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1/10 Nem nos serviços que deveriam cuidar de seus corpos as mulheres estão seguras: fizemos um levantamento inédito que revelou mais de 3.500 casos de violência sexual em serviços de saúde desde 2014. Soraya Passos*, por exemplo, foi sedada e estuprada depois de uma cirurgia. 👇🏾
2/10 O caso, que já está na justiça, aconteceu no Hospital Santa Catarina. O suspeito é um técnico de enfermagem do hospital, demitido pouco depois do episódio. Soraya não é a única vítima. Contamos mais três histórias de mulheres abusadas no mesmo serviço de São Paulo.
3/10 Descobrimos estupros em UTIs, asilos, salas de cirurgia, recepções de hospitais, postos de saúde,e vários outros locais a que as mulheres vão para receber cuidados. Quando o agressor é um profissional de saúde, a história fica ainda mais complicada.
4/10 Não é raro que o estuprador injete sedativos que são rapidamente eliminados do corpo da vítima. Até ela acordar e resolver tomar medidas – como fazer um exame toxicológico –, a substância pode já ter saído do seu organismo. Ou seja: uma prova importante deixa de existir.
5/10 Os serviços de saúde são obrigados a registrar os casos de estupro que atendem. Mas, quando a mulher é violentada no próprio serviço, por um colega de quem poderia ajudá-la, ela não é tratada como vítima. É suspeita e não recebe pílula do dia seguinte nem prevenção de HIV.
6/10 Os 3.500 casos que descobrimos são só uma fração do problema. No Brasil, só 10% dos estupros são registrados. Além disso, só 10 estados responderam nossos pedidos de acesso à informação. A quantidade de profissionais que abusam de mulheres e nunca são denunciados é enorme.
7/10 Mesmo quando o caso é registrado e vai para a justiça, não costuma haver punição. Os peritos são colegas de profissão dos agressores, e os conselhos das categorias, em vez de puni-los, os protegem. É simples: abusar de mulheres raramente custa a licença dos profissionais.
8/10 Laura Franco*, internada na Clínica Vera Cruz, em São Paulo, para tratar sua depressão, conta ter sido arrastada para um banheiro e estuprada no meio da madrugada por um técnico de enfermagem. "Ele vai em cima de meninas franzinas, depressivas", afirmou a advogada da jovem.
9/10 A omissão é a única regra. Apesar dos dados, os serviços de saúde não têm protocolos para receber denúncias de abuso sexual em suas dependências, investigá-las e acolher as vítimas. O Ministério da Saúde e a Organização Mundial da Saúde também não. +
theintercept.com/2019/04/28/est…
10/10 Queremos que poderiam prevenir a violência nos serviços de saúde e pararem de ignorar esse problema. Por isso, queremos reunir ainda mais relatos. Quer ajudar? Conte sua história e compartilhe nosso questionário. O anonimato é garantido: interc.pt/2DFrbuG
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