Governo Bolsonaro incluiu nova política para gravidez na adolescência: a abstinência sexual. Ministério de Damares faz eventos com $ público pregando que jovens não transem. Ministério da Saúde acabou com caderneta do adolescente. Saúde na Escola esvaziado oglobo.globo.com/sociedade/gove…
Ministério de Damares fez evento pra debater gravidez na adolescência. Convidou apenas religiosos entusiastas da abstinência sexual. Na entrada, cartazes criticavam camisinha com informação fantasiosa e relacionavam aborto e pedofilia. Ministério nega ter permitido os cartazes. 
Ofício de julho mostra que Ministério da Saúde decidiu acabar com caderneta de saúde do adolescente. 32 milhões já haviam sido distribuídas, com informações sobre puberdade e sexo seguro, iniciativa defendida pela Sociedade de Pediatria. Em março, Bolsonaro criticou a caderneta.
O eixo sobre infecções sexualmente transmissíveis e reprodução do Programa Saúde na Escola, dos Ministérios da Educação e Saúde, foi enfraquecido, como notaram profissionais que atuam nas unidades de ensino. Material usado foi tirado do ar.
"É preciso saber respeitar os adolescentes, que já têm autonomia. A postura do governo é preocupante. Não se pode obrigar um adolescente a fazer sexo, nem a se preservar", diz Mariana Franzoi, professora da Enfermagem da UnB, que atua com a temática da gravidez na adolescência.
O Ministério da Mulher diz que "preservação sexual" deve ser levada em conta quando se fala de sexo na adolescência, que isto é inédito em relação a governos passados e que outras políticas não foram abandonadas. O Ministério da Saúde respondeu que não vai responder às perguntas.
