Com tantos lançamentos promissores no mercado externo, são muitas as estratégias para escolher um bom livro. Para explicar esse processo, convidamos o editor @daniel_lameira para uma conversa. Segue o fio! 🧶
Contratar um livro é uma etapa emocionante, fundamental e importantíssima para uma editora. As aquisições formam a identidade do negócio e têm impacto direto no processo editorial, no marketing e no resultado financeiro. Haja responsabilidade!
Cada editora tem um formato próprio para contratação de um título. Em geral, um editor (que também pode ser o dono da editora) entra em contato com um autor (ou, mais comum, o agente que o representa) e faz uma oferta para publicar um de seus livros.
Nessa oferta, é enviada a proposta de direitos autorais (que normalmente corresponde a 10% do preço de capa, ou seja, o preço do livro sem desconto) e qual o valor que será adiantado na contratação do livro. Isso ajuda a mostrar quão comprometida a editora está com a obra.
Vamos a um exemplo. Se um livro custa R$ 50,00, o autor recebe R$ 5,00 por livro. Digamos, então, que a editora resolva adiantar o valor equivalente a 1.000 livros. A proposta, consequentemente, será de 1.000 (livros) x R$ 5,00, R$ 5.000,00.
Quando o livro é lançado, os direitos não serão pagos até que 1.000 exemplares da obra sejam vendidos, porque esse valor já foi adiantado. Se as vendas não chegarem a esse número, a editora precisa assumir o prejuízo.
Para se ter ideia, o adiantamento de um livro pode variar de mil dólares a cem mil dólares (ou mais). Alguns dos queridinhos do Sem Spoiler foram contratados por valores entre 4 e 10 mil dólares.
Mas, entre os milhares de livros escritos por autores brasileiros e estrangeiros, qual e como escolher para publicar? Chegamos ao Grande Desafio do Editor.
É preciso entender a área de atuação da editora e as possibilidades. Umas, por exemplo, são focadas em buscar best-sellers. Outras querem gastar pouco e seguir tendências sem risco. Outras, ainda, querem pautar a discussão em algum tema.
Entre todas elas, há um ponto comum: "esse livro parece ser um bom negócio?"
Há muitas formas de analisar essa pergunta. Para a maior parte das grandes editoras, o potencial de vendas é o principal critério. Com isso, algumas das perguntas podem ser feitas ao analisar uma potencial contratação.
Esse tipo de livro parece ser uma tendência? Vai funcionar no Brasil? Os direitos de adaptação foram garantidos? Está vendendo bem lá fora? Quais editores ao redor do mundo apostaram nesse livro? Se alguém leu, o que está falando sobre ele?
E, por fim, eu, editor, acho que vale a pena? Quero apostar as minhas fichas nesse livro?
Quanto mais um editor defender a publicação de um livro na editora, mais as pessoas vão lembrar de dar os créditos (ou criticarem) de acordo com as vendas dele quando for lançado.
Esse editor de aquisição pode contratar X livros por mês, então será que esse título é forte o suficiente para ser um deles? Ele faz sentido junto com os outros livros que já foram contratados pela editora? Será que, apesar de ser bom, o livro não vai vender bem no Brasil?
E o que acontece se @Bia_dOliveira, na Suma, e @a_positive, na Rocco, por exemplo, também gostarem do livro e mandarem propostas?
Bom, começa um leilão.
Os agentes entram em ação, e cada editor começa a cobrir a proposta do outro (sem saber quem está na disputa), até alguém desistir, ou até que o agente peça a melhor oferta possível para todos e escolha uma delas.
Os contratos que são feitos têm um prazo médio de sete anos e dão direito a traduzir o texto, mas não necessariamente a usar a capa, tipografia etc. Caso a editora tenha interesse em manter o visual do livro, esse é um custo à parte.
A todo tempo, os editores estão conectados, pensando se algo pode virar um livro: esse restaurante daria um livro? Esse jogo tem livro? Essa criança gritando no YouTube daria um livro? O Sem Spoiler daria um livro? (Sim!)
Qualquer demanda do público chama, sim, a atenção de editores, mas o pedido logo entra na análise maior de risco: Vai dar certo? Faz parte de uma série? Lançar esse que estão pedindo é melhor que lançar os outros que estão sendo analisados? Por que ainda ninguém lançou?
Vários livros podem chamar a atenção por motivos cruzados. "Boy Erased", por exemplo, saiu a notícia do filme e li resenha positiva de @vitormrtns. Já "Eleanor & Park" tinha uma premissa interessante, e os agentes eram os mesmos do George R.R. Martin e Stephen King.
"Teto para Dois" tinha uma premissa excelente, a autora era uma editora, e a obra foi enviada pelos olheiros da Intrínseca. O livro me conquistou, porque estava querendo ler uma comédia romântica naquele dia que combinasse com outras da editora e resolvi apostar nele.
Com tudo isso dito: peçam os livros que vocês querem! Talvez tenham editores precisando do seu pedido para convencer alguém a comprar os direitos (ou talvez um colega se desespere, porque ele estava analisando o livro, e vocês acabaram de chamar a atenção de outros editores!).
Em novembro, o editor @daniel_lameira ministra o curso "A Vida do Livro". Os quatro encontros on-line ensinam e detalham todas as etapas de feitura do livro, além de outros aspectos da publicação.
Como uma HQ ganha vida: uma conversa com a autora de "Mundo Mulher"
Conversamos com @aminder_d sobre o processo criativo, a divulgação do seu trabalho na internet e os desafios de criar uma história que pode ser lida pelo mundo inteiro. Segue o fio! 🧶 #ad
Em 21 de janeiro de 2017, acontecia em Washington, D.C. a Women’s March. Nela, eram promovidos os direitos das mulheres, reformas na imigração e lutas pelos direitos LGBTQ+. Foi nesse dia que Aminder Dhaliwal teve uma grande ideia.
Inspirada por todas as mulheres que também participaram da marcha, a autora decidiu criar tirinhas onde os homens teriam sido extintos da Terra, devido a um defeito biológico. Mas quais seriam os desafios na criação desse universo? Qual seria a melhor forma de publicação?
As semelhanças entre "A Sucessora" e "Rebecca": plágio ou coincidência?
O livro da escritora brasileira Carolina Nabuco, "A Sucessora", teria "inspirado" obra da autora britânica que deu origem ao novo filme da Netflix, "Rebecca". Segue o fio para entender essa história! 🧶
"A Sucessora" e "Rebecca" compartilham uma trama muito semelhante: nela, uma jovem simples e ingênua, que se casa com um viúvo rico, tenta se adaptar à nova vida luxosa enquanto é assombrada pela presença da falecida esposa do marido.
Lançado em 1934, "A Sucessora" foi o primeiro romance de Carolina Nabuco. Filha do escritor e diplomata pernambucano Joaquim Nabuco, Carolina iniciou sua carreira publicando a biografia do pai.
Há 166 anos, nascia Oscar Wilde, autor de "O retrato de Dorian Gray"
Considerado um clássico da literatura moderna, o livro causou um escândalo quando foi lançado e contribuiu para a prisão do seu autor. Explicamos essa história. Segue o fio! 🧶
Ao ver o seu retrato pintado por Basil Hallward, Dorian Gray faz a promessa de que daria tudo, até mesmo sua alma, para permanecer sempre jovem como na pintura. A partir de então Dorian não mais envelhece, todas as marcas do tempo são transferidos para o retrato.
A obra foi lançada originalmente na edição de julho de 1890 da “Lippuncott’s Monthly Magazine” e foi responsável por escandalizar a sociedade vitoriana.
A imprensa britânica usou adjetivos como “vulgar”, “sujo” e “venenoso” para condenar o livro de Oscar Wilde.
"Revolução" ou "Fazenda": as escolhas editoriais por trás da nova tradução do clássico de George Orwell
A @cialetras anunciou que "A Revolução dos Bichos" será publicado em nova edição sob o título "A Fazenda dos Animais". A gente explica o porquê da mudança. Segue o fio! 🧶
A história é conhecida: cansados de serem explorados por humanos, os animais da Fazenda do Solar se rebelam contra o dono. Mas não demora para que alguns bichos voltem a usufruir de privilégios, fazendo com que o velho regime de opressão regresse com ainda mais força.
"A Fazenda dos Animais", assim como "1984", é uma das obras mais emblemáticas do século XX. O livro, adotado em escolas pelo Brasil inteiro, é uma alegoria satírica sobre os mecanismos do poder e tudo aquilo que leva à corrosão de grandes ideias e projetos de revolução.
Em tempos de crise, cuidar da saúde mental é mais importante do que nunca. Conversar na terapia sobre nossas emoções, frustrações e dilemas nos ajuda a entender quem somos e seguir em frente.
Nossa indicação de leitura de hoje trata disso. Segue o fio! 🧶
Lori Gottlieb é terapeuta. Diariamente, ela lida com os mais diferentes casos: de um homem que acha que todos ao seu redor são "idiotas" a uma mulher que acabou de descobrir um câncer raríssimo. Ela os escuta e procura entender de onde vem suas dores.
Mas quando seu namorado, de repente, decide que não pretende mais casar com ela e vai embora, Lori fica desolada. Então, recebe um conselho de uma amiga, que diz: "talvez você deva conversar alguém". Por isso, ela procura um terapeuta para compreender suas próprias questões.
[EXCLUSIVO] "A Song of Wraiths and Ruin", de @rosiesrambles, chegará ao Brasil no primeiro semestre de 2021 pela @ed_literalize com tradução de @solaine.
Assista ao recado da autora para os leitores brasileiros:
Confira a sinopse de "A Song of Wraiths and Ruin"
Karina é uma princesa tomada pelo luto. Malik é um refugiado desesperado para salvar sua família. A conexão entre eles é inegável, mas a única forma de atingirem seus objetivos é matando um ao outro. bit.ly/ASOWARnoBrasil
Best-seller do New York Times, "A Song of Wraiths and Ruin" foi um sucesso instantâneo. Os direitos de adaptação já foram comprados pela ABC Studios.
No Brasil, o livro ganhou a atenção dos leitores após compartilharmos esse vídeo: