Numa realidade paralela, o presidente é Haddad. Ele está sendo criticado pela canseira que dá nos empresários, está congelando preços e proibindo demissões. Mas ao menos não está sabotando o ministro da Saúde, nem pedindo para a população mais carente se arriscar na rua...
Noutra realidade, o presidente é Ciro. Parece com a realidade de Haddad. Mas o presidente está na rua com um pedaço de pau mandando o povo ir pra casa. E dizendo: tá vendo como o certo era imprimir dinheiro?
Numa terceira realidade alternativa, a presidente é Marina. Ela convence os evangélicos a orar de casa. De alguma forma, acha que a covid-19 é coisa do aquecimento global. Mas sem bronca: ao menos não correu o risco de pegar novo coronavírus no rancho de Trump.
Tem a realidade alternativa em que o presidente é Alckmin. Na oposição, o PT defende que é o pior governo da história. No entanto, a forma como o país combate o coronavírus é tão correta que serve de modelo para o Mercosul.
Há a realidade em que o presidente é Meirelles. A economia vinha tão bem que há bastante gordura para investir nesse momento difícil. O diálogo com a população mais humilde poderia ser melhor, mas ao menos não há ninguém chamando a covid-19 de gripezinha.
Tem a realidade em que o presidente é Amoêdo. Ele chama a renda básica emergencial de voucher, o que deixa @bollemdb revoltada, mas ao menos sanciona no primeiro dia. E, claro, não está pedindo qualquer parecer sobre estado de sítio.
Há ainda a realidade em que o presidente é Álvaro Dias. É complicado entender o que ele fala, mas certamente não está pedindo para ninguém fazer manifestação contra o confinamento.
Tem a realidade em que o presidente é o cabo Daciolo. Ele próprio resolve sair de cena para jejuar no monte. Vez em quando surge nuns vídeos malucos. Não resolve a covid-19, mas pelo menos funciona como alívio cômico durante o confinamento.
Tem a realidade em que o presidente é Guilherme Boulos. Há bastante conflito com a oposição. Mas, neste cenário, não há qualquer crise diplomática com a China.
Em todas essas realidades paralelas, há um verme na oposição apostando no quanto pior, melhor. Ele alega que, se fosse presidente, Lula ainda estaria preso, ainda haveria prisão em segunda instância e a pandemia nem entraria aqui pois fecharia as fronteiras já no primeiro dia.
E, claro, ele estaria liderando as pesquisas eleitorais sobre a disputa presidencial de 2022. Porque um monte de gente olharia para a situação difícil do país e concluiria: tem jeito não, em 2022, meu voto é dele.
