Tenho + de 50 anos, e atesto: a vida na ditadura foi +-boa até 1973 (era pequeno, mas tenho as refs dos meus pais). Depois foi caindo, caindo, até que se tornou um inferno pra classe média e pobres (esses, muito +): inflação galopante, arrocho salarial, desemprego...
a educação pública (que era boa, mas era excludente) se deteriorou completamente, o sistema público de saúde não existia, as grandes cidades incharam, as favelas proliferaram no entorno...
tudo subia de preço conforme a inflação do mês anterior, era o cachorro correndo atrás do rabo. A gente tinha que conviver com siglas e conceitos do tipo ORTN, OTN, URP, UPC, BTN, BTNF, Gatilho Salarial, Equivalência Salarial (para reajustes de casa própria), resíduo...
tinha tb dolarização informal (serviços, imóveis e outros bens cotados em dólar), 3 câmbios diferentes (oficial, turismo e "black").
sobre educação pública: o normal era estudar só até a 4ª série (atual 5º ano EF). Não havia vagas para todos e o analfabetismo era altíssimo. Pra ingressar no atual EF2, tinha que fazer uma prova de admissão (vestibular). Não passou, acabou a carreira escolar.
+- por volta de 1974 o ensino foi universalizado e acabaram os exames de admissão. Mas o nível da escola caiu vertiginosamente, pois o governo arrochou de tal forma os salários dos professores que todo mundo foi dar aula em escolas particulares ou mudou de profissão.
e como sempre acontece, a classe média se ajeitou matriculando seus filhotes em escolas particulares que, antes, eram consideradas de baixo nível. Bom era estudar no Caetano de Campos, o Objetivo era chamado de PP ("pagou, passou")
