Thread by @davilyra

Eu tenho alguns problemas muito sérios quanto a Marina. Sim, a sua equipe econômica é boa e ela tem alguns bons conselheiros em áreas como educação. Mas quando qualquer coisa bate de frente com os esquerdismos do passado ou ambientalismo tacanho, ela tende a ter posições ruins.

Casos claros são a oposição à reforma trabalhista, a opinião sobre o imposto sindical (no máximo em cima do muro), e propostas como matriz energética puramente à base de fontes "limpas" ou criar empregos via painéis solares.

Ela é tão dirigista top-down em aspectos ambientais que dá medo. Todos os ganhos que uma agenda de simplificação regulatória e tributária do Giannetti poderiam ter, podem ser facilmente evaporados com uma política energética ruim ou red tape para construção e infraestrutura.

Sim, painéis solares parecem bonitinhos e são uma alternativa para geração de energia. Mas só isso: uma alternativa. Eles apresentam zilhões de tradeoffs da mesma forma que hidrelétricas, termonucleares, térmicas, etc.

Um dos principais tradeoffs é o custo. Outro é a questão de intermitência. Um terceiro é o armazenamento ou a distribuição de energia. Um quarto são aspectos ambientais relevados -- tipo uma área desmatada grande para ter os painéis, a cremação de aves que passam por eles, etc.

Será que ela conhece e entende bem algum deles? Ou mesmo que "acredita" que eles existam? Não sei. E isso é bem perigoso porque quando ela quer ser centralizadora e autoritária, ela dá inveja a Bolsonaro -- especialmente por usar a sua fragilidade física para coagir outros.

Na questão dos esquerdismos, eu resumo numa frase: se o Giannetti (ou qualquer economista não de esquerda) e o Randolfe Rodrigues baterem de frente em algum tópico, a tendência é que ela fique com o Randolfe. De novo, tenho muito receio disso.

Ela com certeza é melhor que Ciro, Daciolo, Boulos, Haddad e em vários (muitos) aspectos que o Bolsonaro. Mas isso não é algo muito difícil e diz pouco sobre a candidata. Em um país com debate mais qualificado, dificilmente ela conseguiria se manter viva por 3 ciclos eleitorais..

Marina nos EUA seria uma Jill Stein. 1% dos votos, um séquito de apoiadores apaixonados, mas só. Provavelmente a equipe dela estaria dividida entre outros candidatos mais "consistentes", porque eles apresentariam uma melhor retórica do que as opções brasileiras atuais...