Seu Vermelho, liderança do Quilombo Rio dos Macacos, aos 89 anos, foi assassinado brutalmente, com machadadas, na noite de ontem, segunda-feira, 25/11.
Há 50 anos ele participava da luta para proteger o direito de sua comunidade viver nas terras preservadas por seus ancestrais.
Há 50 anos ele participava da luta para proteger o direito de sua comunidade viver nas terras preservadas por seus ancestrais.
Demarcação dos territórios quilombolas, certificação, titulação, iluminação, saneamento, condições de acesso ao quilombo, desenvolvimento sustentável e participativo são demandas quilombolas pelas quais Seu Vermelho viveu e, provavelmente, morreu.
Manifestamos nossa solidariedade à família de Seu Vermelho, à comunidade do Rio dos Macacos e a todas as lideranças quilombolas do Brasil que têm sido cada vez mais perseguidas, violentadas, exterminadas.
Com indignação, exigimos que o crime seja investigado de forma isenta. Considerando que a Marinha do Brasil possui uma guarita na entrada do quilombo por manter uma vila naquele território e uma Base Naval no entorno, e, do momento em que o corpo foi encontrado,
até a perícia chegar ao local, cerca de 5 horas depois, nenhum representante da Marinha apareceu, é necessário que a Polícia Federal e outros órgãos da União responsáveis pela apuração do caso exerçam sua função pública e não de defesa do governo.
Não há possibilidade insenção. O assassinato aconteceu em território por eles controlado. O silêncio pode ser entendido, no mínimo, como omissão ou permissividade. Há de se apurar com rigor.
Investigar, processar e responsabilizar mandantes e executores deste crime, portanto, precisa ser prioridade do Estado brasileiro. Cabe registrar que o número de assassinatos de quilombolas cresceu 350% entre 2016 e 2017.
