,
9 tweets,
2 min read
Read on Twitter
Sobre os cortes nas universidades anunciados pelo MEC esta semana: defendo há muito a priorização dos recursos públicos para a educação básica, e a abertura do ensino superior público para fontes de financiamento privado.
Como ex-aluno de Federal, a qual sou muito grato pela minha formação, e como profissional que circula pelas universidades públicas de todo país há mais de 10 anos, sei o quanto há de ineficiência e desperdício de recursos nestas.
Acredito igualmente que os cursos oferecidos e as pesquisas realizadas precisam estar mais alinhados ao mercado de trabalho e à aplicabilidade prática. O que é ensinado e pesquisado com o dinheiro do pagador de impostos tem a obrigação de dar retorno à sociedade.
Também conheço e sou crítico aos mtos casos de cooptação de DCEs, conselhos universitários e reitorias por partidos e indivíduos q se utilizam de suas posições para propagar indevidamente suas ideologias e hostilizar / isolar alunos e professores com pensamentos divergentes.
Acredito, portanto, q precisamos repensar de forma profunda a estrutura de operação e financiamento das universidades públicas brasileiras, assim como precisamos entender e respeitar as universidades como um ambiente plural e de expressão do livre pensamento, seja ele qual for.
Porém, a forma como o assunto foi abordado pelo MEC não é aceitável. Não é desprezando o estudo de cursos de humanas q iremos solucionar o déficit de formação em ciência e tecnologia no país. Mudanças são necessárias, mas precisam ser feitas de forma respeitosa e estruturada.
Não é anunciando um corte abrupto de recursos, aparentemente motivados por discordâncias ideológicas, que iremos combater a falta de pluralidade de ideias e oferecer uma solução sustentável para o financiamento e operação do ensino superior brasileiro.
Cortes q sejam necessários, e provavelmente são, devem vir acompanhados de um plano de transição e mudanças na legislação q permitam q as universidades se adequem a novas formas de financiamento, como cobrança de mensalidades, doações e financiamento privado de pesquisas e obras
Precisamos de um novo formato p/ o ensino superior público, envolvendo todos atores na discussão. O q o Brasil menos precisa agora é de mais lenha na fogueira e fortalecimento do discurso q separa a população entre “nós” e “eles”. A campanha já acabou, é hora de propor projetos.
