Thread by @grisagregorio

É simples, segue o fio.

Paulo Freire foi um intelectual e educador brasileiro que faz parte da história do conhecimento pedagógico do país. Desenvolveu, na transição da década de 1950 para a de 1960, um método de alfabetização para trabalhar com adultos pobres do Nordeste.

Através do uso de temas e palavras geradores propunha aulas mais contextualizadas, a intenção central era que o conteúdo da aprendizagem fizesse sentido para aqueles trabalhadores. Cristão indignado com a pobreza e a desigualdade, escreveu sobre hierarquia social e mudança.

Intelectual do seu tempo, estudou obras de pensadores de esquerda, existencialistas, fenomenólogos. Escreveu a luz das contradições sociais de sua época e hoje é estudado em todo o mundo. Freire foi preso por 72 dias em 1964 e exilado na ditadura, voltou em ao país em 1980.

No período da redemocratização teve uma experiência de gestão na secretaria de educação da cidade de São Paulo. O fato dele ser “patrono” (já explico) não significa que a educação brasileira tenha “adotado” o método Paulo Freire como política pública oficial, isso é confusão.

Ele nunca foi ministro da educação. Não tem responsabilidade pelo que ocorre nas mais de 5500 cidades do Brasil e nem nas 27 redes estaduais. Freire tem sido usado como bode expiatório para que alguns grupos alavanquem sua “guerra cultural” contra a "esquerda". Tem dado certo.

A homenagem de Patrono feita pelo Congresso se deve ao seu reconhecimento internacional surpreendente para um autor de língua portuguesa e por sua contribuição teórica para entender as desigualdades. Morreu em 1997, não faz sentido o relacionar com nossos problemas educacionais.

Se aprofunde aqui: link.medium.com/j822GjyzTV