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#trabalhoescravo Operação apura esquema de trabalho escravo em comunidade religiosa no DF. Os fiscais encontraram, pelo menos, 95 trabalhadores em condição degradante de trabalho e vida. bit.ly/2NMIDRF
A ação integrada foi realizada na sede da Igreja Adventista Remanescente de Laodiceia e visa apurar a prática de submissão de pessoas a condições análogas às de escravo.
Investigações apontam que a líder da seita, Ana Vindoura Dias Luz, e alguns dos seus obreiros vêm, reiteradamente, cometendo atos em relação aos seus fiéis que podem se enquadrar na prática de trabalho escravo. Contabiliza-se que o total de vítimas alcance 200 a 300 pessoas.
MPF explica que denúncias noticiando a prática dos crimes na comunidade religiosa começaram a ser entregues a órgãos públicos em 2016. As investigações não avançavam por falta de provas, dado o temor das vítimas diante de represálias que Ana Vindoura poderia submetê-las.
O caso tomou novos rumos quando, ao final de 2018, uma moradora da comunidade conseguiu ser libertada pela Polícia Civil do DF. Com a prisão da líder e a divulgação do fato, outras pessoas sentiram-se encorajadas e passaram a denunciar as ilegalidades.
As apurações revelaram que a líder da seita e alguns de seus obreiros, sob a justificativa de garantir a entrada dos fiéis no reino dos céus e a salvação de suas almas, vêm obrigando as vítimas a trabalharem sem receber qualquer pagamento.
A operação não teve o objetivo de interferir na crença de qualquer cidadão. Cabe ao Estado agir para que os trabalhadores tenham seus direitos fundamentais assegurados. O cerne das investigações está na garantia dos direitos sociais dos trabalhadores ali instalados
Os Auditores-fiscais do trabalho com apoio da Superintendência Regional do Trabalho em Minas Gerais e da Divisão de Fiscalização para Erradicação do Trabalho Escravo, do Ministério da Economia, encontraram, pelo menos, 95 trabalhadores em condição degradante de trabalho e vida.
A operação resultou na interdição dos alojamentos utilizados pelos fiéis. Nesse contexto, os auditores verificaram a precariedade do local que comportava os dormitórios comunitários.
Alguns moradores dormiam em ônibus, ou caminhões mal adaptados, sujos e que expunham os indivíduos a questões básicas de segurança. Um dos alojamentos , por exemplo, ficava ao lado do espaço em que eram armazenados produtos agrotóxicos.
A deflagração permitiu constatar ainda que os fiéis precisavam pagar R$10 por dia à liderança da igreja como contrapartida por morarem na comunidade. As roupas utilizadas pelos moradores também precisavam ser compradas lá dentro, assim como a comida consumida por todos.
Nesse sentido, foram encontradas inúmeras planilhas que registravam os gastos e os débitos de cada pessoa com a igreja. Os documentos comprobatórios foram apreendidos.
O ambiente de trabalho dos seguidores da seita também era insalubre. Segundo os auditores, a área de confecção e costura tinha mobiliários inadequados, com cadeiras quebradas, sem encosto e iluminação precária.
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