, mas nem todas manifestam.

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Feb 8
Mais uma esperança - porém mantenhamos os pés no chão. Lembremos que a Aids se vence todos os dias com informação e combate ao preconceito.

#aids #hiv #pembrolizumab #doutormaravilha #saudelgbt Image
A terapia antirretroviral, o tratamento para o HIV, pode remover tratar vírus do sangue, mas persistem reservatórios ocultos no organismo, chamados santuários. Isso significa que os pacientes não ficam curados e precisam tomar medicamentos para o HIV pelo resto de suas
vidas, até então.

Os pesquisadores ainda buscam uma maneira de eliminar o vírus de seu estágio latente, e um artigo citado na revista Science mostrou o potencial de um medicamento de referência contra o câncer –
Read 12 tweets
Feb 8
Pra você,

camisinha tem negociação?

O que você discute antes do sexo que faz você cogitar utilizá-la ou não?

Falar sobre prevenção deveria ser uma estratégia de sedução, não desestimulante. ❤️‍🩹
Por que as pessoas ainda têm tanta dificuldade em falar sobre prevenção?

Sobre cuidado?

Sobre limites?

Existe uma estratégia de prevenção chamada #Serosorting, muito utilizada nos EUA e na Europa, que - ao pé da letra - significa a escolha de
parceires pelo seu status sorológico.

Mas não é sair escancaradamente perguntando se a pessoa vive com HIV ou não, e rejeitá-la por isso. Isso se chama sorofobia. E isso a sociedade hipocritamente já faz aos montes.
Read 8 tweets
Feb 7
Não tomem suplementos vitamínicos contendo cátions metálicos (cálcio, zinco, ferro, magnésio) junto do antirretroviral DOLUTEGRAVIR.

Pode afetar a farmacocinética e ocasionar aumentos da carga viral.

Um lembrete pra quem acha que suplemento só faz bem e não precisa de indicação
Se for tomar, tome o dolutegravir 2 horas antes, ou 6 horas após ingerir o suplemento. Já vi gente fazendo blips virais (que podem acontecer por outras causas) e após suspendermos a suplementação tudo normalizou.

Mas cada caso é um caso.
Anticonvulsivantes como carbamazepina e fenitoína também podem precisar de ajuste de dose do antirretroviral.

Tratamento de tuberculose, principalmente que inclua rifampicina também.

Interação medicamentosa é coisa séria.
Read 10 tweets
Feb 6
Fatos sobre a variante ‘agressiva’ de HIV, descrita na Nature deste mês, para encerrar a polêmica:

1 - Ela não é nova. Apenas o nome e o mapeamento genético dela que são. Mas estima-se que ela está na região da Holanda e países vizinhos desde a década de 90.
2 - Ela é considerada mais virulenta porque produz cargas virais 3,5 a 5,5 vezes maiores e evolui mais rápido para Aids (em média com 2 anos, quando seriam 7-8). Mas só se a pessoa não se tratar.
3 - O nosso arsenal de antirretrovirais funciona muito bem contra ela. Ela não escapa do remédio e nem fica resistente à ele facilmente.
E também é prevenida com uso de preservativo, PrEP e PEP.
Read 11 tweets
Feb 5
Se você teve uma lesão genital que apareceu, sumiu sozinha e depois evoluiu com gânglios dolorosos na virilha que vêm aumentando, você pode estar com linfogranuloma venéreo.

Uma IST que vejo sempre no consultório, mas nem todo mundo lembra. Pode gerar até elefantíase genital.
Também pode gerar infecção no reto (proctite), e na vagina, evoluindo com linfonodos retroperitoniais, fístulas e sangramentos.

O tratamento é por pelo menos 21 dias e pode precisar de drenagem com agulha grossa dos bubões (aglomerados de gânglios).
A causadora é a clamídia, mas com seus subtipos L1, L2 e L3 de diagnóstico através de sorologia e PCR.

Mas quase sempre o diagnóstico é só com o exame físico.

É uma infecção que eu amo diagnosticar e tratar - pois o paciente melhora muito e rápido.

Dica infectológica do dia.
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Feb 4
Nova variante de HIV, embora bem mais agressiva, deve gerar conscientização sobre o poder de mutação dos vírus, não pânico.
Ela existe há décadas e os medicamentos funcionam. Leia. ImageImage
Uma variante altamente transmissível e agressiva do HIV circula na Holanda há décadas, segundo publicação deste fevereiro na revista Nature. Ela não é nova, está lá desde a década de 90, mas pelos esforços de contenção da epidemia ela não se espalhou tanto.
Segundo o estudo, que analisou 109 pessoas infectadas com a variante, as cargas virais são de 3,5 a 5,5 vezes maiores nas pessoas com este vírus. E quanto maior uma carga viral, maior a chance de transmitir e maior a chance de adoecer - sem tratamento.
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