A história de hoje foi contada pela @sorria_e_acene_ e aconteceu em Fortaleza, CE:
Eu estava dormindo na casa do meu noivo.
No meio da noite, madrugada escura, ele se levantou para ir ao banheiro e, com a luz acesa, o quarto ficou na penumbra.
Abri os olhos e mal pude ver o rosto grave de um homem que me observava, quase a encostar no meu rosto.
Podia ter sido somente um sonho estranho, então, não cabia meter medo nele sem razão...
Ele acordou cedo e se arrumou para trabalhar e eu, como entrava mais tarde no serviço, fiquei na cama aproveitando o sono.
- Vai levantar agora, ou prefere que te acorde?
Tive certeza de que a voz pertencia àquele rosto de antes...
Nesse dia cheguei tão cedo no trabalho, sem qualquer necessidade, afora o pavor que me dominava.
Ainda assim, não falei nada para ninguém.
Os dias seguintes foram tranquilos, mansos, e nada de novo ocorreu, até que, meses depois, eu dormia na casa de minha mãe quando tive um sonho particularmente estranho.
Isso me desesperou completamente, e acordei cheia de angústia e o dia foi terrível.
Talvez para ficar mais em paz, fui dormir com meu noivo novamente.
Quando eu estava pegando no sono, senti novamente que alguém me observava. Claro que senti medo de olhar, mas tiver que ver.
E, ao abrir os olhos, lá estava o rosto me encarando...
De repente ele falou:
- Arranjei as fraldas para o bebê.
Era a mesma voz de antes, agora perfeitamente encaixada naquele rosto demoníaco que parecia me perseguir.
Corri.
Completamente apavorada, corri para a sala chorando e pedindo socorro, e desabei no colo do meu noivo - que até então não sabia de nada - e que ficou alarmado buscando qualquer explicação razoável, mas não havia...
E depois que ele saiu, e que fiquei sozinha, e que pensei em dormir mais um pouco...
Quando abri os olhos ele estava lá, de preto, diante de mim, com a mesma cara grave e assustadora, só que dessa vez ele estava diferente.
Do nada ele se jogou por cima de mim e agarrou meu pescoço.
Tentei gritar, mas nada.
Apaguei.
Chorei muito trancada no banheiro, sem coragem de sair ao quarto.
Depois, mais calma, me vesti e sai correndo.
Não pude suportar tudo aquilo e jamais queria ver aquela face novamente.
Depois disso, nunca mais o vi. Também, nunca fui buscar explicação para esse história, que acabou caindo no limbo da minha memória, até agora.
Nesta noite, meu irmão e sua esposa foram nos visitar e ficamos jogando buraco até tarde, bebericando de leve a aproveitando a noite.
Fomos para nosso quarto e meu irmão se acomodou no quarto de hóspedes. Não tínhamos bebido o suficiente para rolar o que rolou, mas, a vocês o julgamento...
Pouco mais tarde, levantei para ir ao banheiro, e, quando voltei, ela estava acordada, ainda na cama, me esperando, e começou a me beijar de forma estranha...
- Meu amor, eu estava com saudades...
Quatro anos de casados e nunca tinha rolado isso de meu amor, eu te amo e tal, ou beijos no meio da noite.
- Saudade? Mas eu nem demorei no banheiro. Que saudade louca, heim?
Ao que ela respondeu, com uma voz mais estranha:
- Tempo demais, tempo demais. Você está sentindo o cheiro?
- Cheiro de quê?
- Das flores, meu amor - ela respondeu, no meio de um riso assustador.
E perguntei:
- Amor? Silvia? Você pirou?
Ao que e ela respondeu:
- Quem é Sílvia? Você não sabe quem eu sou?
Pulei da cama na mesma hora, corri pelo quarto escuro procurando a porta e gritando QUE PORRA É ESSA?
- Eu vim te buscar, amor. Disse que podia demorar, mas que eu vinha.
Nesta hora, minha mão encontrou o interruptor e a maçaneta. Sai do quarto chamando por socorro.
Ela, com os gritos, saiu do transe em que se encontrava.
E eles acabaram rindo da minha cara de espanto.
Nesta noite quase não dormimos, e a vida seguiu...
Não demorou, senti ela deslizando até mim, até minha orelha, quando então sussurrou:
- Eu te amo.
Ao mesmo tempo em que isso aconteceu, um cheiro enjoativo de flores tomou conta do ambiente.
Gritei de medo e, num pulo, acendi as luzes, o que bastou para finalizar, novamente, o transe.
Decidimos não dormir ali. Arrumamos uma mochila e passamos a noite num hotel.
Depois disso, nada mais aconteceu. Ainda escutei muita coisa estranha naquele apartamento, muito barulho sem explicação e vozes me chamando.
Aparentemente, tudo acabou aí e nunca mais tive experiências iguais a essa, nem parecidas.
Fim
Amanhã, se der tudo certo e nada de estranho acontecer, volto com uma história ainda pior do que essas duas.
Beijos e durmam bem, se for possível, Hua Hua Hua