Há uma proposta de um membro do Partido Novo, apresentada no Estadão (economia.estadao.com.br/noticias/geral…), de corte de 30% dos salários dos funcionários públicos que ganham mais de um salário mínimo para financiar programa de renda mínima (que está sendo votada agora inclusive). +
Mais da metade dos servidores públicos são municipais no Brasil, são 6,5 milhões de trabalhadores c/ média salarial de R$ 3 mil. 33% dos vínculos são estaduais, média salarial de R$ 5 mil, a proposta quer cortar 30% do salário de todos. Se cogitou o efeito contracionista disto? +
Mesmo o debate em relação aos servidores federais não me parece ser alternativa adequada. Mesmo reduzindo jornada tudo será judicializado e há possíveis impactos econômicos como colocou a @DeboraFreirec aqui: +
Ainda falando dos federais, do ponto de político também há muitos problemas. A quarentena não implica na possibilidade de parar serviços. Na retomada reduzir serviços de educação, pox ex, é impensável. É colocar energia política onde pouco irá se colher. +
Voltando a esdrúxula proposta, em 6 meses ela custaria R$ 100 bilhões ao governo. Esse foi o valor que o BNDS devolveu ao tesouro só em 2019, por exemplo (tesouro.fazenda.gov.br/-/bndes-devolv…). Essa ideia de que “alguém tem que pagar” em momentos de crise como esse não me parece razoável. +
Nesses momentos é que identificamos o fiscalismo na sua dimensão mais tétrica. Propostas como essas advêm da ideia de que não se pode injetar recursos, mesmo em crises. Esse time é o que vê problemas no BPC, no Fundeb. Posto abaixo comentários de referências sobre a proposta. +
Por fim, devo dizer que repudio a proposta do ponto de vista ético, político, jurídico e a parte técnica, economicamente falando, deixo a cargo dos profissionais que destaquei no fio. Esse mirar absurdo no servidor público é raiz de sua estigmatização. Haja fígado pra ler isso.
