O ECG é o exame mais importante da prática clínica, por sua versatilidade, impacto diagnóstico, disponibiidade e alcance.
O Manual Prático de ECG do Dante Pazzanese traz toda essa abundância de achados de forma concisa e ágil.
Dá uma olhada nesse fio pra conhecer a obra.
O Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, em São Paulo, é uma referência na Cardiologia nacional e está marcado na história dessa especialidade por diversos feitos, como o implante do primeiro stent farmacológico do mundo.
Os números do Dante Pazzanese são superlativos. Em um mês, são realizadas 40 mil consultas e exames e 2 mil cateterismos.
Seu pronto socorro cardiológico é o maior da América Latina inteira - mais de mil pessoas internam anualmente aqui por síndromes coronárias agudas.
O Dante tem orgulho de ser uma instituição pública de excelência com forte vocação para o ensino.
“A instituição que não ensina, deteriora” - esse é o lema que ouvimos no primeiro dia neste magnífico hospital.
Além de mim, os outros editores são:
- Matheus Scheffer, cardiologista e eletrofisiologista;
- Louis Nakayama, cardiologista coordenador médico do Pronto Socorro do Dante Pazzanese.
Além de nós, o livro foi escrito por notáveis residentes e assistentes do Dante Pazzanese.
Por ser um manual prático, é ricamente ilustrado e adota uma postura “direto ao ponto”. Mas, não deixa de ser completo: em seus 21 capítulos, trazemos apontamentos sobre marca-passos, ergometria, canalopatias, cardiomiopatias, entre outros.
É um livro que sai do básico.
Além das ilustrações, todos os capítulos terminam com uma série de exames reais que exemplificam o conteúdo do capítulo. Bom para treinar ou revisar.
São quase 300 figuras e ECGs!
O Manual Prático de ECG do Pronto Socorro do Dante Pazzanese está em pré-venda com cupom de 40% de desconto (só enquanto durar a pré-venda). O cupom: ECG40
Se você tiver interesse em folhear um pouquinho do livro, nós disponibilizamos 2 capítulos (ECG normal e diagnóstico diferencial nas taquicardias de QRS largo) como amostra grátis neste link:
O Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, localizado no Ibirapuera, em São Paulo, é um hospital público (com orgulho) cuja história se confunde com a história da Cardiologia no Brasil.
Segue o fio pra saber um pouco mais dessas duas histórias.
Antes de começarmos essa história, vale um breve contexto sobre como era a formação médica no começo do século.
Nas duas primeiras décadas do século XXI (não faz tanto tempo assim), não existiam especialistas em cardiologia, apenas em Medicina Interna (Clínica Médica).
O histórico Principles and Practice of Medicine, de William Osler, pai da Medicina Interna e precursor da MBE, de 1921 é o primeiro volume a trazer traçados de ECG em suas páginas.
Você leva o carro a uma revisão e descobre que a pinça do carburador está quebrada.
Fica com aquela pulga atrás da orelha: essa peça existe mesmo?
Médicos ganham a vida inventando doenças que não existem e você acredita. Nesse fio eu disseco essa má prática médica.
O ato de “inventar” doenças é conhecido como “Disease Mongering”. O ato é complexo e orquestrado de maneira quase perfeita para que o leigo e o médico leigo não percebam onde mora o erro.
O charlatão conhece esse processo e se aproveita disso.
Começa pelo apelo óbvio à saúde. É que essa narrativa garante, quase que instantaneamente, um selo de aprovado pela comunidade e pela mídia.
Posicionar-se contra essas práticas é frequentemente confundido pela sociedade com ser contrário à Medicina ou à saúde.
Reginaldo é recém formado especialista de um dos mais respeitados hospitais de ensino do país.
Não importa a especialidade nem carga horária, Reginaldo esteve em risco de concluir sua Residência Médica ainda como um leigo.
E assim foi: defendeu tratamento precoce para covid.
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A Residência Médica é uma das maneiras pelas quais um médico pode se tornar um especialista.
Sua prova de admissão é um vestibular bastante concorrido e também criticável.
Suas questões são desconexas da realidade e não selecionam bons médicos com raciocínio crítico.
Reginaldo não foi ensinado sobre o que significa a frase “a clínica é soberana”. Pelo contrário, acreditou em memes que via no Instagram que diziam que soberana mesmo é outra especialidade.
Escolheu uma especialidade que “não precisava de clínica”.
A síndrome de Wolff-Parkinson-White é um defeito embriológico do coração presente em 1 a cada 1000 nascidos. Neles, ocorreu uma falha quando o órgão ainda se formava na 4a semana de gestação.
Nesse fio eu vou explicar o que isso significa e quais as consequências desse problema.
A primeira coisa que você precisa saber pra entender a síndrome é que ela é um defeito no esqueleto do coração.
Sim, nosso coração possui um esqueleto.
Ele sustenta as valvas e os músculos e também serve como isolante elétrico entre câmaras do coração.
“Nosso coração tem eletricidade?”
Sim! E o caminho por onde essa eletricidade é conduzida é bem estudado por nós eletrofisiologistas.
Quando o estímulo elétrico percorre corretamente esse caminho, nosso coração bate na sequência perfeita: primeiro átrios, depois ventrículos.
Gutierrez é um respeitado médico especialista. Se vangloria da sua capacidade diagnóstica e de suas decisões terapêuticas satisfatórias.
Em 2020, ele achou racional prescrever cloroquina. Em 2021, faz campanha contra a vacinação.
Segue o fio para entender.
No primeiro atendimento do dia, Gutierrez atende um resfriado comum. Com anos de atuação, veio a constatação que muitos pacientes exigem remédios para “justificar a consulta”.
O resfriado é uma doença auto-limitada: todos os pacientes melhorarão um dia ou outro.
Quando o paciente melhora, Gutierrez recebe elogios pela sua receita “diferenciada” -um kit de vitaminas e outras medidas ineficazes.
Gutierrez esquece do poder que a história natural da doença tem nesse caso - se o paciente já iria se curar, como afirmar que ele impactou nisso?
O que as pessoas pensam que é VERSUS o que é de verdade.
O fio:
O que pensam que é:
- Uma disciplina pouco importante em comparação a anatomia e farmacologia.
O que é de verdade:
- A mãe de todas as disciplinas. A anatomia e a farmacologia (e outras básicas) servem como fundamento para a prática médica que se pauta baseada em evidências.
O que pensam que é:
- Uma disciplina chata em que obrigam a decorar fórmulas, índices e leis.
O que é de verdade:
- Uma disciplina em que se ensina a pensar criticamente, a desconfiar de charlatões e conseguir ler e interpretar se um artigo científico deve modificar conduta