Ele era mais velho do que ela, tinha a saúde frágil e vivia dizendo que homem morria antes.
Quando minha avó se foi antes deles, meu avô ruiu por dentro.
Assim passamos a morar juntos, meu pai, minha mãe, eu e meu avô, em boa harmonia.
Meu pai levou os doces que ela gostava, minha mãe levou flores, eu levei uma cartinha e meu avô levou um livro para ler a ela.
Foi uma tarde triste, mas muito bonita.
Na volta para casa viemos conversando sobre ela, sobre seus gostos, suas manias, numa conversa hiper divertida.
Vovô e papai desceram do carro e foram direto para o quintal lavar as mãos, já que tinham limpado ao redor do túmulo e estavam sujos
Eu e minha mãe destrancamos a casa e também fomos lavar as mãos.
E mal tínhamos ido aos quartos, ouvimos um grito de susto do meu avô, seguido de um bufar de raiva.
Encontramos ele na sala, vermelho de brabo.
Minha mãe correu para pegar um copo de água, e só depois de dar um gole e foi capaz de perguntar:
- QUEM FEZ ISSO? QUE ESPÉCIE DE BRINCADEIRA É ESSA!
Meu avô, sempre tão calmo, estava transtornado.
Então corremos ao quarto para tentar entender, e foi aí que nos deparamos com algo inusitado...
Digo do que senti: como se tivesse recebido um abraço enorme, inexplicável, não desse mundo.
Da mesma forma, vim ao lado do meu avô no carro e seria impossível ele esconder aquilo.
e Fim.