Ontem ouvi o Dr. Fernando Gomes dar conta que precisávamos registar mais valias de 65M na venda de jogadores. Fui fazer umas contas rápidas para tentar perceber onde nos levaria esses números.
Repliquei então as receitas, sem transferências, com alguns ajustes (Liga Europa 12,27M€ contando com meias finais e diminuição da bilheteira em 2M devido a não termos oitavos e quartos da Champions no Dragão).
Fiz o mesmo ajuste aos custos operacionais (sem amortizações de passes), aplicando uma redução de 5% aos custos de pessoal e uma ligeira redução a outros custos e formecimentos externos.
Grosso modo, os proveitos operacionais (sem transacções de jogadores) deverão andar pelos 103M€ e os custos operacionais (sem amortizações de passes) pelos 140M€. Resulta daqui um prejuízo operacional de -37M€ (a correr bem).
Depois entramos no campo das amortizações com passes. Dadas as contratações após 30 Junho, é certo que aquele montante aumentará (basta ver que só os reforços acarretam 10M€ / ano em amortizações). Ainda assim apliquei uma subida de 10%, que dava -40M.
Portanto, somando os prejuízos operacionais de -37M aos -40M com as amortizações de passes jogadores, temos -77M€.
Se a este montante subtrairmos as tais mais valias com transacções de 65M€ (que implicam vendas que rondaram os 100M), temos um prejuízo de -12M.
A estes -12M há que somar os resultados financeiros que, replicando o do ultimo exercício, andaram à volta dos -19M. Portanto, contas feitas à merceeiro (e com boa dose de vontade), poderemos estar a falar de um prejuízo para este exercício de -31M.
Como para o cumprimento do fair play financeiro contam as folgas dos ultimos anos (aquilo que ficou abaixo dos limites impostos pelo acordo com a Uefa) e não são contabilizadas as despesas com formação (cerca de 11M€), temos que o limite máximo de prejuízos seriam -41M€.
Julgo que cumpriremos a meta do ultimo ano do acordo do FPF ainda que com um prejuízo daquela ordem de grandeza (isto se tudo correr bem).
