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Existem verdades fundamentais da natureza humana, virtudes basilares que são exaltadas e vivenciadas naturalmente pelos espíritos mais elevados. São, entretanto, relegadas a segundo plano pelos tipos mais vis e venais, que as relativizam conforme a conveniência do dia.
A incapacidade de perceber no outro os sintomas da leviandade e da baixeza moral pode sim ser fruto de ingenuidade, como também do próprio reflexo miserável no espelho das enfermidades da alma.
C.S. Lewis chamou de “homens sem peito” essa espécie de eunucos morais, fracos de espírito e ignorantes da transcendência, esclarecendo que às vezes são tidos por grandes intelectos, mas suas cabeças só são vistas como grandes porque, na verdade, seus peitos é que são atrofiados.
Aceitar a verdade que está diante de seus olhos é o primeiro passo para a vivência do Ordo Amoris de S. Agostinho: existe uma ordem no amor, uma disposição ordenada das afeições, e a virtude está em atribuir a cada objeto o grau exato de amor que lhe é apropriado.
O comportamento vacilante diante do que se sabe correto é indício de fraqueza, oscilando temerariamente entre a defesa irrestrita do bem e o abrigo confortante da moderação tida como razoável. Quem é ponderado diante da Verdade apenas se coloca um pouco mais próximo da mentira.
“Numa espécie de mórbida ingenuidade, extirpamos o órgão e exigimos sua função. Produzimos homens sem peito e esperamos deles virtude e iniciativa. Caçoamos da honra e nos chocamos ao encontrar traidores entre nós. Castramos e ordenamos que os castrados sejam férteis”. C.S Lewis
