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#HallowTanto

2ª Noite

A história de hoje se passou nos anos de 1998 e 1999, na cidade de Araruama, Rio de Janeiro, e foi contada pela @patriciadaltro.

A Patrícia tinha 22 para 23 anos, e, em um feriadão, acabou indo com amigos para uma casa na dita cidade.
@patriciadaltro Os primeiros fatos estranhos ocorreram logo na chegada: a porta de entrada estava completamente bloqueada por centenas de mariposas, dessas grandes, com asas marrons e pretas.

Óbvio que todo mundo se assustou com a cena, mas o que fazer?
@patriciadaltro Sem opção, o grupo tirou as bichas e, depois de algum trabalho, conseguiu entrar.

Mas lá dentro não estava menos pior, pois os quartos também estavam cheios das bichas, mesmo que a casa fosse toda telada - e eles verificaram isso com afinco, para evitar problemas.
@patriciadaltro Sem qualquer explicação, o grupo se dividiu: os homens ficaram retirando os insetos, enquanto as mulheres foram limpar o interior do imóvel, onde não tinham mariposas.

Aí, repentinamente, a casa foi invadida por uma melodia estranha, um sussurro...
@patriciadaltro ...era um som baixo, uma espécie de canto em língua estranha que ninguém entendia.

O grupo começou a buscar a origem do som e, então, constataram que o som parecia vir de um quadro antigo na sala, como se saísse de dentro da parede.

Mas era impossível, né?
@patriciadaltro O clima ficou pesado e eles correram para terminar de limpara a casa.

De noite, já mais calmos, ficaram na sala jogando conversa fora quando, do nada, surgiu uma nova invasão de mariposas que se debatiam contra os lustres de forma ruidosa e suicida.
@patriciadaltro Depois de muita luta, eles conseguiram expulsar essa nova invasão, mas eles não negam que estavam assustados. O grupo demorou a dormir.

Apesar de a casa ser grande, com 3 quartos, eles optaram por dormir todos juntos - e a noite não foi mais tranquila por isso.
@patriciadaltro Eles acordaram várias vezes durante a madrugada com barulho de panelas batendo, copos caindo dos armários, e, quando iam investigar, não havia nada fora do lugar.

Também não havia sinal de bicho, de nada.

E a noite foi tensa com a casa que insistia em se mostrar viva...
@patriciadaltro Quando finalmente acharam que conseguiriam dormir, já quase raiando o dia, ouviram o barulho assustador de centenas de insetos que se batiam contra a janela do quarto – e somente nessa janela.

Novamente, as mariposas.
@patriciadaltro O grupo desistiu de dormir no quarto e foram dormir na sala, onde, aparentemente, se sentiram mais seguros - mas eles dizem que não pregaram os olhos, atentos, com uma sensação estranha que percorria a todos.
@patriciadaltro Apesar de tudo, o 2º dia foi tranquilo. Estavam cansados, mas conseguiram aproveitar.

De noite, resolveram tentar dormir no mesmo quarto da noite anterior, mas foram acordados novamente com barulhos de panelas e, mais uma vez, a estranha melodia que invadia o ambiente.
@patriciadaltro Desta vez, ninguém quis investigar.

Preferiram ficar no quarto escuro, embaixo das cobertas, quando então perceberam uma luz fraca que percorria o cômodo, como se fosse o foco de uma lanterna quase morta, brincando com eles.
@patriciadaltro Não havia qualquer explicação para a luz. Eles tentaram descobriu sua origem, mas nada...

Alguns tentaram persegui-la com as mãos, para verificar de onde vinha aquele possível reflexo, mas nada também...
@patriciadaltro Da mesma forma que surgiu, a luz sumiu.

Chegaram à conclusão de que não poderiam ser um reflexo da rua, eis que a casa era completamente afastada, na zona rural, e não havia qualquer fonte de luz perto.

Saíram correndo e decidiram dormir na sala, novamente...
@patriciadaltro As coisas começaram a piorar na noite do 3º dia.

O grupo decidiu sair para beber em um bar próximo.

E, na volta, de madrugada, enquanto estacionavam o carro no amplo terreno, perceberam o vulto de uma criança iluminada pelo farol do carro, que parecia se esconder.
@patriciadaltro A imagem era tão real que todos acharam se tratar de alguma criança da redondeza, que poderia estar perdida, precisando de ajuda.

Na ânsia de ajudar, o grupo se dirigiu correndo à criança que, misteriosamente, evaporou no ar...

Sumiu sem deixar rastros.
@patriciadaltro Entre gritos e pavor, o grupo correu para a casa e se trancou, quase sem fôlego.

Sem conseguir dormir ficaram conversando na sala, e alguns rezavam, porque, quando olhavam pela janela, avistavam o vulto da criança que caminhava calmamente pelo terreno, observando a casa.
@patriciadaltro No domingo, último dia na casa, já cansados de tantas coisas estranhas, o grupo decidiu ir embora assim que acordou, pondo fim ao final de semana prolongado.

O avistamento da criança foi a gota d'água naquele final de semana tenebroso.
@patriciadaltro Apesar de tudo, ano depois parte do grupo resolveu voltar ao local para mais uma breve temporada.

Talvez achassem que teriam mais sorte dessa vez, mas, novamente, fatos assustadores aconteceram, bem mais intensos, contudo.
@patriciadaltro Já sabedores dos fatos, de noite o grupo se pôs a observar o terreno e percebeu que a criança seguia aqui e lá, andando pelo terreno e olhando para o imóvel, como realmente precisasse vigiar a eles, ou como se quisesse manter contato.
@patriciadaltro Decidiram dormir novamente em um mesmo quanto, por achar mais seguro. E de noite voltaram a escutar barulhos de panelas e objetos que caiam...

...mas mal sabiam que esse seria o menor dos problemas.

No meio da noite eles foram surpreendidos com gritos violentos.
@patriciadaltro Os gritos vinham de um dos quartos da casa, como se houvesse um casal brigando.

Acontece que todos os vivos estavam ali, no mesmo quarto, e não havia ninguém que pudesse estar gritando daquela forma.

A coisa era tão real que acharam que podia ter havido uma invasão.
@patriciadaltro Criaram coragem e foram verificar o cômodo.

Apavorados, encontraram tudo vazio e silencioso, como se nunca tivesse sido ocupado - mas bastou se afastarem, voltarem para o quarto, para os gritos retornarem ainda piores.

Eles rezaram muito, juntos, e a coisa parou logo depois.
@patriciadaltro Apesar disso, decidiram ficar até o final.

Mas no anoitecer do 2º dia, Patrícia tomava banho quando percebeu algo apagando o vapor do chuveiro no espelho.

Assustada, paralisada, ela observou uma mão fantasma que se movia, até se materializar a forma de um homem no espelho...
@patriciadaltro No mesmo momento, Patrícia conta que os gritos de briga de casal voltaram muito fortes no quarto ao lado.

Distraída com o barulho, que chegava a machucar os ouvidos, Patrícia não percebeu quando o homem no espelho foi se enfurecendo e, por fim, gritou:

VÃO EMBORA DAQUI!!!!
@patriciadaltro Ela diz que até hoje, não consegue esquecer o rosto daquele homem, transbordando de ódio e violência; nem o horror dos gritos da briga; muito menos o som demoníaco da ordem dada...
@patriciadaltro Patrícia saiu correndo do banheiro, enrolada na toalha, ao mesmo tempo em que o grupo todo se reunia na sala, amedrontados com o barulho de gritos da briga inexistente.

Alguns também ainda conseguiram ouvir a ordem para irem embora.
@patriciadaltro Obedeceram. Arrumaram suas coisas e partiram.

A 2ª vez em Araruama foi mais assustadora ainda e marcou a todos até hoje.

Depois, ao comentar os fatos com a dona do imóvel, descobriram que não foram os únicos a passar por aquilo.
@patriciadaltro A mulher, tia de um dos jovens, preferiu não alertá-los de nada, pois pretendia vender a casa e não queria que histórias bizarras afastassem pretendentes. Por isso também queria a casa ocupada - para mostrar que não havia nada de anormal ali.
@patriciadaltro Contudo, agora eles sabiam, histórias iguais aquelas eram comuns no imóvel.

Objetos que caiam, bichos que surgiam, barulhos e sons estranhos, casos de avistamento de crianças, de escravos, de homens broncos e violentos, gritos de dor e raiva...
@patriciadaltro Fato é que a casa foi erguida em ponto próximo a uma antiga e grande fazenda, próximo de uma antiga senzala e pelourinho - local de morte e sofrimento de muitos escravos em épocas antigas.

Agora eles sabiam, muito daquilo ainda estava por lá...
@patriciadaltro Hoje a casa encontra-se vazia, abandonada, quase em ruínas sem ninguém que se disponha a ir lá.

Os proprietários ainda querem vende-la, mas a fama do lugar já se espalhou e ninguém se interessa pelo imóvel.

Tentaram até uma reforma, mas os operários desistiram, apavorados.
@patriciadaltro Curioso que sou, até me dispus a ir ao Rio de Janeiro e conhecer o local, quem sabe passar uma noite na residência, mas a Patrícia, testemunha viva dos pavores vividos no local, me desrecomendou fortemente, pelo amor de Deus.

Fim
E chegamos ao fim da nossa 2ª noite de #HallowTanto

Se você chegou até aqui, parabéns. Amanhã, se der tudo certo e nada de estranho acontecer, tem mais.

Espero que estejam bem, que tenham uma ótima noite e durmam bem, se possível, Hua Hua Hua.
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