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Amados, ontem, como vocês sabem, fui a Brasília, para participar de audiência pública sobre violência obstétrica. Em um ambiente em que a cesariana é considerada, em si, violência obstétrica, eu demonstrei que a imposição do parto normal também é uma violência!
Muitos argumentos inaceitáveis foram utilizados contra o direito a escolher a via de parto, talvez o mais surpreendente seja o de que as mulheres mais simples não têm condições de saber o que é melhor para si.
Eu acho isso o máximo do elitismo. E essas pérolas vêm daquelas que se dizem "representantes das mulheres negras e pobres". Faz-me rir! Não sabem um décimo do que essas mulheres sofrem, implorando uma cesariana.
Mas não foi só. Muitas Deputadas ainda acham que o SUS paga muito mais pela cesariana do que paga pelo parto normal. Esse era o modelo antigo (bem antigo). Já há muito tempo, como parte da política de incentivo ao parto normal, o SUS libera praticamente o mesmo valor para os dois
Além de pagar praticamente o mesmo valor para parto normal e cesariana, existem cotas! Sim, os hospitais contratados deixam de receber, quando exorbitam as metas/métricas/cotas de cesarianas. O que vocês acham que acontece na ponta?
Mesmo necessitando de uma cesariana, mulheres são obrigadas a um parto normal! Quando termina bem, OK. Mas como fica essa mulher quando o bebê morre de falta de oxigênio, ou fica sequelado?
Estamos diante de uma política assassina, que visa economizar, mas conta com o respaldo das intelectuais, em especial esquerdistas, que acreditam que podem impor suas convicções a todas as mulheres, que tomam por incapazes.
Dada a gravidade da situação, depois da audiência pública, estive no CFM e no Senado, onde já tramita o mesmo PL! Não dá para calar diante do que está ocorrendo. Política pública assassina, reforçada nos governos do PT, mas ainda não revista no atual Governo.
Consegui o apoio de várias Deputadas e de vários Senadores. E vou buscar mais! Não é possível que algo tão básico esteja ensejando tamanha resistência. Com certeza, estamos contrariando elevados interesses econômicos. Reflitam!
