Thread by @cryptolopes

1/ Obviamente que não subscrevo a metodologia, mas considero importante compreender o estudo para que o mesmo possa ser enquadrado em termos de contexto.
🔽 poseidon01.ssrn.com/delivery.php?I…
#Thread

Estamos perante um artigo de opinião no @Publico que nada tem de opinião.

https://twitter.com/Publico/status/1269844399892189184

2/ O seu autor, Helder Sebastião, limita-se a citar as conclusões do estudo sem nunca revelar a sua opinião de facto.

Fraco, muito fraco e em linha com todas as minhas críticas aos OCS em Portugal. Não apenas no que tem que ver com #Bitcoin , mas também.

3/ Reconheço que o poder instalado assenta numa base de tradicionalismo e conservadorismo, resistentes à mudança, à inovação e ao crescimento.

Não é, porém, descabido lamentar que continuem a insistir em dar voz a quem manifestamente não entende no tema.

4/ Pior, dar voz a quem sistematicamente aborda o tema pela negativa. Com esta #Thread não pretendo desconstruir absolutamente nada. Apenas mostrar que existe outra perspetiva, no meu entender a realidade.

5/ Vamos, portanto, ao artigo de “opinião”, começando pelo estudo citado (resumido sob a forma de opinião) pelo autor do artigo.

6/ É inaceitável e muito preocupante que se identifique toda e qualquer pessoa que tenha postado na #darknet como “ilegal”, bem como os seus endereços ou as suas transações. É o mesmo que dizer que quem defende a segurança e a privacidade é criminoso por omissão.

7/ Sobre a metodologia:
➡ Reporta-se a um momento muito anterior
➡ Filtra os dados de modo inconsistente, basicamente excluindo da análise dados referentes a transações para exchanges, mas pelo menos retirou o fator de mining reward

8/ ➡ Parte do pressuposto de que todos os endereços hot e cold associados a canais na #darknet representam transações ilícitas, em particular os endereços que interagiram com esses endereços no passado

9/ ➡ Parte inclusive do pressuposto que todas as transações que possam ser associadas a esses endereços são respeitantes a atividades ilegais
➡ Parte do pressuposto de que todos os users presentes na #darknet estão associados a atividades ilícitas

10/ É fácil de entender como tantos pressupostos podem enviesar as conclusões, o que em meu entender é exatamente o que acontece. De resto a análise procura retirar de conclusões em linha com a problemática inicial.

11/ Ou seja, são testados cenários usando métodos e técnicas para confirmar as hipóteses iniciais. Outros poder-se-iam ter usado.
Não quero de maneira nenhuma contestar as conclusões desse estudo, apesar de o considerar fraco.

12/ Prefiro ao invés disso citar outro estudo que mostra uma realidade bem diferente, que é a de que menos de 1% das transações de #Bitcoin diz respeito a atividades ilícitas.
coincenter.org/link/a-new-stu…

13/ 72 mil milhões de dólares na rede bitcoin é o equivalente a menos de uma semana de funcionamento na rede. Não é metade, nem perto disso tal como aponta o estudo. A rede bitcoin movimenta muitos mais biliões, muitos mais mesmo.
bitcoinvisuals.com/chain-output-v…

14/ Não é por isso verdade que metade das transações de #Bitcoin tenham por trás atividades ilícitas. Com certeza que existirão, tal como acontece através do uso de sistemas financeiros tradicionais.

15/ Aliás, importa dizer que este estudo teve por base a análise de transações que efetivamente aconteceram. Estão documentadas e o seu histórico é público. Só foi possível porque #Bitcoin existe. Porque é público, transparente e consultável.

16/ Qualquer outro estudo semelhante, tendo como base o sistema financeiro tradicional é à partida impossível.

O artigo prossegue com uma demonstração que o terreno ocupado pelas criptomoedas é propício a esquemas de #pumpanddump e #washtrading. É, sim senhor.

17/ Existem inúmeros casos desses, assim, como uma consciencialização dos investidores para esse tipo de práticas.

18/ Existe inclusive uma tendência cada vez maior para a utilização de mecanismos descentralizados de trocas (#DEX) e de aplicações #DeFi que solucionam os problemas criados pelos mercados centralizados de criptomoedas.

19/ Numa derradeira tentativa de descredibilizar #Bitcoin o autor recorre ao argumento da elevada taxa de consumo de energia pelas redes #PoW, alegando que para além de ineficiente, #Bitcoin contribui para o aumento das emissões de CO2.

20/ A maioria dos indicadores na Internet baseiam-se em estimativas igualmente questionáveis devido à metodologia que usam. Pessoalmente, gosto de usar os indicadores da University of Cambridge, considerando, porém, que podem não estar certos.
cbeci.org/mining_map

21/ Certo é que estudos recentes apontam para que mais de metade da atividade mineradora seja feita com recurso a fontes de energia renovável.
medium.com/@philippsandne…

Porém, é a questão do consumo energético não pode ser separada do que é #Bitcoin.

22/ O consumo de energia é uma variável que está diretamente relacionada com a liberdade financeira de Bitcoin, e outras criptomoedas, sendo o que confere segurança.

A segurança é possivelmente um dos principais fatores que torna a blockchain atrativa.

23/ É inútil comparar o custo de uma transação em #Bitcoin com a x possíveis com o mesmo consumo de KW/h na rede Visa, por exemplo, exatamente porque #Bitcoin não é um simples sistema de transações.

24/ #Bitcoin é um ecossistema, uma rede, assente no princípio da descentralização, não permissiva. Os utilizadores não precisam de confiar em terceiros para usar, transferir ou guardar o seu dinheiro. É descentralizado e autónomo, sem custódia ou a intervenção de terceiros. No…

25/…limite, para podermos usar a taxa de consumo energético como fator de comparação teríamos de comparar o custo por transação, considerando todos os custos do sistema financeiro tradicional, com a energia da sua infra-estrutura, de pessoal e outros instrumentos de suporte à…

26/ …sua atividade com a aquela que é efetivamente consumida por #PoW. Concluindo, de pouco vale falar quando não se entende. É lamentável que os OCS continuem a dar vós a quem não entende.

27/ Os riscos são brutais para a sociedade, não por falarem mal, mas por mentirem deliberadamente.