Vamos lá. Um fio resumindo os pacotes econômicos anunciados até agora e o que falta fazer. Os principais pacotes são a renda mínima para 30 milhões de pessoas, crédito (BNDES, BB, Caixa e liquidez do Bacen) e auxílio às empresas formais. É pouco. (1/n)
A renda mínima de R$600 (R$1.200 para mães ou pais solteiros) por 3 meses vai SUBSTITUIR o Bolsa Família. Ou seja, para quem ganha BF, o valor vai aumentar significativamente, mas o número de famílias acima do BF não vai ser tão grande. Ajuda, mas. (2/n)
Deixa a camada de 30 milhões de pessoas realmente informais desassistidas! Foi escolha do governo colocar famílias do BF no meio. Claro que ajudar essas famílias é bom, mas caiu o que realmente precisava: renda pros informais! (3/n)
A renda mínima é boa. Podia ser melhor. O pacote de “auxílio” ao emprego é uma porcaria. Governo entra com 25% ou 33% do salário, o empregador com outra parte e os empregados recebem uma diminuição de salário de um terço. Pra quem não for demitido! (4/n)
Muita gente será. Agora vamos aos programas de crédito. Os valores anunciados (R$100 bi do BB, R$ 50 bi do BNDES, R$400 bi do Bacen) parecem bem parrudos mas não são. Não mudaram as regras de concessão. Com o risco explodindo, ninguém, até agora, está conseguindo acessar. (5/n)
Pode ser que isso mude e que o sistema financeiro dê um jeito do dinheiro chegar razoavelmente barato nas empresas que precisam. Quero ver pra crer. Até o momento, só se falou em montantes e não em operacionalização (o vídeo do BNDES é bem ruim). (6/n)
Tem uma MP que o Bacen parece que está propondo pra assumir parte do risco. Ajudaria bastante. Tem tb algum auxílio aos Estados. O dinheiro não vai dar. Mas muitos Estados tão se preparando pra avalanche no sistema de saúde. (7/n)
Em suma, é isso. Depois de dizer que com R$5 ou 6 bi resolvia o #covid19, o ministério se coçou. Mas as coisas estão demorando e os valores vão mudando. As regras de concessão de benefícios são ruins. Tá difícil tirar dinheiro do cofre do governo. (8/n)
Mas é melhor que há uma semana. Espero que a pressão social continue forte, pois só assim o governo se mexe. O desemprego pode começar a explodir logo. Vamos ver. Fin.
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