DOSSIÊ RIVER - PARTE 3: como se defende
Chegou a hora de entender o River Plate sem a bola. Como se defende? Como se comporta? Como se organiza? Como tenta roubar a bola?
Vamos aos mínimos detalhes com a ajuda luxuosa do craque @boucas_pedro
Segue o fio!
Chegou a hora de entender o River Plate sem a bola. Como se defende? Como se comporta? Como se organiza? Como tenta roubar a bola?
Vamos aos mínimos detalhes com a ajuda luxuosa do craque @boucas_pedro
Segue o fio!
Já falamos na PARTE 1 () sobre a formação do River e as principais características do modelo de jogo. Na PARTE 2 detalhamos o elenco e como cada peça se encaixa nesse esquema ()
A organização do time parte de um 4-1-3-2 que tem cara de M-W porque os laterais costumam jogar fora da linha dos zagueiros, mais alinhados ao primeiro volante, Enzo Perez.
Isso tudo tem motivos...
Isso tudo tem motivos...
Um jogo de futebol é dividido em quatro fases ( ) e o River foca muito nas TRANSIÇÕES. O time está sempre disputando o jogo em alta rotação, virando a chave entre defesa e ataque. Por isso não respeita muito formações ortodoxas.
Em vez de se preocupar com a proteção da última zona do campo com uma linha de 4 bem montada, todo o foco do time está em roubar a bola no meio-campo e nem deixar o adversário se aproximar do seu gol. Assim, o time persegue e morde sem se preocupar em manter um formato.
Lembra da ideia de Zona de Guerra?
Além da transição, esse é o conceito central para entender a forma como o River se defende. Uma zona de guerra intensa e até meio caótica que mantém o jogo longe de Armani.
Além da transição, esse é o conceito central para entender a forma como o River se defende. Uma zona de guerra intensa e até meio caótica que mantém o jogo longe de Armani.
Assim, quase não dá pra dizer que o River joga com sobra entre os zagueiros. Os zagueiros SÃO a sobra de um time que se defende no meio-campo. O objetivo é que eles só peguem as bolas mascadas que eventualmente conseguirem passar a pressão.
É por isso que muitos times usam a bola longa para tentar atacar o River. O objetivo é literalmente SALTAR a pressão e chegar direto na última linha de defesa, que tem problemas. O River fica espaçado e nem sempre defende bem as costas nesse tipo de jogada.
Além do que foi mostrado no vídeo, muitas vezes Enzo Pérez (1,77m), Montiel (1,75m) e Casco (1,69m) acabam disputando essa primeira bola pelo alto. Pode ser bem fácil ganhar uma casquinha nessa região e colocar os zagueiros no mano-a-mano.
Afinal, os zagueiros ficam quase sempre no mano-a-mano. Assim, o River também fica muito exposto a contra-ataques.
Contra BH e Gabigol, esse tipo de jogada é mortal. Não se pode dar esses espaços. Por isso a solução lógica seria usar um terceiro zagueiro - não para se fechar na casinha com uma linha de 5, mas para ter sobra quando a bola entrasse nas costas dos meias.
No entanto, futebol é um jogo de cobertor curto. Você ganha a sobra em um lugar, mas perde em outro. No caso, o River perde sua principal característica no meio, portanto o mais provável é que Gallardo use o lateral do lado oposto à bola fechando como terceiro zagueiro.
Afinal, os quatro jogadores do meio são a chave para o jogo de transições do River. Palacios é o equilíbrio do time. Não faria sentido abrir mão dele ou de De La Cruz.
O River perderia seus principais padrões de pressão na bola, cercando os adversário por todos os lados.
O River perderia seus principais padrões de pressão na bola, cercando os adversário por todos os lados.
Quando o time adversário sai lá de trás tocando a bola, a pressão alta do River é menos frenética, mas bem organizada. Mais uma vez convoco o @boucas_pedro para exemplificar.
Acha que o Flamengo não entende esses mecanismos para fugir desse tipo de pressão? @caitomainier, o Rogerinho do Ingá, pode responder melhor que eu: achou errado!
Quando o adversário ultrapassa essa primeira pressão e constrói pacientemente, aparecem, sim, os momentos em que o River baixa um pouco suas linhas e se organiza no próprio campo. Aí o desenho do 4-1-3-2 fica mais claro.
Para gerar perigo nessas situações, o melhor caminho é entrar com a bola por trás dos meias e atrair Enzo Pérez para fora de posição, correndo para frente, deixando a defesa exposta. É totalmente possível, como o @boucas_pedro mais uma vez explica.
Mesmo com o River organizado, às vezes a pressão na bola é tão voraz que o time se desorganiza e algum adversário ultrapassa completamente livre.
A movimentação do terceiro homem () será fundamental. Mas essas janelas de oportunidade duram pouco. O River é bem treinado e muito bom na tomada de decisões. Quando erra, se corrige rápido. A questão é criar o maior número possível de janelas.
Por tudo isso, nem sempre o passe de primeira para circular a bola muito rápido será o melhor. Os jogadores do Flamengo precisam ter calma para atrair a pressão para si e só então tirar a bola dali, para algum espaço vazio.
Essa fragilidade é, claro, a armadilha do River Plate. Ali é a zona de guerra e o time confia muito na sua pressão para comandar o setor, roubar a bola e sair rápido no contra-ataque, como mostra mais uma vez o @boucas_pedro.
Ao atacar, o Flamengo precisa estar sempre preparado para a perda da bola, pois o River vem com tudo.
Mas já estamos nos adiantando… A forma como o River ataca (e contra-ataca) é o assunto da próxima parte. Por enquanto, ficamos por aqui.
Mas já estamos nos adiantando… A forma como o River ataca (e contra-ataca) é o assunto da próxima parte. Por enquanto, ficamos por aqui.
