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Como eu consegui atravessar a Europa de bicicleta em menos de um mês?

Siga o fio para conhecer os detalhes dessa viagem.

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Quantos dias para cumprir o trajeto?

29 dias.

Saí de Barcelona no dia 13 de agosto, terça-feira. Cheguei a Haarlem, cidade colada a Amsterdã, no dia 10 de setembro, também terça-feira. Fiz o trajeto sem tirar nenhum dia de folga.
Qual foi o trajeto percorrido?

Depois de Barcelona, atravessei a França de ponta a ponta, fiz o mesmo em Luxemburgo, entrei na Bélgica, passei rapidamente pela Alemanha, voltei ao território belga e, enfim, cheguei à Holanda.
Quantos quilômetros no total?

2.028 km. Um dos objetivos era ultrapassar a marca de 2 mil quilômetros.
Teve alguma carona pelo caminho?

Nenhuma! Esse era outro objetivo da viagem. Pedalar todos os 2.028 km. Deu certo!
Quantos quilômetros você pedalou por dia?

Em média, 70 km. Não foi pesado. O desafio é muito mais mental do que físico.
Por que fazer isso?

Pelo desafio, para conhecer lugares que nunca imaginei, conhecer pessoas, para ver paisagens - e, lógico, tirar muitas fotos.
Você foi sozinho?

Sim, encontrei alguns ciclistas pelo caminho. Eles pedalaram poucos quilômetros ao meu lado. Mas não chegou a 20 km.
A bicicleta quebrou?

Sim, tive dois problemas. O primeiro problema aconteceu no terceiro dia da viagem: a roda traseira ficou desalinhada. Foi preciso comprar outra em uma loja de Perpignan. No 18º dia, o câmbio dianteiro desregulou. Nada que me impedisse de chegar à Holanda.
A bike foi preparada para a viagem?

Eu usei a mesma bike da viagem que fiz na América e a que utilizo nas ruas de São Paulo - tenho ela há 10 anos. Antes de embarcar para a Europa, troquei algumas peças, como corrente, câmbios, catraca, pedivela e coroa, além de rodas e pneus.
O pneu furou algumas vez?

Nenhuma vez - dei sorte, porque na viagem pela América, quando percorri 1.939 km de Rio Grande (RS) e Valparaíso, no Chile, isso aconteceu 11 vezes.
Onde você dormia?

Recorri a campings em 24 das 28 noites na estrada. Fiz camping selvagem, sem pagar, três vezes - em um deles dormi no terreno da Decathlon, camuflado entre as barracas para vender. Uma vez consegui abrigo no terreno de uma casa de franceses.
Onde a bike ficava?

Nos campings selvagens, ela ficava ao meu lado, dentro da barraca - para isso, eu desmontava a roda dianteira. Nos campings, ela ficava amarrada na barraca, mesmo que o local não apresentasse perigo algum.
Onde você tomava banho?

Nos campings. Mas fiquei dois dias sem tomar, logo no começo da viagem, quando fiz camping selvagem. Num desses dias, acordei e tomei banho num posto de gasolina.
Onde você comia?

Eu cozinhava todos os dias, com um pequeno fogareiro. Normalmente, comprava os mantimento pouco antes de fazer a comida. Assim, podia comprar carne, por exemplo. O local era escolhido no caminho: podia ser numa mesa pública ou até mesmo num banco de parque.
Onde você lavava a roupa?

Levei pouquíssima roupa. Lavava no camping e improvisava um varal para secá-las.
Pegou chuva?

Quatro dias, para ser exato. Apenas um de chuva forte e constante. Foi preciso cobrir a bagagem com saco plástico e usar capa de chuva. Isso aconteceu em Liege, na Bélgica.
E frio?

Embora fosse verão, tive de enfrentar temperaturas baixas em Luxemburgo, Bélgica e Holanda. Cheguei a pegar 7°C de manhã. Como levei pouca roupa, precisei comprar uma casaco no caminho. Também me protegi no saco de dormir, que suporta temperatura de até 5°C.
Qual foi a maior dificuldade no caminho?

O vento mistral, no sul da França, na região dos Alpes. Foram quatro dias de batalha contra ele. Isso me obrigou a alterar a rota, pegar mais trajetos com subidas, a fim de evitar pedalar contra o vento.
Você usava mapa?

Sim, no Google. Escolhia uma rota para bicicletas. Isso, algumas vezes, resultava em problemas, pois a estrada nem sempre era asfaltada. Fui parar dentro de uma floresta, inclusive. E pedalei na areia também.
Você caiu alguma vez?

Duas vezes. Uma numa estrada de terra, por causa de um buraco, ainda na Espanha, logo no segundo dia. Outra em Thionville, na França, devido ao piso molhado num calçadão da cidade. Não me machuquei, mas fiquei preocupado com possíveis danos à bike.
Teve mais algum episódio chato?

Sim. Fui furtado num camping da França. Levaram meu relógio, enquanto ele carregava na tomada de um banheiro. Ainda na França, perdi minha bandeira do Brasil durante um trajeto.
Como é passar pelas fronteiras dos países?

Simples, sem nenhuma burocracia. Todos os seis países fazer parte do Espaço Schengen. A parte ruim disso é que a viagem rendeu apenas um carimbo no passaporte.
Teve medo de alguma coisa?

Uma vez, apenas. Quando tive de encarar uma estrada nacional em Luxemburgo, com acostamento mínimo, muitos carros, velocidade máxima de 110 km/h e caminhões bem próximos.
Qual é o custo dessa viagem?

R$ 8.000, incluindo passagens de ida e volta compradas com antecedência (R$ 2.100), envio da bike numa caixa (R$ 1.200), reforma da bike (R$ 600), campings (R$ 1.300) gastos e alimentação (R$ 2.800). Foram 35 dias na Europa, no total.
E como leva a bike?

Numa caixa grande, essas que embalam uma bike nova. É só desmontar a roda dianteira, colocá-la rente ao quadro, tirar os pedais, o banco, deixar o guidão paralelo ao quadro e passar plástico bolha.
Você emagreceu?

Três quilos. Todos já recuperados, rs.
Quais os próximos planos?

Depois da América do Sul (1.939 km em 2018) e Europa (2.028 km em 2019), vou pedalar pela Oceania (2020), África (2021), Ásia (2022), Antártida (2023) e Brasil (2024).
Quer saber mais?

Tem mais detalhes no meu perfil no Instagram: diegosalgadobike
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