Estas eleições serão marcadas pela participação de acusados ou condenados beneficiados pela leniência do STF nos casos de corrupção: Aécio Neves, Eduardo Cunha, Beto Richa, Lula, Ricardo Coutinho e outros. Nesta semana, Gim Argello entrou na lista. Siga o fio.
Pela Lei da Ficha Limpa, pessoas condenadas por órgãos colegiados por certos crimes, como corrupção e lavagem, são inelegíveis. O STF, contudo, demora para julgar corruptos e vem anulando várias condenações em 2ª instância (colegiada) na LJ, afastando a Ficha Limpa.
1º exemplo: há réus acusados por corrupção e lavagem perante o STF, mas que contam com a demora do tribunal, que não prioriza o julgamento dos corruptos poderosos. É o caso de Aécio Neves, que foi acusado por receber e lavar propinas da JBS e Odebrecht.
2º exemplo: a “regra do tapetão” do STF (explico abaixo) anulou nesta semana a condenação em 2ª instância do ex-senador Gim Argello (PTB) a 11 anos de prisão por corrupção e lavagem. Como outros políticos beneficiados por decisões idênticas, deve se candidatar.
Anulações no tapetão: até 2018, a corrupção política, quando parte da propina era investida nas campanhas (caixa 2), era julgada pela Justiça Federal, enquanto o crime de caixa 2 ia para a Justiça Eleitoral. Em março de 2019, o STF mudou a regra do jogo e aplicou para o passado.
De fato, em 2019, o STF, por 6x5, entendeu que nesses casos os crimes de corrupção e caixa 2 devem ser julgados juntos pela Justiça Eleitoral. O STF mudou a regra do jogo e aplicou para o passado, anulando casos que haviam seguido a regra do jogo que valia anteriormente.
Resultado: a Lava Jato, o Mensalão Mineiro, a Operação Calvário e outros grandes casos de corrupção tinham seguido a regra do jogo, mas quando o STF mudou a regra e permitiu a aplicação da nova regra para o passado, passaram a ser anulados, um após o outro.
A “regra do tapetão” do STF já derrubou as condenações por corrupção nos casos Pasadena, Integração (Beto Richa), Mensalão Mineiro (Eduardo Azeredo), parte da Operação Calvário (Ricardo Coutinho) e as condenações de Eduardo Cunha, Vaccari, Palocci e Gim Argello.
A “regra do tapetão” pode derrubar TODA a Lava Jato. Com a anulação e a demora do STF, políticos contra os quais pesam fortes provas de corrupção seguirão no poder ou voltarão à cena política. A mensagem do STF é de que o Brasil não é um país sério. Isso precisa mudar.
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Adivinha quantas das 45 sentenças do ex-juiz @sf_moro na Lava Jato foram anuladas? Essas 45 decisões condenaram a maior parte dos 174 réus sentenciados em Curitiba a cumprir mais de 2.500 anos de prisão por corrupção, lavagem e organização criminosa. Segue o fio🧶
8 das 45 sentenças (17%) foram anuladas desde 2019, sempre por decorrência de decisões do STF. Eram réus inocentes que foram absolvidos? Faltavam provas? Houve abusos? NÃO. O STF mudou as regras do jogo e as aplicou para o passado, anulando condenações.+
O único caso diferente foi o julgamento equivocado, injusto e com contornos políticos sobre a imparcialidade de @SF_Moro nos casos de Lula, contra dados objetivos. Todos os outros casos foram anulados porque o STF mudou as regras do jogo e aplicou as novas regras pro passado.+
O Brasil está perdendo o combate contra a corrupção: relatório divulgado hoje pela Transparência Internacional coloca o BR em 96º lugar no ranking mundial da corrupção. Numa escala de 0 a 100, o BR recebeu 38 pontos, 3ª pior nota da série histórica. Segue o fio para entender🧶
Quer saber como o BR se compara a outros países? Aqui vai: nossa nota foi menor do que a média mundial (43 pontos), dos países da América Latina e Caribe (41 pontos) e dos países do G20 (66 pontos). Dinamarca 🇩🇰, Suécia🇸🇪 e Nova Zelândia🇳🇿 tiveram a maior pontuação (88 pontos).+
Os 38 pontos recebidos pelo BR são uma vergonha. O que significa? Que a sociedade percebe que o dinheiro dos impostos se perde no meio do caminho, sendo desviado por corruptos, e não chega de volta para o brasileiro na forma de serviços e investimentos públicos.+
IMPORTANTE: o combate à corrupção fortalece a economia. Equipe técnica do TCU desmonta fake news de que a Lava Jato teria causado prejuízos aos cofres públicos ou prejudicado empresas brasileiras. Segue o fio🧶
A respeito da recuperação judicial das empresas do grupo Odebrecht, a área técnica do TCU afirmou de modo categórico que "não se sustenta a premissa de que a atuação dos integrantes da Operação Lava Jato causou a situação financeira atual do Grupo Odebrecht".+
A área técnica restabeleceu a verdade ao afirmar que a situação financeira atual do grupo Odebrecht "decorre da prática delituosa e de seu modelo de negócio adotado, envolvendo 'caixa 2', por pelo menos 30 anos", conforme confessado por Emílio Odebrecht em delação.+
O ex-presidente Lula indicou Guido Mantega, acusado como o “Pós-Itália” nas planilhas de propina da Odebrecht, para escrever artigo detalhando o pensamento econômico do PT para os próximos anos, publicado hoje na @folha. O texto claramente tenta esconder 2 coisas. Explico: +
1. O texto omite o papel da ex-presidente Dilma Rousseff na crise econômica. O motivo: segundo vários economistas, a condução da economia pelo próprio Mantega no governo de Dilma conduziu à grande recessão de 2015-2016, cujos efeitos se estenderam no tempo.+
2. Além disso, o texto varre para debaixo do tapete a roubalheira durante os governos do PT, que foi revelada e punida pela Lava Jato. O dinheiro desviado pela corrupção não nasce em árvore, vem dos cofres públicos e significa menos direitos e serviços precários para o povo.+
O STF já pode pedir música no Fantástico ao marcar 3 gols contra hoje: além da anulação do caso do ex-presidente Lula, que prescreveu, a 2ª Turma do STF arquivou denúncia contra investigado pela LJ no Rio e causou a anulação de mais um caso de Eduardo Cunha. Explico: +
1. O 1º gol contra foi no caso do triplex do Guarujá, envolvendo o ex-presidente Lula. As sucessivas anulações do caso por questões formais e que não analisaram as provas só poderiam ter um resultado: morosidade da Justiça, prescrição e impunidade.+
2. Logo depois, foi noticiado que a 2ª Turma do STF, por 3 votos a 1, arquivou denúncia da Lava Jato do RJ contra o “rei do ônibus” que foi preso em flagrante com mais de R$ 40 mil em $$ estrangeiro indo para Portugal. Só o Min. Fachin votou contra o arquivamento da denúncia.+
O pres. Bolsonaro sancionou (tornou lei) hoje o projeto que esvazia a lei de improbidade administrativa, que desde 1992 era importante instrumento do combate à corrupção. Caem por terra as ações da Lava Jato contra políticos, partidos, empresas... Entenda em 6 pontos.+
1. Os prazos de prescrição foram encurtados de modo a garantir a impunidade em casos complexos. As ações de improbidade da Lava Jato, que já tramitam há mais de 4 anos, tendem a ser todas encerradas por prescrição, garantindo-se impunidade completa.+
2. O prazo de investigação de atos de improbidade passa a ser de no máximo 2 anos, o que é inexequível quando se apuram crimes e atos complexos como aqueles de corrupção identificados na Lava Jato. Todas essas investigações da Lava Jato serão encerradas. Mais impunidade.+