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O @torturra fez uma ótima análise do bolsonarismo a partir do capanguismo.

O caso do Roberto Alvim expressa um aspecto particular disso: o comportamento de risco em bandos – de capangas, milicianos ou mafiosos.

Sim, estou falando do governo. Vem comigo 👇 (1/9)
@torturra A lógica é a mesma em qualquer bando paramilitar. A hierarquia se dá pela lei do mais forte. Para os da base, subir na hierarquia demanda um tipo de comportamento que envolve risco.

Se o cara não se arriscar, não sobe. Precisa ir pro front, atirar, matar, o que for. (2/9)
@torturra Mas quem se arrisca demais, dança. Pode dançar por conta própria, se ferindo ou morrendo. Ou por colocar em risco o grupo.

Há uma terceira forma de dançar: começar a aparecer demais e ameaçar a liderança do chefe. Aí começa-se a correr perigo no bando. (3/9)
@torturra A lógica do bando incentiva esse risco calculado, uma inteligência da força bruta, que vai deixando alguns para trás e permitindo que outros escalem na hierarquia.

O bando depende dessa dinâmica. Opera sucessivamente por: risco, recompensa para uns e abandono para outros. (4/9)
@torturra Assim funciona o bolsonarismo, um projeto autoritário inserido nas instituições, que busca sempre afrouxar os limites democráticos.

O líder não atua sozinho. Ele usa da premiação e abandono da lógica de bando para incentivar sua base a romper limites democráticos. (5/9)
@torturra Alvim é um ótimo exemplo. Começou como presidente da Funarte, um cargo médio. Tomou risco: xingou a atriz Fernanda Montenegro.

O chefe gostou. A coisa pegou mal para as almas ainda sensíveis, mas não para a base do governo. Nem para o centrão. Alvim foi premiado. (6/9)
@torturra Então Alvim tomou um risco maior. Decidiu fazer um vídeo evocando a retórica de um ministro nazista. Aí a coisa foi longe demais. Da centro-direita à esquerda, todos repudiaram.

Alvim então ameaçou o bando. Teve a cabeça cortada, ficou pelo caminho. (7/9)
@torturra Assim o bando bolsonarista vai testando e alargando os limites da democracia brasileira.

O método é alternar premiação e abandono.

A premiação incentiva a base a testar mais coisas bizarras (né Weintraub?). O abandono preserva o bando para seguir vivo. (8/9)
@torturra Alvim não foi o primeiro nem o último. A tendência é cada vez mais esses personagens obscuros do bolsonarismo, tipo o secretário da pesca, se jogarem nas bizarrices para galgar degraus na hierarquia.

Uns vão cair e outros vão subir. A roda gira e o autoritarismo segue. (9/9)
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