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Hoje é dia de falar de um dos maiores jogadores de todos os tempos, um ícone dos anos 90, uma das figuras mais interessantes do esporte.

Hoje vamos falar do único, incomparável e inimitável Jorge Campos!
Nascido em 1966 em Acapulco, Jorge Campos foi um goleiro mexicano que acabou ficando conhecido ao redor do mundo por desenhar as próprias camisas de jogo.

Como estilista ele era um ótimo goleiro, mas é inegável que seu estilo é um belo resumo da cultura pop dos anos 90.
Debaixo das traves, Campos chamava atenção por ser baixinho.

Baixinho mesmo! Ele tinha apenas 1,68m, a mesma altura do atacante Romário.

Mesmo assim, conseguia jogar porque compensava a presença física com muita agilidade e bom posicionamento. O bicho agarrava muito!
Era tão bom que jogou pela seleção mexicana 130 vezes, tendo participado de 3 Copas do Mundo, em 1994, 1998 e 2002.

Foi mais um jogador latino-americano a ganhar o apelido de "louco", principalmente por ser adepto das transições velozes ou, no popular, o contra-ataque de doidão.
Mas o que tornava Jorge Campos - El Brody - único não era nada disso.

Ele era o reserva de Adolfo Ríos em sua primeira temporada no Pumas, quando vários atacantes se machucaram numa maré de azar.

Chegou no ouvido do treinador: "profe, eu quero um galho lá na frente, hein?"
Com isso, foi jogar no ataque. Virou titular e terminou a temporada como artilheiro da equipe, brigando até pela artilharia do campeonato!

"Foi engraçado. O treinador foi criticado quando me colocou no ataque e depois foi criticado de novo por me colocar no gol!"
"No mundo ideal, eu gostaria de jogar o primeiro tempo no gol e o segundo tempo no ataque"

De fato, Campos às vezes mudava de posição no meio do jogo, especialmente quando o time estava perdendo. E isso levava a uma situação bizarra: o número 9 no gol ou o número 1 no ataque
Aliás, quando o México jogava com a camisa reserva, Jorge Campos simplesmente mandava o foda-se e vestia a camisa verde da seleção como se fosse de goleiro.
Se você não viveu na mesma época que Jorge Campos, deve estar se perguntando se ele era bom mesmo.

Pelo menos no DVD, dá pra dizer que era um craque.

No total, foram 46 gols na carreira.
Por tudo isso, Jorge Campos se tornou um dos jogadores mais populares da América Latina. Era o ídolo de uma geração.

Era um dos poucos jogadores reconhecíveis no International Superstar Soccer 64 (maior jogo de futebol já feito). Leone era um dos pesadelos de Allejo.
Além disso, participou do famoso comercial "o bem contra o mal" da Nike, quando comerciais de futebol ainda eram criativos e interessantes (e um tanto bizarros às vezes)

Também recebia, é claro, um carinho especial por ter nascido em Acapulco, uma cidade que estará para sempre marcada nos nossos corações.
Por ser tão popular, costumava ser convidado para aqueles jogos Europa x Resto do Mundo, que também eram um belo suco de anos 90.

"Era incrível estar rodeado de tantas grandes estrelas perceber que eles sabiam quem eu era, já que nunca joguei na Europa"
Jorge Campos vestiu a camisa 1 do México nas Copas do Mundo de 1994 e 1998, mas mudou para a 23 na Copa de 2002.

Houve boatos de que ele poderia jogar no ataque contra a Bulgaria nas oitavas-de-final de 94, mas não aconteceu.
O sonho morreu quando a FIFA decidiu, em 2002, que poderia haver 23 convocados.

Antes, com 22, os treinadores sempre convocavam três goleiros e sacrificavam alguma posição no banco. A ideia era permitir que todos os times tivessem um time reserva completo e mais um goleiro extra
Porém, com medo de que algum técnico maluco convocasse apenas dois goleiros e 21 jogadores de linha, a dona FIFA decidiu que três jogadores deveriam obrigatoriamente ser registrados como goleiros e só poderiam jogar no gol.
Campos deveria ter sido o único afetado, mas não foi.
Em 2010, o treinador da Coréia do Norte tentou ser malandro e registrou o atacante Kim Myong-won na vaga de goleiro. A FIFA não deixou o cara entrar na linha, então ele foi à África do Sul efetivamente fazer turismo.
"Me lembro perfeitamente do meu primeiro gol. Estávamos perdendo por 3x1, eu marquei e comemorei como um louco. De repente, percebi que estava sozinho. Meus companheiros gritavam que estávamos perdendo, mas eu não me importava - eu tinha feito um gol!"
No mundo do futebol, o goleiro costuma ser o alicerce, aquele que transmite segurança, mas El Brody - como outros goleiros latinos da época - era o oposto. Alegria, emoção e irresponsabilidade. Pura magia!
Jorge Campos poderia ter coroado uma geração de sonhadores se tivesse feito um gol - ou pelo menos jogado alguns minutos no ataque - em uma Copa do Mundo. Tempos lindos que não voltam mais.

A gente era feliz e sabia.
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