NO AR. Desenhamos fatos sobre a cotação do dólar no Brasil. aosfatos.org/noticias/desen… 
1. O câmbio é o preço que se paga para vender uma moeda e comprar outra. Regime cambial é como um país estabelece esse valor, a taxa de câmbio.
Quando o real foi criado, em 1994, o Brasil adotou um regime cambial fixo em que R$ 1 valia US$ 1. Para manter esse patamar, no entanto, não bastava uma norma, mas também que o @BancoCentralBR atuasse no mercado vendendo as reservas de dólares do país nessa cotação.
@BancoCentralBR Entre 1995 e 1998, entrou em cena a chamada banda cambial, em que o governo estabelecia um limite para alta e queda do câmbio. Quando o dólar extrapolava os limites para cima ou para baixo, o BC interferia, comprando ou vendendo a moeda norte-americana.
@BancoCentralBR Em 1999, após crises financeiras em países asiáticos e na Rússia, a moeda brasileira sofreu forte desvalorização e o regime cambial do país passou a ser flutuante. Nele, o Banco Central permite que o mercado cambial estabeleça o preço da moeda estrangeira.
@BancoCentralBR 2. O BC não estabelece uma cotação para o dólar, mas intervém para tentar conter uma depreciação que considere excessiva ou para fornecer liquidez ao mercado em momentos atípicos. Por isso, economistas classificam o regime cambial brasileiro como "flutuante sujo".
@BancoCentralBR As intervenções do BC são feitas por meio de leilões no mercado de swaps (operação que equivale à venda ou compra futura de dólares com a função de evitar a volatilidade da moeda) e no mercado à vista (venda ou compra direta de dólares no mercado financeiro).
@BancoCentralBR Em agosto desse ano, depois de dez anos, o @BancoCentralBR voltou a vender dólares no mercado à vista. A última vez que isso havia ocorrido foi em 2009, em meio à crise econômica mundial.
@BancoCentralBR 3. Ainda que o BC intervenha no câmbio, o que define mesmo a cotação do dólar no Brasil é a oferta e a demanda. Quanto mais gente querendo comprar e menos pessoas dispostas a vender, a moeda aprecia, torna-se mais cara em relação ao real.
@BancoCentralBR 4. A balança comercial, saldo entre exportações e importações, impacta na cotação do dólar. Quando há superávit (mais exportações do que importações), entram mais dólares do que saem do país, o que barateia o custo da moeda norte-americana.
@BancoCentralBR O inverso também ocorre: em situação de déficit comercial (mais importação do que exportação), a saída de dólares é maior do que o ingresso da moeda, elevando a cotação no país.
@BancoCentralBR O fluxo de turistas é outro fator que exerce influência sobre o câmbio. A vinda de visitantes estrangeiros para o Brasil aumenta a oferta de dólar no país. Por outro lado, brasileiros viajando para o exterior aumentam a demanda por dólar, o que pode apreciar a cotação.
@BancoCentralBR O investimento estrangeiro também interfere na taxa de câmbio. A entrada e saída desses recursos dependem tanto de fatores internos (desempenho da economia nacional e expectativa futura) quanto externos (situação da economia global).
@BancoCentralBR Um ambiente econômico externo ruim, por exemplo, leva os investidores a serem mais cautelosos e evitarem colocar dinheiro em economias emergentes, como a brasileira. Isso pode fazer a cotação do dólar subir.
@BancoCentralBR Esse ano, o Brasil já registra a maior saída de dólares do país desde 1999. Até outubro, segundo o Banco Central, o déficit no ano era de US$ 21,46 bilhões. O número é superior aos US$ 16,18 bilhões registrados em 1999, pior ano da série histórica iniciada em 1982.
@BancoCentralBR Um dos principais fatores para essa saída acentuada de dólares do país seria a quitação de dívidas contraídas no exterior por empresas brasileiras. Só a @petrobras já gastou US$ 14,72 bilhões em pagamentos de débitos em moeda estrangeira, segundo a própria estatal.
@BancoCentralBR @petrobras 5. Na segunda-feira (18), o dólar fechou em R$ 4,2061 e atingiu a maior cotação nominal da história do real. Até então, o recorde era do dia 13 de setembro de 2018, quando o valor foi de R$ 4,1957.
@BancoCentralBR @petrobras Porém, ao fazer comparações monetárias entre anos, é necessário levar em conta a inflação do período, que impacta no poder de compra. Ou seja, ela faz com que um R$ 1 hoje valha menos que em anos anteriores.
@BancoCentralBR @petrobras No câmbio, é preciso considerar ainda a inflação do país da moeda estrangeira. Assim, a maior cotação do dólar na história do real foi mesmo em outubro de 2002, entre os dois turnos da eleição em que @LulaOficial foi eleito: R$ 7,48 (atualizado) ou R$ 3,95 (em valores da época).
