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NO AR. Desenhamos fatos sobre qualidade da água no Brasil. aosfatos.org/noticias/desen…

1. Desde o início de janeiro, moradores do Rio de Janeiro têm reclamado da qualidade da água que chega em suas casas. Gosto de terra, coloração barrenta ou aspecto sujo são exemplos das queixas apresentadas em pelo menos seis cidades do estado e 86 bairros da capital.

Segundo a @CedaeRJ, a mudança na água ocorreu devido à presença de geosmina, uma substância orgânica liberada por algas e que, segundo a companhia, não é prejudicial à saúde humana.

@CedaeRJ O que está acontecendo no Rio de Janeiro não é uma exceção. Apenas em 2020, moradores de Poços de Caldas (MG), Erechim (RS) e Ponta Grossa (PR), por exemplo, reclamaram da água que saía de suas torneiras, seja por sua coloração, cheiro ou gosto.

@CedaeRJ 2. Segundo a @ANAgovbr (Agência Nacional de Águas), antigamente, a principal ameaça à água eram os resíduos industriais. Hoje, o grande problema que afeta o recurso no Brasil é a grande quantidade de esgoto que é lançada nos rios sem o devido tratamento.

@CedaeRJ @ANAgovbr Estima-se que quase metade de todo o esgoto gerado no Brasil (cerca de 47%) não seja coletado, de acordo com o último diagnóstico do SNIS (Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento). A média, no entanto, esconde uma grande diferença entre as regiões.

@CedaeRJ @ANAgovbr Enquanto o Sudeste coleta 79,2% de todos os resíduos e o Centro-Oeste 52,9%, Norte, Nordeste e Sul não chegam a coletar metade do esgoto que produzem. No Norte, região onde a situação é mais precária, apenas 10,5% de todo o esgoto é coletado.

@CedaeRJ @ANAgovbr Se a coleta já é ruim, o índice de tratamento de esgotos é ainda pior. Também segundo o último diagnóstico do SNIS, cerca de 54% de todo o esgoto gerado no país não recebe tratamento, inclusive o que é coletado (74,5% dele não passa por nenhum tratamento).

@CedaeRJ @ANAgovbr 3. Uma em cada quatro cidades do país tem água com misturas de agrotóxicos, segundo pesquisa de @reporterb, @agenciapublica e @PublicEyeSuisse. Entre os produtos encontrados, há pelo menos cinco listados pela Agência de Proteção dos EUA como possíveis cancerígenos.

@CedaeRJ @ANAgovbr @reporterb @agenciapublica @PublicEyeSuisse Outra preocupação é a presença de resíduos de medicamentos. Parte dos princípios ativos dos remédios usados pelas pessoas é eliminada pelo corpo e vai parar no esgoto.

@CedaeRJ @ANAgovbr @reporterb @agenciapublica @PublicEyeSuisse Essas partículas, se não passarem por tratamento, podem contaminar rios e mananciais e causar problemas para animais e microorganismos. De acordo com algumas pesquisas, resíduos de antibióticos podem estar ligados ao desenvolvimento de superbactérias.

@CedaeRJ @ANAgovbr @reporterb @agenciapublica @PublicEyeSuisse Relatório produzido pela BPBES (Plataforma Brasileira de Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos) em 2018 aponta, ainda, o desmatamento e a expansão agrícola como fatores de risco para a qualidade e a oferta de água no Brasil.

@CedaeRJ @ANAgovbr @reporterb @agenciapublica @PublicEyeSuisse 4. O resultado é que nem toda água do Brasil é segura. Segundo o último Panorama da Qualidade das Águas Superficiais do Brasil, publicado em 2012, 81% da água encontrada no país era considerada ótima ou boa para consumo, 11% era regular e 7% ruim ou péssima.

@CedaeRJ @ANAgovbr @reporterb @agenciapublica @PublicEyeSuisse Já um levantamento da @sosma feito entre março de 2018 e fevereiro de 2019 em 103 municípios de 17 estados mostrou que 19% da água era imprópria para uso. O estudo indicou, ainda, que 74,5% era “regular”, ou seja, que a condição é frágil e está no limite dos padrões para uso.

@CedaeRJ @ANAgovbr @reporterb @agenciapublica @PublicEyeSuisse @sosma 5. Em 2013, o governo federal lançou o Plansab (Plano Nacional de Saneamento Básico), que estipulou metas para universalizar o acesso aos quatro serviços do saneamento (água, esgotos, resíduos e drenagem) até 2033. Mas a maioria dos objetivos de curto prazo não foi atingida.

@CedaeRJ @ANAgovbr @reporterb @agenciapublica @PublicEyeSuisse @sosma O plano previa, por exemplo, que 76% dos domicílios tivessem acesso à coleta de esgoto até 2018. Mas, segundo a Pnad do IBGE, usada como referência para avaliação dessas metas, 66,3% dos domicílios estavam contemplados naquele ano.

@CedaeRJ @ANAgovbr @reporterb @agenciapublica @PublicEyeSuisse @sosma Parte da explicação para o não cumprimento das metas é que os investimentos estão abaixo do necessário, e orçamento federal para saneamento tem caído desde 2016. No ano passado, por exemplo, houve uma queda de 3% com relação a 2018.

@CedaeRJ @ANAgovbr @reporterb @agenciapublica @PublicEyeSuisse @sosma Segundo o BPBES, se não houver investimento em saneamento básico, poderá faltar água potável para 74 milhões de brasileiros até 2035. Os pesquisadores afirmam ainda que, antes das reservas atingirem níveis críticos, a água sofrerá uma grande redução de qualidade.

@CedaeRJ @ANAgovbr @reporterb @agenciapublica @PublicEyeSuisse @sosma Mas as consequências de um saneamento básico precário já aparecem. Entre 2009 e 2018, o SUS registrou três milhões de internações causadas por doenças relacionadas à insuficiência do saneamento, e pelo menos 73 mil pessoas morreram em razão dessas enfermidades.