1) A partir de 2019, o que veremos na política externa brasileira dependerá da correlação de forças entre 4 grupos políticos: os evangélicos, os ruralistas, os militares e os antiglobalistas.
O Itamaraty, antes principal formulador, terá o papel crucial de organizar esse jogo.
O Itamaraty, antes principal formulador, terá o papel crucial de organizar esse jogo.
2) Grande parte dos debates externos ocorrerá no Congresso, tendo como protagonistas os membros da bancada BBB+B: Bíblia, bala, boi + Bolsonaros.
A formulação também dependerá da ocupação de espaços destes grupos em ministérios-chave, sobretudo nas funções comerciais da Fazenda.
A formulação também dependerá da ocupação de espaços destes grupos em ministérios-chave, sobretudo nas funções comerciais da Fazenda.
3) As principais pautas dos evangélicos envolvem pregar fé e valores cristãos. São 3 pontos prioritários: defesa de Israel (elemento profético e, em certo sentido, comercial), proselitismo cristão no exterior (facilitação da expansão das igrejas) e agenda conservadora na ONU.
4) Os ruralistas querem a abertura comercial irrestrita à agroindústria. São o grupo econômico + competitivo lá fora. Contarão com a ajuda dos liberais do governo, tanto nos acordos bilaterais quanto na liberalização multilateral (defesa comercial/OMC). Têm ressalvas ao Mercosul.
5) Os militares são pragmáticos. Admiram o universalismo e não querem que decisões ideológicas comprometam o interesse nacional. Reativar a indústria bélica+comércio de armas é ponto importante. Também se preocupam com segurança nas fronteiras e combate ao crime organizado.
6) A bancada Bolsonaro, representada por @BolsonaroSP, @joicehasselmann e outros do PSL, é alinhada ao antiglobalismo de @OdeCarvalho. Tem os ouvidos do chanceler. Defende mudança dos valores da PEB, alinhamento c/Trump e outros conservadores, fim das pautas progressistas na ONU.
7) O grande desafio será entender que equilíbrio prevalecerá. A clivagem deverá ser entre os 2 grupos+ideológicos (Bíblia+Bolso) e os dois grupos+pragmáticos (boi+bala). Mas há temas, como integração regional, que embaralham o jogo. O antipetismo pode ser um ponto de convergência
8) O outro grande desafio será observar em que medida o Itamaraty, talvez alinhado com os militares, será capaz de manter as tradições diplomáticas do Brasil (autonomia, universalismo, multilateralismo) sob pressão de dentro do Executivo e cada vez + do Legislativo. A ver.
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