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Ministro @AbrahamWeint

Boa tarde.

O principal defensor do método é Carlos Nadalim, secretário de Alfabetização do MEC. Mestre em Educação, afirmou que o construtivismo foi um "erro" do sistema educacional brasileiro.
O Brasil não tem uma Pedagogia. Tem várias, sobrepostas, muitas vezes sem conexão umas com as outras.A história da Pedagogia brasileira é uma espécie de colagem de modelos importados, que resulta em um quadro sem sequência bem definida.
Não existe uma pedagogia "pura",ou seja, sem influência de outras pedagogias ou do contexto social em que se desenvolve.
Última moda é o Construtivismo, que nem é método pedagógico, mas sim um conjunto de teorias psicológicas sobre as estratégias utilizadas pelo ser humano para construir o seu conhecimento.
O QUE É CONSTRUTIVISMO?

Mais do que uma Pedagogia, é uma teoria psicológica que busca explicar como se modificam as estratégias de conhecimento do indivíduo no decorrer de sua vida.
Surgiu a partir do trabalho do pesquisador suíço JEAN PIAGET (1896-1980), que mostrou que o ser humano é ativo na construção de seu conhecimento (daí o termo construtivismo) e não uma "massa disforme", que é moldada pelo professor.
No Brasil essa teoria é também muito influenciada pela argentina EMÍLIA FERREIRO (que estudou como as crianças constróem o conhecimento da leitura e escrita) e do russo L.S.VYGOTSKY (que ressalta a influência dos outros e da cultura no processo de construção do conhecimento).
Essas teorias mais recentes costumam ser agrupadas sob a denominação Construtivismo pós-piagetiano.
Derruba a noção clássica do erro, pois demonstra que a criança formula hipóteses sobre o objeto de conhecimento e vai "ajustando" essas hipóteses durante a aprendizagem, e portanto, o erro é inerente a esse processo.
No Brasil, o termo é muitas vezes usado de forma incorreta.
Sem conhecimento e domínio da Semiótica é impossível utilizar o construtivismo na alfabetização.
Distinguem-se, em geral, quatro componentes da apresentação da linguagem:
a ‘imagem sonora’;
a ‘imagem visual da letra;
a ‘imagem motora da fala; e a
‘imagem motora da escrita.
Essa combinação, porém, se torna mais complicada quando se entra no processo provável da associação que se verifica em cada uma das várias atividades da fala.
A alfabetização se dá através da associação entre um símbolo (a letra, ou grafema) e seu som (o fonema). A criança aprende a reconhecer o som de cada letra para, a partir daí, ser capaz de combiná-las de modo a formar sílabas e palavras.
O ensino se inicia pela forma e pelo som das vogais, seguidas pelas consoantes. Parte-se dos sons mais simples para os mais complexos.
Hoje, a metodologia fônica rivaliza com as técnicas associadas ao construtivismo — em que se parte de textos e experiências sobre as funções da linguagem rumo a palavras, letras e sons—, considerado mais moderno.
Educadores são praticamente unânimes em afirmar que não se deve eleger um único método de alfabetização e há divergências sobre o alcance da técnica fônica.
Quando justapomos as palavras no discurso encadeado, retemos a inervação da palavra seguinte até que a imagem sonora ou a apresentação motora da fala (ou ambas) da palavra precedente nos tenha alcançado.
Aprendemos a soletrar ligando as imagens visuais das letras a novas imagens sonoras, as quais, por seu lado, devem nos lembrar os sons verbais que já conhecemos.
Imediatamente ‘repetimos’ a imagem sonora que denota a letra, de modo que também se observa que as letras são determinadas por duas imagens sonoras que coincidem, e duas apresentações motoras que se correspondem.
Aprendemos a ler ligando, de acordo com certas regras, a sucessão de apresentações inervatórias e motoras da palavra que recebemos quando enunciamos letras isoladas, de modo a fazer surgir novas apresentações motoras da palavra.
Assim que dizemos em voz alta essas novas apresentações da palavra, descobrimos por suas imagens sonoras que as duas imagens motoras e imagens sonoras que recebemos dessa forma, de há muito nos são familiares e idênticas às imagens empregadas no falar.
Aprendemos a escrever reproduzindo as imagens visuais das letras por meio de imagens inervatórias da mão, até que essas mesmas imagens visuais ou outras semelhantes apareçam.
Em geral, as imagens da escrita são apenas semelhantes às imagens da leitura e superassociadas a elas, visto que o que aprendemos a ler é impresso e o que aprendemos a escrever é manuscrito.
Escrever vem a ser um processo comparativamente simples e que não está tão sujeito à perturbação quanto a leitura
Quanto à leitura, a ‘imagem visual da palavra’ indubitavelmente faz sentir sua influência em leitores dotados de prática, de modo que as palavras individuais (particularmente os nomes próprios) podem ser lidas sem que sejam soletradas
Assim como na linguagem verbal a língua é o objeto de estudo, na semiótica é o signo que se encarrega de definir toda e qualquer significação, formando o alicerce da análise da linguagem não-verbal.
A despeito de sua complexidade, é o signo linguístico que se impõe como domínio obrigatório e, em geral, impele o indivíduo a buscar a escola: espaço onde se aprende a ler, escrever e contar.
Considerando-se a língua como matéria-prima das interações sociais, verifica-se que, entre os signos, o linguístico (ou verbal) ocupa espaço privilegiado.
Qualquer um pode descobrir pela auto-observação que existem várias espécies de leitura, em algumas das quais não chegamos a compreender o que é lido.
Quando estou lendo provas com a intenção de prestar atenção especial às imagens visuais das letras e de outros sinais tipográficos, o sentido do que leio me escapa tão inteiramente, que tenho de ler todas as provas novamente de maneira especial, se quiser corrigir o estilo.
Todo aprendizado ocorre por meio de signos. O processo comunicativo é fundamental à cognição.
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