O futebol português, aliás, é obcecado por sistemas e modelos de jogo por influência dele.
Em 1950, Cândido de Oliveira veio ao Brasil para treinar o Flamengo.
Mesmo assim, o país seguia sendo coadjuvante no futebol.
Tudo mudou na virada do século. Um plano que deu certo.
Mourinho levou a metodologia para o Porto e revolucionou o trabalho de preparação.
Pare por um segundo e imagine um clube brasileiro criando um cargo com esse nome para um acadêmico que tinha criado uma forma de treinar diferente de tudo que era usado até ali. Seria piada.
Quando Mourinho foi embora, o novo treinador, Luigi Delneri trouxe métodos antigos e os jogadores protestaram, pois sentiam que estavam andando para trás. Delneri foi demitido antes mesmo de fazer seu primeiro jogo oficial.
Desde então, uma horda de treinadores e jogadores portugueses invadiu os grandes clubes mundo afora.
Nos enfrentamos entre nós. Há sempre um campeão. Ganhamos dos nossos vizinhos sul-americanos na Libertadores, pois somos muito maiores e mais ricos. Com isso, achamos que está tudo bem.
Primeiro, há dezenas de vídeos de treinamentos disponíveis online e dezenas de jornalistas que acompanham o clube todos os dias e, em boa parte, os treinos.
Nas primeiras semanas de Jorge Jesus, um zagueiro titular de 23 anos disse que não conhecia 70% do que o treinador havia apresentado (oglobo.globo.com/esportes/leo-d…).
Além de sem graça, a piada revela um problema: o futebol brasileiro está esperando um memorando para descobrir novidades.
Tudo está mudando o tempo todo. Precisamos aprender.
Aliás, não há nada inerentemente errado com o jeito brasileiro de jogar futebol nem nas ideias de jogo que circulam por aqui.
Mas por que essas mentes tão fechadas?