, 9 tweets, 2 min read
Fio. Os aplausos escancaram muitos problemas da imprensa esportiva hoje:

1) sua "nova formação", misturada a influencers
2) a ética e o profissionalismo da "nova imprensa" ao lidar com fontes e alvos de cobertura
3) o desejo do público por informação clubista e e enviesada (+)
Qualquer debate hoje sobre o fato de terem aplaudido a coletiva de Jorge Jesus, porém, ficará preso, internamente e externamente, na rasa discussão da audiência sobre Flapress, etc, cheia de lugares comuns. Eis aí um outro problema: a imprensa esportiva pauta suas discussões (+)
pela opinião de um público cada vez mais feroz, que não quer notícia: quer ler e ouvir só o que lhe faz bem. E aí proliferam fontes de informação que cumprem exatamente esse papel, atendem a demanda, e criam problemas em bola de neve que vai dar na ovação ao final de entrevista.
O mundo mudou. E vários "jornalismos" estão debatendo e tentando se encontrar: o político, o de cultura, o de revista, o de rádio. O jornalismo local e o de dados, especialmente, correm atrás para se entenderem com louvor através de cursos, seminários, debates, estudo.
O jornalismo esportivo não. São raros os evento no país que discutam à vera, por e para quem faz, o exercício da profissão. Os que existem são voltados para universitários e, para atrair público e 💰 se fiam pelos rostos da TV contanso suas experiências pessoais. Não há troca.
Cursos de jornalismo na universidade mal tocam no esporte. Os oferecidos por profissionais da área são muitas vezes um exercício ao ego do professor e que, salvo boas exceções, vendem mais sonho que realidade. Pouco se ensina sobre reportagem e ética. Nada se ensina sobre texto.
Influencers e torcedores com microfone podem não ser problema. O problema é eles terem chegado há muito e nem estarmos, nós jornalistas esportivos, debatendo o tema internamente com vigor e entendendo como as coisas podem se ajustar. É preciso refletir e conversar.
O único debate hoje no meio é sobre conhecimento/falta de conhecimento tático e o papel da imprensa esportiva na leitura de jogos. É importantíssimo. Mas não é o único, acho, e os aplausos de ontem mostram que talvez a energia mereça ser dissipada para outras questões.
(perdão pelo longo fio aos torcedores que me seguem. são opiniões voltadas mais aos colegas do que à audiência. aos jornalistas e estudantes que estão por aqui, estamos sempre abertos ao debate).
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