My Authors
Read all threads
De quarentena e quer aprender? Um super fio. Quando vieram com o papo de que não existe racismo no Brasil, vocês podem responder: sim, existe, e aqui está a evidência científica. Qual é ela? Nesse artigo discuto evidências sobre racismo e a eficiência das cotas raciais (1/78)
Tb explico pq esse tipo de cota e ações afirmativas que levam em conta etnia são preferíveis a critérios exclusivos de renda. No final, também mostro como o clichê sobre raça no Brasil é vazio de conteúdo, embora muito sedutor. (2/78)
Você tem ideia do impacto do racismo sobre quem sofre discriminação? Mostro evidências deprimentes (literalmente) sobre o racismo estrutural brasileiro. É mais que evidência de que existe racismo no país. É evidência de racismo estrutural. Vamos aos estudos. (3/78)
O trabalho de Ana Pavão e co-autores (2012) mede o efeito da discriminação racial sobre três dimensões de saúde: depressão, doenças físicas e auto-avaliação de bem-estar. Foram entrevistados 3.863 donos de casa negros e mulatos. (4/78)
Discriminação racial foi medida numa escala de 9 categorias validadas por instrumento estatístico. Os resultados são estarrecedores: qqer experiência de discriminação racial resulta em 1.37 vezes maior chance de piora na auto-avaliação de saúde, (5/78)
1.55 maior chance de doenças físicas e 1.77 vezes maior chance de depressão. Racismo literalmente causa doenças e depressão na população brasileira que sofre discriminação. Racismo mata. E esse não é o único artigo sobre o assunto. Vamos a Faerstein e colegas (2014) (6/78)
Eles analisaram dados de mais de 3.000 funcionários públicos, 48% de afrodescendentes, tb identificando aqueles que tiveram experiência de discriminação. 16% de negros e mulatos relataram episódios de racismo. (7/78)
A prevalência de hipertensão naqueles com histórico de discriminação racial é de 2.1, contra 1.5 para os outros afrodescendentes. Racismo faz o sangue ferver. Pior, o racismo estrutural (ver o livro do grande @silviolual) cria um grande ciclo vicioso. Por exemplo, (8/78)
O trabalho de Gladys Mitchell-Walthour (2017) estima os efeitos da discriminação sobre o pessimismo econômico. Ela usa um survey da Vanderbilt University. A regressão é da percepção de bem-estar contra percepção de discriminação racial, renda, educação, (9/78)
Idade, gênero e identificação racial. Foram 1.339 respondentes. Os resultados são, mais uma vez, estarrecedores: quem identifica percepção de discriminação racial tem visão muito mais pessimista do seu potencial sucesso econômico. Tá aí o ciclo vicioso! (10/78)
Se uma pessoa é pessimista, ela vai correr menos riscos e, portanto, dificilmente vai conseguir melhorar de vida. O racismo estrutural esmaga o potencial econômico de negros e pardos! Pior, nesse trabalho o efeito é maior em mulheres pretas e com maior educação. (11/78)
É a sociedade dizendo pra elas: fique no seu lugar! Nada de tentar ganhar dinheiro. E pra quem acha que as coisas estão melhorando, o trabalho de Vilma Santana e co-autores (2007) é um balde de água fria. Apesar de ter 10 anos, os resultados não devem ter mudado. (12/78)
O trabalho mede o efeito de discriminação racial sobre depressão em adolescentes (10 a 21 anos) em Salvador (973 respondentes). Assim como nos outros trabalhos, adolescentes que sofreram discriminação racial são muito mais propensos a terem depressão. (13/78)
Os autores controlam a estimação por idade, gênero, status socioeconômico, auto-estima e cor da pele e os resultados não mudam. Bom, é isso. O que esses quatro estudos mostram? Que o racismo estrutural deprime, adoece e empobrece negros e pardos no Brasil. (14/78)
Aqui estão as referências desses estudos. Eu procurei por qqer um que mostrasse algo diferente, na vã esperança que pudesse ser só viés da confirmação. Não achei qqer artigo que mostrasse algo diferente. Nosso racismo estrutural é mortal. (15/78)
“Somos todos humanos”, “trato todo mundo da mesma forma”, e “cotas são racistas” são argumentos baseados em uma de duas opções: ignorância (que curamos com conhecimento) ou desonestidade intelectual (essa não dá pra resolver fácil). (16/78)
Mas antes disso, há evidência de que o Brasil é racista? O bom da ciência é poder mostrar claramente que o Brasil é sim racista. E se isso lhe doeu porque você não se considera racista, que bom! (17/78)
É pra ficar desconfortável mesmo, pois mais evidências que vou descrever abaixo são só uma parte pequena de todos os estudos que já demonstraram a existência do racismo estrutural, sistemático, e onipresente na nossa sociedade. (18/78)
As evidências científicas corroboram muito bem o argumento de Djamila Ribeiro, de que no Brasil o racismo estrutura todas as relações sociais. (19/78)
O racismo está sempre presente e os casos que explodiram na mídia, como o do jovem morto por um mata-leão de um segurança do Extra, são representativos de uma sociedade doente que finge que não tem nada de errado com ela. (20/78)
Marcus Lima e Jorge Vala fizeram um experimento científico controlado, no qual indivíduos brancos deveriam avaliar dois grupos, negros e brancos, através de fotografias, sendo que em cada grupo havia pessoas bem e malsucedidas financeiramente. (21/78) scielo.br/scielo.php?pid…
Os resultados, replicáveis, mostram uma realidade chocante. Os negros bem-sucedidos são percebidos como mais brancos. Para piorar, quanto mais eles são percebidos como brancos, mais características tipicamente humanas lhes são atribuídas. (22/78)
O inverso se passa para os negros mais percebidos como negros: desumanização. Obviamente, o processo de desumanização se traduz como perda de salário. No Brasil, empregadores reportam dados dos trabalhadores, incluindo-se raça. (23/78)
Cornwell e co-autores (jhr.uwpress.org/content/52/3/7…), em 2017, mostram que somente ser classificado como branco significa um salário 7% maior do que ser classificado como pardo ou negro. (24/78)
Ademais, se dois empregadores discordam da cor do trabalhador, uma mudança de classificação de pardo ou negro para branco gera um aumento de salário de cerca de 4% quando uma pessoa muda de emprego. (25/78)
Francis-Tan estudou irmãos de cores diferentes. Não há muita diferença educacional na adolescência. O que acontece quando os irmãos entram no mercado de trabalho e tentam continuar os estudos? O racismo vem com força. (26/78) sciencedirect.com/science/articl…
Os irmãos negros passam a conseguir menos empregos formais e, quando conseguem, têm empregos de menor qualificação, tendo dificuldades para continuar estudando. Cansei de dar aula para alunos e executivos onde turmas inteiras não tinham nenhum negro. (27/78)
Kabengele Munanga, antropólogo, está certíssimo quando afirma que o racismo é um crime perfeito no Brasil. Muita gente não acha nem estranho quando somente 3% dos formados em Medicina na USP são negros ou quando executivos de uma empresa são todos brancos. (28/78)
Para isso, precisamos de cotas. Mas, pra isso, precisamos olhar as evidencias. Cotas são mecanismos eficientes? Sabe aquele seu amigo contra cotas? Responda com ciência! Nada de opinião. Somente econometria de qualidade. (29/78)
O artigo da Fernanda Estevan e co-autores (2019), num dos melhores periódicos de economia, mostra que cotas geram redistribuição sem distorção! Esse resultado é importantíssimo para entender a justiça social de cotas. (30/78) academic.oup.com/ej/article/129…
No mencionado artigo, estuda-se o exemplo da Unicamp, que implementou sua política de ação afirmativa em 2004. Alunos de colégios públicos ganhavam 30 pontos (30% do desvio padrão) a mais e ao se autodeclararem negros, mulatos ou índios, mais 10 pontos. (31/78)
Os autores são inovadores, pois conseguem mostrar uma relação de causalidade entre ações afirmativas e o esforço de alunos universitários. O primeiro resultado é de que essa política aumentou, e muito, a probabilidade de entrada de alunos de famílias de baixa renda. (32/78)
Mais interessante, a adoção de ações afirmativas não mudou o esforço dos alunos de alta renda, tanto antes do ENEM quando depois da entrada na universidade. Isso provavelmente aconteceu porque a vantagem de ser rico ainda é muito grande, mesmo com cotas. (33/78)
Além disso, alunos ricos e pobres se esforçam bastante para estudar para o ENEM. A introdução de ações afirmativas não mudaria o padrão de estudos. Simplesmente aumentou-se a participação relativa de alunos de baixa renda, sem mudança da qualidade do ensino. (34/78)
Parte da razão da Unicamp ter adotado essa política é por que estudos como Pedrosa e co-autores (2007) mostram que alunos de escolas públicas se esforçam mais e apresentam bom desempenho em comparação a colegas mais ricos, de colégios privados. (35/78) oecd.org/site/imhe2006b…
Francis e Tannuri-Pianto (2012) estudam as cotas raciais da Universidade de Brasília. Eles encontram resultados parecidos – não há distorções no esforço dos alunos que estudam para o ENEM, brancos ou negros. jhr.uwpress.org/content/47/3/7… (36/78)
Mais interessante, eles debelam um mito importante: as cotas não impactam o desempenho relativo dos alunos negros e brancos, mesmo depois da política aumentar a proporção de negros e pobres na Universidade. (37/78)
Nada de achar que a entrada desses alunos jogou o ensino pra baixo. É mentira! Deve-se salientar ainda que os autores encontram dois resultados bem interessantes: (38/78)
há um número pequeno mas, estatisticamente significativo, de alunos que mentem sobre sua identidade racial mas, em contrapartida, essa mesma atitude inspira outros a assumirem a sua. (39/78)
Ainda, por mais que cotas tenham trazido maior justiça sem distorções (maior equidade entre alunos que entraram versus aqueles “expulsos” pelas cotas), o efeito global ainda é bastante limitado, como mostram os mesmos autores em outro estudo. (40/78) sciencedirect.com/science/articl…
Como eles afirmam: a maior parte dos brasileiros, principalmente os mais pobres, não tem qualquer chance de fazer uma universidade pública. As cotas ajudam, mas estão longe de serem tão comuns a ponto de mudarem o sistema de verdade. (41/78)
Em mais um exemplo do efeito de cotas, Ana Ribeiro (2016) mostra que alunos de Direito que entraram por cotas têm 33% maior chance de passar no exame da OAB que se fizessem uma universidade privada. (42/78) cedlas-er.org/sites/default/…
E, mais importante, nada acontece com a probabilidade dos alunos que perderam sua vaga nas universidades públicas passarem no exame da OAB. Ou seja, cotas realmente aumentam justiça social sem prejudicar muito os que foram deslocados por elas! (43/78)
Também, os alunos de Direito via cota têm desempenho pior que os outros alunos, 7.68%, mas a diferença de performance nos períodos iniciais é muito maior. (44/78)
Ou seja, os alunos que entram via cota conseguem recuperar bastante a distância inicial que os separa dos outros estudantes. (45/78)
Ainda, Alice Lopes (2015) mostra que uma diferença importante que se mantém mesmo com as cotas é que os alunos mais pobres tendem a se formar em cursos de menor potencial de ganhos financeiros. (46/78) tandfonline.com/doi/abs/10.108…
Para ficar num exemplo grosseiro, que não reflete a importância relativa de cada profissão, pensem em medicina vs serviço social. Ou seja, alunos de cotas são tão bons quanto os outros, mas acabam entrando menos, relativamente, nas graduações de “elite”. (47/78)
Infelizmente, a atitude dos brancos precisa mudar. Robert Vidigal (2018) encontra que somente 6% dos alunos brancos da UFSC acha que cotas raciais são importantes na instituição. (48/78) scielo.br/scielo.php?pid…
Para não ficar só no pessimismo: indivíduos brancos que entendem mais de política tendem a expressar maior apoio à existência de cotas, além de ter atitudes raciais mais coerentes. (49/78)
Para resumir: cotas são um importante mecanismo de justiça social e NÃO PREJUDICAM os alunos que são deslocados por elas (os que entrariam nas universidades no lugar de estudantes negros e de colégios públicos). (50/78)
Alunos que tem diferença grande inicialmente acabam recuperando boa parte dela ao longo do curso. Não conheço nenhum artigo científico que mostra que cotas gerem distorções no sistema de ensino. (51/78)
“Cotistas” não jogam a qualidade do ensino pra baixo. É ciência, não ideologia. Os resultados são bem consistentes. Cotas são relevantes como mecanismo de acesso, sem causar distorções.
Mas resta uma dúvida. Por que preferir cotas raciais a sociais? (52/78)
Afinal, cotas sociais teriam um critério objetivo, renda, enquanto ações afirmativas com critérios étnicos promoveriam a diferença entre brasileiros que deveriam ser iguais perante a lei. Não é bem assim. Mostro isso na última seção. (53/78)
No fundo, o argumento de que cotas deveriam ser para pobres, com corte de renda, se alicerça em quatro bases: discriminação contra brancos necessitados, favorecimento contra negros ricos, comportamento anti-ético de caucasianos que se declarariam pretos (ou indígenas, etc)(53/78
e análise moral de que não deveríamos diferenciar brasileiros pela cor da pele – as cotas raciais seriam em si racistas. Todos esses argumentos são falhos, alguns grosseiramente (54/78)
(o último, em particular, é usado por racistas, embora não só por eles, para tentar inverter o ônus da prova no processo de estruturação do racismo sistêmico). Vamos debelar o primeiro argumento “contra” cotas raciais. (55/78)
Para isso, vamos assumir dois irmãos, um negro e outro branco, igualmente pobres. Se houvesse cota via renda somente, ambos teriam a mesma chance de entrar na universidade via cota. (56/78)
Contudo, os resultados científicos são claros: para as mesmas condições, um negro sempre vai ser discriminado no mercado de trabalho! Já encontramos o trabalho de Francis-Tan na primeira seção e ele mostra isso de forma clara. (57/78)
Para recordar, ele estudou irmãos de cores diferentes e mostrou que não há muita diferença educacional na adolescência. Mas o que acontece quando esses irmãos, com o mesmo grau de educação e renda familiar, entram no mercado de trabalho? O racismo vem com força. (58/78)
Os irmãos negros passam a conseguir menos empregos formais e, quando conseguem, têm empregos de menor qualificação, tendo dificuldades para continuar estudando. Se a cota não for racial: O irmão negro dificilmente vai conseguir ter o mesmo salário que um irmão branco. (59/78)
É necessário, então, cotas para discriminar a favor dos negros, sim, para que a entrada dos menos favorecidos seja incentivada. Cotas por estrato de renda são incapazes de lidar com racismo. Mas, e o favorecimento dos negros ricos? (60/78)
Infelizmente, no Brasil racista, não há muitos negros ricos para que haja qualquer distorção. Negros são somente 17% dos mais ricos do país. (61/78) agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/…
Se esses negros forem tentar vaga por cota, os prejudicados não seriam os brancos! Seriam outros negros que estivessem competindo com os mais ricos pelas vagas para cotistas. Mas isso não acontece. A razão para isso é simples, como mostra Alice Lopes (2015): (62/78)
Negros e brancos não competem nos mesmos cursos! A maioria dos que entram por cota vai para cursos de menor prestígio. Provavelmente os negros mais ricos, se fossem tentar entrar por cota, iriam fazê-lo nos cursos de medicina, engenharia etc. (63/78) tandfonline.com/doi/abs/10.108…
Ou seja, as cotas conseguiriam manter sua função sem criar distorções (resultado esse que é consenso na literatura sobre cotas, como vimos na seção anterior) Por último, e a fraude de brancos se passando por negros? Com certeza, esse é um problema e existe. (64/78)
Mas não é um problema generalizado. Sarah Lemp (2019) mostra como funcionam as comissões que julgam os pedidos de candidatos que se declaram negros. O artigo tenta abrir a caixa preta dessas comissões. (65/78) tandfonline.com/doi/full/10.10…
Uma coisa é clara: a existência das comissões limita e muito o número de fraudes. Elas ainda existem, mas são poucas e, portanto, irrelevantes para o sistema como um todo. Também não há tanta discriminação contra brancos pobres. (66/78)
Brancos são menos de 25% dos mais pobres no Brasil. E assim como negros pobres, acabam fazendo vestibular para os cursos menos concorridos. De fato, para brancos pobres cotas podem ser muito boas! (67/78)
Cotas acabam criando uma reserva de mercado para brancos pobres em alguns cursos, já que retira a maior parte dos concorrentes, Os que são prejudicados são uma parcela pequena o suficiente para continuar justificando a existência de cotas raciais. (68/78)
Por último, toco num ponto que é uma grande dissimulação: “as cotas ampliariam diferenças entre brasileiros; todos somos iguais e raça não existe”. Esse argumento ou é fruto de racismo ou pura ingenuidade. (69/78)
Para quem é negro, raça não só existe, como define muito da sua vida: oportunidades de estudo e trabalho, chances de ser parado pela polícia, ir preso por crimes que não cometeu etc. Alguém dizer que raça não existe no Brasil desigual é um verdadeiro absurdo. (70/78)
E para quem está preocupado com qualidade do ensino, olhem o resultado de Valente e Berry (2017): “Nossa análise revela que os estudantes que foram admitidos em universidades públicas através de ações afirmativas têm o mesmo desempenho acadêmico (71/78)
de estudantes que não se beneficiam de ações afirmativas, enquanto alunos cotistas em universidades privadas têm um desempenho ligeiramente melhor do que alunos admitidos através de métodos tradicionais.” (72/78)
Ainda, o mecanismo de cotas pode ser melhorado! Aygun e Inacio Bó (2019) mostram que a competição por vagas de cotistas em alguns cursos pode ser tão alta que a nota de corte para cotistas acaba por ser maior que a de não-cotistas. (73/78) papers.ssrn.com/sol3/papers.cf…
O artigo deles é técnico mas mostra como resolver isso. Como os autores afirmam: Você precisa sempre dar a chance de alguém, que tem uma característica associada a uma cota, competir com base em sua nota do ENEM nas vagas reservadas para alguém sem essas características. (74/78)
Interessante também é McLaughlin (2016), que estudou a percepção dos “cotistas”. Eles afirmam que ações afirmativas ajudaram-lhes a ter uma educação. Mais importante, os pais os incentivaram, pq agora havia uma avenida um pouco menos difícil. (75/78) search.proquest.com/docview/186462…
E eles acreditam que tais ações ainda são necessárias, principalmente pela falta de diversidade das universidades. Por último, vale a máxima de Gary Becker, um dos maiores economistas de todos os tempos: mercados tendem a fazer a discriminação desaparecer, (76/78)
mas isso pode demorar séculos para acontecer. Cotas raciais são FUNDAMENTAIS para diminuir uma injustiça histórica. Argumentos contra elas não se sustentam. A ideia de que somos todos iguais é muito bonitinha no mundo platônico, (77/78)
mas o setor público deve sim implementar cotas raciais em todos os níveis que isso fizer sentido. Talvez, um dia, possamos retirá-las. Mas vai demorar. O Brasil é muito desigual e as políticas de cotas raciais tornam o país um pouco menos injusto. (78/78)
É isso. Se gostarem, sigam. Sempre posto fios com conteúdos científicos pra aprendermos mais sobre como melhorar esse país.
@silviolual, @_pinheira, @rosana, @veramagalhaes, @winniebueno, acho que vcs podem gostar desse super fio com evidências científicas.
Missing some Tweet in this thread? You can try to force a refresh.

Enjoying this thread?

Keep Current with Rodrigo Zeidan

Profile picture

Stay in touch and get notified when new unrolls are available from this author!

Read all threads

This Thread may be Removed Anytime!

Twitter may remove this content at anytime, convert it as a PDF, save and print for later use!

Try unrolling a thread yourself!

how to unroll video

1) Follow Thread Reader App on Twitter so you can easily mention us!

2) Go to a Twitter thread (series of Tweets by the same owner) and mention us with a keyword "unroll" @threadreaderapp unroll

You can practice here first or read more on our help page!

Follow Us on Twitter!

Did Thread Reader help you today?

Support us! We are indie developers!


This site is made by just three indie developers on a laptop doing marketing, support and development! Read more about the story.

Become a Premium Member ($3.00/month or $30.00/year) and get exclusive features!

Become Premium

Too expensive? Make a small donation by buying us coffee ($5) or help with server cost ($10)

Donate via Paypal Become our Patreon

Thank you for your support!